Capítulo 7

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Killian acorda de repente após uma noite conturbada e cheia de pesadelos. Ele suspira e segura a camisa de Lucian com mais força, relutante em levantar, mas a voz barulhenta do outro lado da porta o faz saltar da cama assustado.

- Levante, Killian. Já é hora de acordar! - seu pai grita com o seu típico tom intimidante.

- Já estou indo! - ele esconde a camisa de Lucian entre os lençóis, com medo de ser visto, mas para sua sorte, seu pai não entra no cômodo e apenas desce as escadas em direção ao andar de baixo.

- Graças a deus... - Killian murmura e suspira novamente, em seguida confere as horas no relógio sobre sua mesa de cabeceira e nota que está muito atrasado. Ele corre em direção ao banheiro e toma um banho rápido, não queria decepcionar o seu pai.
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Após limpar todo o altar e o salão onde eram celebradas as missas, Killian se senta em um dos bancos e deixa um longo suspiro sair, estava exausto.

- Estava mais sujo do que imaginei... - ele sussurra para si mesmo e logo acaba se perdendo em seus pensamentos, lembrando do tempo que passou na casa de Lucian e do quão próximos se tornaram por isso.

- O Sr. Lucian é tão gentil... - Killian sussurra novamente e seu rosto cora, seu coração começa a palpitar e ele se sente inquieto. Não sabia descrever o que estava sentindo, mas por algum motivo não parava de pensar em Lucian e sempre estava se perguntando o que ele estaria fazendo, se estaria prendendo criminosos por aí, ou até mesmo se estaria com alguém.

- Me pergunto o porquê eu sempre estou pensando nele, talvez eu seja o único que se sente estranho. - ele olha em direção ao altar e sente seu peito doer. Não queria ser estranho ou deixar Deus decepcionado, mas não podia controlar os sentimentos desconhecidos que lentamente surgiam em seu coração.

- Killian ? - uma voz feminina o chama, o trazendo de volta para a realidade.

- Michele ? - ele fala surpreendido ao ver a mulher parada no corredor. Desde que o Padre foi preso, poucas pessoas ainda frequentavam a igreja.

- Por que está aqui ? - ela o questiona curiosa e desconfiada.

- Limpando. - Killian mostra o pano para tirar pó que estava segurando e ri.

- Seu pai te obrigou a limpar de novo ? - a mulher revira os olhos e suspira. Todos sabiam que seu pai o fazia ser o "pau para toda obra".

- Tudo bem, eu gosto de vir e limpar. Me ajuda a relaxar.

- Bom, se você diz...

- Mas e você ? Por que está aqui ? Poucas pessoas têm vindo para orar ultimamente. - ele fala um pouco tristonho.

- Eu vim para orar... mas já que você está aqui, posso pegar o seu ombro emprestado ? - ela questiona um pouco envergonhada e hesitante.

- Claro, ficarei feliz em ouvir! - Killian concorda com um largo sorriso em seu rosto. Se sentia bem em ser útil.
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- Tchau Killian, obrigado por me ouvir. - ela fala com a voz embargada e acena.

- Não foi nada, volte quando quiser! - ele também acena e sorri enquanto observa a mulher sair da igreja. Ao ficar sozinho, Killian sente seu celular vibrar dentro do seu bolso, ele pega o objeto e se surpreende ao ver a identificação da chamada.

- Lu-Lucian, oi! - Killian fala nervoso ao atender, não esperava falar com ele antes do julgamento.

- Onde você está agora ?

- Na igreja... por que ?

- Estou indo ai, vamos sair.

- O quê ? Ma-mas para aonde vamos ?

Paixão e PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora