Capítulo 45

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Eu estava aflito e Juliette estava afetada por tantas dores que vinha sentindo.

- Vou chamar a parteira. - eu dizia de minuto em minuto, mas não tinha coragem de ir e deixar minha mulher sozinha.

Ela se contorcia porém nunca reclamava.

- Vai meu amor... Eu tô sentindo que vai nascer. - ela pediu.

- Eu vou. Mas espera.

Eu enxuguei seu rosto e beijei suas bochechas.

- Ôh meu amor. Eu te amo tanto. - me declarei e ela sorriu enquanto sentia dores.

Ela segurou firme na minha mão e trincou os dentes. Vi ela fazendo força.

- Como posso sair daqui e te deixar? Eu não consigo.

- Me mande fazer força... - ela pediu.

- Porquê?

- Mande!

- Faça força meu amor! Força Juliette!

Ela abriu bem os olhos e fez força uma, duas e na terceira vez eu vi a cabeça do nosso filho apontar.  Minhas mãos estavam trêmulas e eu fiquei um pouco em pânico.

Juliette fez mais força e o chorinho tomou todo o quarto. Segurei e ajudei no nascimento da nossa menina. Chorei tanto que não conseguia me conter e olhei para a pequena que eu segurava nos braços.

- Meu Deus... - a parteira entrou invadindo o quarto. - São loucos? Como puderam não me chamar?

Ela entrou correndo, saiu correndo e voltou correndo de novo. Juliette pediu a bebê e ficamos ali nós três juntos por instantes inesquecíveis.

- Minhas menininhas. Eu as amo muito.

Logo depois disso, fui expulso do quarto e xingado exaustivamente pela parteira. Me chamou de inconsequente e tudo mais. Mas sai dali com a sensação inexplicável de felicidade.

Meu padrinho me parabenizou e quis saber como tive coragem para tanto.  Eu não soube lhe explicar, mas contra fatos não necessitam explicações.

...

Quando vi a parteira deixar o quarto, quis retornar para vê como estava a minha mulher e minha filha, mas minha entrada foi barrada.

- Não vai entrar aqui de jeito nenhum.

- Por que não?

- Sua mulher está de resguardo. A deixe em paz.

- E por acaso acha que vou tirar a paz dela?

- Acho. Aqui o senhor não entra.

- Entro sim.  A senhora saia do meio se não passo por cima.

- Você é um carrasco. Não faça barulho, a neném está mamando.

Entrei devagar e vi Juliette mudar a neném de seio. Seu semblante parecia preocupado.

- Não tenho leite. - ela disse assim que me aproximei. - Nossa filha não terá alimento.

- Calma. - disse lhe beijando a testa. - Ainda é cedo.

A neném permanecia junto ao seio da mãe e como não tinha alimento?

- Não vai saciar ela.

- Vai sim. Ela é pequena. Por hora é suficiente.

A bebê logo estava satisfeita. E o primeiro arroto ela deu nos meus braços. Enquanto isso minha esposa dormiu, estava exausta.

Fiquei com a bebê no colo e ela também dormiu. Fiquei a vigiar as duas. Eu estava plenamente grato, feliz e me sentindo um homem digno de amor.

...

A esposa Onde histórias criam vida. Descubra agora