Três meses depois...
Juliette estava na reta final da gravidez e aquilo estava me deixando ansioso. Eu tinha muito medo e tinha noites que ela dormia muito mal, estava sentindo dores e muita azia.
Era muito angustiante para mim, mas ela estava muito contente. Todos viam que ela estava realizando um sonho de vida. O quarto destinado ao nosso herdeiro estava impecável. Ela se comprometeu a deixar tudo do jeitinho dela e tudo tinha a cor bege.
Juliette não tinha a menor exigência quanto ao sexo do bebê, eu muito menos, mas meu padrinho tinha um palpite: é menina! - dizia ele.
Eu estou feliz, mas tenho ideia do que vai acontecer e sei que minha esposa irá sofrer. Como sou pessimista e tenho medo de imprevistos, trouxe uma parteira para minha casa. A qualquer momento que Juliette precisar, ela terá ajuda.
- Sossegue homem. Está tudo bem. - disse sorridente meu padrinho.
- E se ela não aguentar?
- Não julgue sua esposa assim. Ela é tão forte por te aturar.
- Padrinho... Pare com isso.
- Estou de brincadeira, mas deixe de pensar tantas besteiras. Ela está pronta. Pense que deu a essa jovem tudo que ela queria e não podia ter. Juliette me falou de sua vida e que se permanecesse nela nunca teria uma família, pense que ela te trouxe prosperidade e você devolveu o mesmo a ela.
- E se ela tiver complicações e...
- Isole isso na sua mente. Não é oportuno pensar essas coisas Rodolffo. Pense na alegria que você terá ao ouvir o primeiro choro do seu bebê.
- Não sei como vai ser isso. Em algum momento da vida eu imaginei como tudo isso seria, mas a cada vez que sinto o bebê mexer dentro da barriga da minha esposa sinto que é algo que eu não posso controlar. Eu não sei qual será minha reação.
...
A tarde ia caindo e eu pedi um banho morno. A minha nova criada de quarto me trouxe e eu aproveitei para me lavar com calma.
Sentia dores desde a madrugada, mas ninguém sabia disso, ela já estavam bem repetitivas como a parteira tinha me falado e não era apenas isso. Meus seios doíam absurdamente e me tocando senti que minha parte íntima estava bem diferente.
Eu ia parir, mas não era meu desejo o alvoroço, ansiava por um momento de paz. Rodolffo não iria sentir o mesmo que eu e no fundo compreendia o seu medo e a sua ansiedade.
Me preparei para receber o meu filho. Com paciência e com alegria. Ah... Eu me sentia tão feliz.
- A mamãe te quer tanto amor. Está pronta para te dá a luz.
Eu fiquei me movimentando no quarto, fazendo algumas coisas e quando comecei a sentir dores mais fortes, resolvi deitar. Mas assim que deitei Rodolffo entrou no quarto.
Tentei disfarçar a dor no momento que ela cessou para que ele não percebesse, mas era impossível enganar o meu marido.
- O quê faz aqui em cima... - ele parou na minha frente e me olhou. - Meu amor... Está tudo bem?
- Estou só descansando as costas.
- Tem certeza que é só isso?
Nesse momento outra dor veio e eu segurei forte o lençol. Um gemido de dor foi inevitável e Rodolffo veio logo tocar meu rosto com um semblante desesperado.
- O quê tem minha vida? - seus olhos estavam cheios de lágrimas.
- Vai nascer.
- Meu Deus. Vou chamar a parteira.
- Não agora amor. Não diga nada a ninguém ainda. Calma.
- Não podemos fazer assim... A parteira é importante.
- Eu sou a única que posso fazer esse bebê nascer. Não é a parteira. Fique comigo e quando for necessário você chama ela.
Rodolffo me olhou e percebeu que eu estava sangrando. Isso foi suficiente para ele se desesperar.
- É normal. A parteira já me disse. Calma. Venha aqui e segure minha mão.
Ele veio e segurou minha mão. Me deu muitos beijos pelo rosto e me dava um apoio que eu precisava.
...