Capítulo 25

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Unidade Prisional XXX.

- Hora de apagar as luzes! - um dos guardas grita e logo todas as luzes do presídio se apagam. Mais um dia longo havia acabado e por alguma espécie de sorte, Davis tinha conseguido sobreviver e agora poderia descansar, ou pelo menos tentar, o seu corpo no calção fino, que o fazia sentir como se estivesse deitando diretamente no concreto.

- Não está pensando em dormir, não é, Davis ? - Lucian o questiona de repente e acende seu isqueiro, a única luz naquele pequeno espaço, que ilumina uma parte do seu rosto, mostrando sua pele chamuscada pelo fogo.

- Q-quem ?! - Davis questiona assustado e recua para o canto da parede.

- Dizem que esse é o inferno, então quem mais estaria aqui além do próprio Diabo ? - ele traga a fumaça e logo depois a solta.

- I-isso é impossível... - Davis murmura e sente um calafrio percorrer a sua espinha. Não sabia quem ele era, ou como havia entrado ali sem ser visto, mas sabia de uma única coisa, iria morrer naquela noite.

- O que quer comigo ?

- Você deveria saber. Já que é um Padre! - Lucian ri e cruza as pernas.

- De acordo com esses livrinhos que vocês leem, o Diabo é o carrasco. Aquele que aplica punições aos meninos malvados. - ele dá de ombros e sorri. Davis se surpreende ao ouvi-lo e o encara aterrorizado.

- N-não... isso não pode ser verdade! - Davis murmura confuso e se levanta de repente da cama, caindo de joelhos sobre o chão e juntando as palmas das suas mãos. Ele começa a sussurrar uma espécie de oração e seu corpo treme de medo.

- Não perca seu tempo tentando, ele nunca ouve. Não há salvação aqui! - Lucian se levanta e segura seus cabelos, puxando cabeça para trás e o forçando a encara-lo. Ao ver o seu rosto mais de perto, Davis o observa com os olhos arregalados, que se enchem de lágrimas.

- Ser condenado pela justiça dos homens não é o bastante para mim. Você tocou em algo que me pertence, e vai pagar por isso. - Lucian fala em um tom ameaçador e seus olhos se tornam sombrios, logo depois ele traga um pouco da fumaça do cigarro e a solta no rosto de Davis, que fecha seus olhos e começa a tossir.

Ao abri-los, Davis está sozinho novamente e sua mente parece nublada, se sentindo confuso. Tudo parece normal, até que ao olhar para baixo, em direção ao seu quadril, ele percebe que está sentado sobre uma poça de sangue.

Davis se assusta e ergue seus braços, se deparando com uma cena chocante. A extensão distal dos seus antebraços jorrando sangue após suas mãos terem sido decepadas. Ele grita, sentindo uma dor excruciante.

- A-alguém por favor... eu preciso de um médico! - Davis tenta chamar por ajuda, mas ninguém o ouve. Não há nenhum barulho de guardas ou dos outros prisioneiros.

- Pelo amor de Deus, alguém me ajude! - ele implora entre o seu choro e se sente desesperado. Sabia que ninguém viria ajuda-lo.
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- Lucian, onde você está ? Sua folga acabou ontem! - a voz masculina na chamada esbraveja.

- Sério ? Nem percebi! - Lucian brinca.

- Olha aqui, seu...

- Fica calminho, só liguei pra dizer que me demito. Pode encontrar outro investigador para me substituir, não é ?

- Espera, o que você... - ele questiona confuso, mas antes de que pudesse terminar a sua fala, Lucian encerra a chamada e deixa um longo suspiro sair.

- Preciso ir, ou vou chegar atrasado... - Lucian sussurra para si mesmo ao ver as horas no painel do carro e acelera. Queria chegar a tempo de buscar Killian na faculdade.

Paixão e PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora