O grande dia da nossa festa chegou e tudo estava lindo. Já tinha muita gente na nossa casa e acho que essa ideia foi realmente muito boa.
Nosso casal de amigos ainda permanecia em casa conosco e sabíamos que as coisas iam bem entre eles, já que só viviam no quarto.
- Eu estou pronto. - Rodolffo surgiu diante de mim e estava lindo.
Fiquei parada olhando para ele e senti um medo de perdê-lo que fez meus olhos encherem de lágrimas.
- Está lindo demais.
- Está linda também.
Eu usava um vestido azul escuro e tinha os cabelos presos num penteado simples, mas elefante. O conjunto que ele me deu me enfeitava a pele.
Rodolffo caminhou até mim e me deu um beijo na testa.
- Quantas coisas estúpidas eu vivi para chegar até aqui. Mas meu pai sabia que eu ia precisar de uma esposa. A esposa é sempre um porto seguro em alto mar, mas para mim você é um mar também. Aquele oceano que nos inspira e é rico de tudo que o dinheiro não compra. Me perdoe por tudo que fiz de errado Juliette... Eu sei que sempre fui um ser errante.
- Não fique me dizendo essas coisas...
- Mas eu sei que errei contigo...
- Eu também errei contigo e sei que isso faz parte da vida. Teremos tanto tempo para acertar.
- Sim... Teremos.
- Elisa ficará com a babá, mas de tempos em tempos terei que vir dá de mamar a ela. - disse enquanto via nossa menina adormecida.
- Elisa é mini cópia da mamãe dela. Igualmente linda.
- Mas ela tem seus olhos e também a cor do seu cabelo. - eu disse tocando nos seus fios e fazendo um carinho.
- Só aceito que ela se case depois dos trinta anos... Ninguém vai tocar na minha princesa antes disso. - ele disse sorridente.
- Não mesmo. Deixe de ser ciumento.
- Mas eu sou e sei que vou sofrer hoje como você linda desse jeito e todos de olho em ti.
- Sou tua, para sempre serei tua. Não precisa ter ciúmes.
Ele me deu um beijo inesperado. Não sei por que mais foi um dos beijos mais longo e gostoso que já demos. Parecia um beijo de saudade, mas estávamos juntos o tempo inteiro.
- Que beijo delicioso é o seu. O melhor que pude provar. - sorrimos um para o outro e selei novamente nossos lábios.
Depois descemos e fomos para a festa. As pessoas pararam para nos olhar e o padrinho fez uma pausa para nos dizer algumas palavras.
- Casamento é elo forte e uma decisão necessária. Esse jovem casal hoje comemora um ano de união e eu estou muito contente por estar vivo e a comemorar essa grande data. Juntos já tem a pequenininha Elisa e essa casa, antes triste, hoje é um palco de alegria e boas energias. Meu bom amigo, pai de Rodolffo, me confiou a missão de criar esse homem, antes menino, e acho que consegui lhe dá o meu melhor. Nem todos os dias foram fáceis, mas saiba filho que tenho muito orgulho de tudo que você é hoje. Aqui na minha frente vejo um homem de verdade e honrado, além de um pai que dá valor a sua linhagem. Juliette saiba que a sua chegada foi uma benção para todos nós e além de esposa do meu afilhado, é também uma filha para mim, lhe admiro muito e sei que é uma esposa de verdade.
Todos bateram palmas e demos um abraço no padrinho. Ele era muito amado por nós e por nossa família. Não deixaríamos mais que ele voltasse a Paris, sua vida seria ao nosso lado.
Depois disso, conversamos com os presentes, comemos, Rodolffo bebeu, mas só um pouco e principalmente dançamos. A cada nova dança ele me dizia coisas que faziam meu corpo ansiar pelo dele.
- Devia não me provocar tanto. Sabe que eu posso te levar daqui.
- Então leve. Eu não vejo a hora de ter você. - ele tentou me beijar e eu desviei.
- Estamos em público.
- E daí... Eu nunca liguei para convenção.
- Não seja rebelde. Essa fase já passou na sua vida.
Rodolffo sorriu e encostou sua cabeça na minha.
- Eu te amo.
- Eu também te amo. - disse antes de ver seu rosto se transformar, depois que um tiro ecoou.
...