Desmascarando o passado

52 3 0
                                    

Depois de uma hora no carro do Wagner já dava pra ver o morro.

- Porque vocês dois estão estranhos? nem falaram nada desde que entramos no carro.

- Não há nada pra falar Nicole!

- Tô é sentindo um clima estranho entre vocês dois, e não é dos bons.

- Como sempre atenta né?

Eu liguei o celular e o número de chamadas era um tanto exagerado, trinta chamadas perdidas do Grego, algumas da minha mãe! O barulho das notificações fez Wagner olhar pelo espelho.

- Caralho... São todas dele?

- É...bom, agora já era!

- Namoradinha Yuri?

- Não é da tua conta! Só dirije essa merda!

- Cara...pega leve! Não sei oque tá rolando aqui mas vamos pelo menos tentar ser gente!

- Relaxa ruivinha, eu não tava esperando nada bom desse garoto mesmo!

- Acho que nisso agente concorda não é?

Ele apenas bateu as mãos no volante e virou de uma vez fazendo agente quase cair do banco.

- Chegamos!_ele saiu batendo a porta, pegou um cigarro no bolso da frente. E acendeu dava pra tocar no estresse do ser humano chamado Wagner.

Nicole puxou a mochila pondo nas costas e tirou uma mala enorme!
Alguns dos homens do meu irmão acenaram pro Wagner ele acenou de volta, apagou o cigarro e pegou a mala de Nick, subimos as escadarias estavamos cansados. Entramos dentro da casa da minha mãe toquei a imagem da Virgem e logo entramos, estava quase igual como antes, a não ser o movimento desnecessário de pessoas, um monte de gente que nem sabia quem era!

- Eles chegaram!_meu irmão Rafael chegou na sala me abraçando, ele estava mais magro que o normal.

- tudo bem irmão?

- eu é que pergunto, está mais magro que antes, não está se cuidando Rafael?

- Não se preocupe comigo, eu estou bem,  está todo mundo lá trás.
Agente chegou dei um beijo na minha mãe e logo depois vi o Val me olhando com cara feia.

- Oi Val!

- Oi!_falou tão seco que saiu rasgando a garganta.

- porque esse tanto de gente?

- É a família da Vanessa!

- Quem é Vanessa?

- a sua cunhada garoto!

- Aaaaaa! Essa Vanessa!

- onde ela tá?

- Ela tá no dia de princesa dela, se arrumando pro casamento.

- Ela vai precisar!_peguei um copo de suco e virei de uma vez!

Já era quase tarde, o casamento ia acontecer em um espaço alugado fora da comunidade. A casa tava muito cheia fui pra fora e decidi a décima ligação do Grego.

- Oi, porque tá ligando pra mim?

- TU VIAJASSE E NEM ME FALASSE NADA BAIXINHO! VAI FICAR NESSA PORRA?

- Olha eu nem sei o porquê de te dar satisfação, mas eu já disse oque eu quero de Você, distância, seu irmão espancou a minha amiga e você acha que eu iria achar graça?

-CARALHO, TU TA LIGADO QUE TU TA ME CULPANDO POR UMA COISA QUE NEM FOI EU QUE FIZ? EU NÃO VOU ASSUMIR ESSA PARADA NÃO!

- Agora quer tirar o rabo da reta não é, mas não faz diferença, não liga pra mim, ou eu vou quebrar essa merda de chip, e vê se esquece que eu existo beleza?

-QUERO QUE TU FALE ISSO NA MINHA CARA, SÓ ESPERA, VAMO VER SE TU É BRABO MESMO, DAQUI A POUCO TO AI.

Ele desligou na minha cara, ha!.....filho da puta!

- Yuri, tua mãe tá chamando!

Assim que entrei tinha uma mesa cheia de comida que minha mãe fez, comi tomei banho, assim que deu três horas da tarde era a hora de se arrumar, a minha roupa já foi encomendada, coloquei, calça a camisa branca, tava mais enrolado que um apamonha. Alguém bateu na porta.

- Tem gente!

Quem batia insistia em continuar batendo.

- Tá ocupado porra!

- Val?_ele entrou sem perguntar ou explicar nada.

- Só quero falar um negócio rápido!

- Pode falar_continuei me arrumando ele sentou na cadeira perto da escrivaninha.

- Porque você veio?

- Há! Não precisa se preocupar, só vim porque a minha mãe pediu, mas eu vou embora amanhã.

- menos mal, espero que mantenha sua parte do combinado.

- Não se preocupe, com o dinheiro que você me deu estou me virando lá, não pretendo voltar pro Rio. essa camisa é uma merda!_eu tirei a camisa branca que já tava me dando nos nervos, percebi que o Val tomou um susto e esbarrou nas coisas em cima da escrivaninha. Ele olhava pra minhas costas... passou as mãos no rosto e saiu todo atordoado.

Estranho, mas olhei novamente pra camisa e tomei pra mim o desafio, de essa merda vai servir.

....

Todo mundo estava pronto, uma van apareceu na porta de casa, minha mãe estava linda usando um vestido laranja claro, os cabelos cacheados compridos soltos uma maquiagem leve, e um salto curto.
Meu irmão Rafael colocou o palitó cinza e a clérgima* os olhos azuis herdado do nosso pai era chamativo assim como o Ikaro os dois era as cópias fiéis do nosso pai, já eu puxei a minha mãe, os olhos castanhos claros e a pele morena, todo mundo entrou na van, Val e o Ikaro foram de carro primeiro.

- Espera eu esqueci a minha carteira.

- Filho agente vai se atrasar.

- É rápido mãe!_abri a porta da Van e entrei nas carreiras, subi pro meu quarto, peguei a bendita carteira e sai do meu antigo quarto, no fim do corredor vi a porta do escritório do val aberta, eu me contive mas as minhas pernas pareciam ter vontade propria, entrei no lugar, era bem espaço tinha um pequeno sofá no canto, uma mesa de madeira, algumas estantes com caixas e livros, e a mesa dele, com um computador e vários papéis, estava uma bagunça, havia papéis pelo chão vidro de copo, comecei a recolher os papéis e vi um que me chamou total atenção, nele tinha a logo do hospital que recebia tratamento, peguei a folha e comecei a ler, tinha uma cópia junto dele, mas não era igual, tinha dois resultados diferentes, um tinha toda a  a descrição detalhada do transtorno, medicamento e assinatura do médico geral, e outra apenas um laudo de ansiedade, meu peito esfriou, um pontada na minha cabeça me fez sentar no chão, passei as mãos nos cabelos me batia pra não ser o que pensava, mas estava tudo ali, até o número em um pedaço de papel, tirei uma foto daquilo e tentei me recompor, então foi ele, eu sabia que ele me odiava com força. Mas forjar uma doença terrível como essa, apenas pra me ver sofrer!
Algo me dizia que o que estava vendo ainda não era tudo. Mas estava demorando, desci as escadas e entrei na van.

-Por que demorou tanto?

- Não estava onde eu deixei!

Eu estava morrendo por dentro, queria que fosse mentira, que o que tinha lido fosse apenas uma mentira pra me deixar mal, mas isso até que fazia sentido.

Intragável  •  Apenas Respirar Não Basta                         Onde histórias criam vida. Descubra agora