o pequeno principe

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passou- se alguns meses depois que a paternidade do Guilherme foi comprovada, grego estava mais feliz, o celular que ostentava um papel de parede com a foto da moto que ele pagou caro agora estampava um bebê com bochechas gordas e um cabelo loiro igual do pai, agora a mãe dele podia deixar ele aqui nos finais de semana, e admito que eu me encantei com o bebê e agora o segundo quarto é oficialmente o quarto do guilherme, todo decorado por mim em ton de azul ciano e branco gelo, os moveis bem minimalistas e funcionais, agora ele tem três meses e saiu do peito então não chorava muito a noite, ele é bem tranquilo e fácil de agradar por mais que algumas noites sou eu que fico com ele, não acho ruim até estou mais encantado com a fofura dele, incrível como ele se parece mais agora com o pai, antes os olhos claros que chamavam atenção idêntico aos da mãe tomaram uma tonalidade de avelã.

- Seu pai só precisa deitar que dorme, então agora é eu e você!

eu acariciei os cachinhos dourados dele e um sorrisinho sem dentes se fez no rosto redondo e gordinho.

ja era duas da manhã e finalmente ele pegou no sono então coloquei ele no berço e fui deitar do lado do grego, hoje ele chegou cansado e não falou muito apenas me arrastou pela centura e me obrigou a dormir mais cedo.

parando pra pensar ele chegou tarde essa semana inteira, era estranho ele não tinha o costume de ficar até tarde fora de casa.
decidi não me envolver muito nos negocios dele era uma regra tácita que vem desde o inicio do nosso relacionamento, eu não pergunto ele não me responde.

mas um som de notificação do celular que vinha da mesa dele me despertou a tela brilhante me entrigou isso não era comum, meu sexto sentido apontou pra tela que acendia a cada mensagem recebida. me levantei lentamente e tentei desbloquear mas estava bloqueado, coisa que não estava antes, meu sono foi pra estratosfera e meu odio emergiu, a vontade era de acordar aos gritos, mas não iria assusta-lo, ele simplesmente pode apagar e tudo não passar de ciúmes meu fui até ele cuidadosamente e agradeci por ele ter o sono tão pesado, segurei o dedo indicador dele e desbloqueou, agora tinha a caixa de pandora nas mãos fui até o banheiro e comecei a ler as mensagens recebidas, era de uma mulher, na foto ela estava com vestido bem comportado e maquiagem sutil segurando um arranjo de flores. decidi abrir a mensagem depois de relutar, eu estaria pronto pra o que estava alí? perguntar a mim mesmo não adiantou apertei o ícone e abri as mensagens

- Só pode estar brincando!

" Oi esqueci de te enviar o horário que estou disponível, desculpa por mandar mensagem a essa hora, voce pode vir às 14:00 da tarde? estarei no Restaurante Russol"

" E não se esqueça de trazer oque combinamos,

não, não é possivel ele não faria isso comigo, não agora que as coisas estavam indo tão bem, sempre tem algo pra estragar quando está tudo bem.

meu amor se você acha que vai meter um chifre em mim e eu não iria descobrir?
espero que esteja pronto pra aguentar as consequências.

olhei pra ele na cama todo jogado roncando e sem preocupação nenhuma aquilo estava me consumindo por dentro, meu sono não veio, desejei que o sol saisse logo no horizonte pra sanar a duvida maldita que pairava, meus olhos queimavam de tanto sono mas meu cerebro não parava de pensar abobrinhas e cenários de total escárnio sobre sua infidelidade como eu estou ciente do ridículo que estou sendo, ao perder o sono por causa de uma mensagem

finalmente o inicio da tarde começou, ja marcava 1:40 enquanto ele estava no banho preparei as coisas do guilherme mamadeiras, bolsa e brinquedos quando ele saiu pela porta deu um beijo no bebe e beijo e tentou me beijar mas apenas virei a bochecha. a sobrancelha dele fez um arco mostrando sua estranheza.

- Oque foi, porque ta com essa cara?

- Não consegui dormir direito meu amor, não se preocupe comigo.

- Isso esta estranho...

assim que ele saiu de moto demorou cerca de dez minutos antes dele estacionar alguns metros a frente, peguei as coisas do menino e sai. embarquei no carro e coloquei o Guilherme no bebe conforto, deixaria na casa da mãe dele, não precisei descer Isabelle estava me esperando.

- Desculpa ter que te chamar assim do nada surgiu algo que tenho que resolver.

ela levantou uma sobrancelha os olhos dela me decifraram como um livro aberto, não nos tornamos amigos longe disso, mas mantemos respeito e uma convivência saudável.

- Não precisa se preocupar, estava em casa mesmo! mas acho que você precisa ir pra algum lugar_ apontou pro caro ainda ligado

- Sim, sim valeu Isabelle!

agora só preciso descobrir onde ele está.

procurando o maldito restaurante encontrei o carro dele. assim que paguei passei pelas mesas e escolhi uma mesa não muito distante, mas que me escondesse entre aquelas pessoas. a minha ficha ia caindo aos poucos, ele estava realmente com um mulher, ela é bonita cabelos grandes e lisos, pele pálida e olhos escuros,
a forma que se vestia com requinte e elegância me fez sentir um pouco aliviado ao menos não é uma piriguete vulgar. sem perceber estava segurando a faca de mesa como se fosse cometer um crime de ódio.
o garçom percebeu me olhando receioso.

- Gostaria do cardapio senhor?

- Seu vinho mais caro por favor, não...um whisky com gelo, vinho é pra comemoração
e não ha oque comemorar.

- Mais alguma coisa?

- não apenas isso.

enquanto apreciava minha bebida tão amarga quanto ver o homem que devastou meu ser sorrindo pra outra, meus pensamentos se tornaram calmos e frios.
um no segurando a minha garganta não desfazia não importa Quantos tragos eu tomava.

- isso não tem como piorar.

cedo demais pra essa frase, ele tirou algo do bolso. a caixa escura que qualquer pessoa ja viu ao menos uma vez na vida.

- só pode estar brincando comigo....

as lágrimas sairam sem eu perceber, o sorriso surpreso dela avaliando a joia contrastava com a minha infelicidade.

deixei o dinheiro dentro do cardápio me levantei e fui embora.

Intragável  •  Apenas Respirar Não Basta                         Onde histórias criam vida. Descubra agora