Cheguei até meu quarto com o Joseph me ameaçando com uma faca.
- Não vai ter coragem de fazer isso. Rodolffo é seu primo. Primos na minha terra se consideram irmãos.
Joseph gargalhou.
- Não considero Rodolffo meu irmão. Na verdade ele não significa nada para nós. Quando meu tio morreu, a tutela dele deveria ter ficado com meu pai, mas o padrinho que tomou de conta. Se ele não existisse mais, toda a riqueza de meu tio seria da minha família e não desse imprestável.
- Não deve cobiçar o quê não te pertence. - eu disse caminhando até uma mesa que tinha um enorme jarro.
- Tudo que Rodolffo tem deveria ser meu, incluindo você. - ele começou a soltar o cinto da calça. - Até a amante dele já foi minha, mas hoje eu serei o primeiro chegar. Seu corpo será meu antes de ser dele.
- Se fizer isso, ele vai te matar e eu quero ver o seu sangue derramado, igual ao de um porco.
- Hum... Então é uma sanguinária? Escute aqui. Podemos manter isso em segredo e sermos amantes. Que tal?
- Não serei amante de ninguém.
- Mas seu marido tem uma amante. Já é bem mais velha que você, mas é uma mulher de verdade. Sabe enlouquecer um homem na cama.
Falar dessa mulher me dava um ódio inexplicável.
- Não fale dessa vagabunda perto de mim.
Joseph começou a rir.
- Tem ciúmes?
- Eu tenho nojo. - disse segurando o jarro na mão.
- O quê pensa que vai fazer com esse jarro?
- Quebrar na sua cabeça. Acha que eu vou desistir sem lutar? Não vou deixar você se aproveitar de mim.
- É tão patética. Por isso que casou com um tipo tão imundo.
- Imundo é você Joseph. - Rodolffo apareceu na porta do quarto. - Como tem coragem?
- Vá dormir meu primo, mal consegue está de pé.
- Saia de perto dela agora. - meu marido se segurava no portal da porta e eu esperei Joseph ficar de frente a ele.
- Acha que está em condições de mandar meu primo? Por que você não senta e assiste a desonra da sua mulher?
Joseph se afastou um pouco e eu tomei coragem. Usei toda a força que eu tinha e meti o jarro na sua cabeça.
Ele ficou tonto e em seguida caiu no chão. Eu peguei a faca e em seguida olhei para Rodolffo.
- Fique aqui. Vou chamar alguém. - eu disse ao meu marido, segurando seu braço.
Rodolffo não falou nada e eu saí correndo. Tinha que ser rápida. Joseph não poderia acordar. Encontrei três dos nossos homens e eles se encarregaram de tirar aquele imundo de dentro da minha casa.
- Eu não sirvo para nada. Não consigo te proteger. Que marido sou eu?
Rodolffo falava e eu tentava não discutir. Deitei ele na minha cama e vi ele fechar os olhos de novo.
- Durma. Agora eu vou fechar a porta e ninguém entra aqui.
Enquanto ele dormia. Eu me despia do meu traje de noiva. Dentro do meu quarto eu tinha um lugar só para me vestir e eu me olhei uma vez mais naquele vestido bonito.
Eu queria tanto me sentir feliz hoje. Porém não havia felicidade. Então eu chorei sozinha, abraçada com minhas pernas naquele chão frio.
...