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Pov Marilia

- Certeza que não vai dormir aqui?- Maiara fazia dengo enquanto eu tentava ir embora.

- Eu quero passar a noite com meu pai.- Falei passando a mão na cintura dela.- Mais amanhã depois da aula eu venho pra cá.

- Mais eu queria tanto que você dormisse aqui.- Ela passou a mão na minha nuca com jeitinho.

- Prometo que amanhã eu durmo.- Falei e ela fez bico.- Eu prometo.- Sorri de lado.

- Vou cobrar então.- Ela sorriu e me deu um selinho.

- até amanhã.- Falei saindo, eu não quis ligar pro meu pai ir me buscar então fui de metrô , eu estou me sentindo um pouco estranha o fato de saber que o homem que me fez e faz tão bem desde sempre não pode ser meu pai está me afetando muito, ele foi o cara que me mostrou o que eu tenho de melhor isso é tão injusto. Depois de uma hora eu estava em casa, já estava tarde então entrei com cuidado pra não fazer barulho.

- Pensei que iria dormir na casa da Maiara.- Meu pai falou assim que eu entrei, olhei e ele estava sentado na sala com um copo de whisky na mão.

- Eu não quis.- Resmunguei me sentando no sofá ficando de frente pra ele.

- Podia ter me ligado então, está tarde pra você ficar andando sozinha.- Ele falou bebendo um pouco do líquido amargo que estava em suas mãos.

- Não queria encomodar.- Suspirei.

- Você nunca me encomoda.- Ele falou e eu senti um aperto muito grande no meu peito, como ele vai reagir se eu realmente não for filha dele? Como eu vou reagir a isso?- Eu não consegui dormir ai vim beber um pouco pra ver se o sono vinha.- Ele balançou o líquido no copo.

- Insônia.- Falei com um sorriso fraco.- Tenho um pouco as vezes.

- Lembro quando você era pequena e eu não tinha um lugar fixo pra morar por causa do trabalho.- Ele sorriu.

- Eu gostava dos hotéis.- Dei os ombros.- As hidromassagens eram um máximo.

- Se eu não mandasse você sair.- Ele riu e negou com a cabeça - Você ficava pra sempre lá.

- Era uma boa época.- Sorri e ele me olhou.- Não tinha problemas.

- E ruim crescer.- Ele olhou pro chão.- Os problemas são muito maiores.

- Saudades de quando nosso maior problema era decidir qual sorvete iríamos pegar.- Sorri e ele voltou a atenção pra mim, seu olhar era triste como o meu, imagino que ele deve sentir a mesma coisa que eu.

- Se você quiser a gente não precisa fazer um teste.- Ele falou em um fio de voz, estava nítido o choro que estava entalado na sua garganta.- A gente pode ignorar sua mãe e fugir.- Ele deu um leve sorriso.- A gente sequestra a Maiara.

- Seria uma ótima solução.- Falei e uma lágrima escorreu em meu rosto.

- Você tá chorando?- Ele me olhou preocupado e eu escorei os cotovelos na minha perna e afundei meu rosto nas minhas mãos.- Ei não chora.- Ele se aproximou e me abraçou.

- Eu não quero fazer esse teste.- Eu falei sentindo o abraço apertado do meu pai, era reconfortante.

- A gente não faz.- Ele me deu um leve beijo na cabeça.- Tá tudo bem.

- Mais se a gente não fazer nunca vamos saber a verdade.- Eu chorei mais ainda, ele afastou nossos corpos e olhou nos meus olhos.

- A verdade pouco me importa.- Ele segurou meu queixo fazendo eu focar minha atenção nele.- Eu sou seu pai, independente de qualquer coisa.

Trilha Do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora