Capítulo 22

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Uma semana depois.

- Lucian ? - Killian o chama enquanto caminha pelo corredor, indo em direção a cozinha. Ao chegar, ele se depara com o cômodo vazio e apenas um bilhete preso na porta da geladeira.

- Mais um dia sozinho... - ele murmura para si mesmo e sorri, tentando se convencer de que estava bem, mas não estava. Desde o dia em que o evitou em público, Lucian não dorme mais em casa e quando vem, fica por algumas poucas horas e logo sai sem se despedir. Estava realmente decidido a ignora-lo.

- Eu odeio isso... - Killian suspira e vai para a sala, se senta no sofá e agarra uma das almofadas. Não sairia dali até ver o rosto de Lucian.

- Espero que volte logo. Estou com saudade. - ele sussurra e apoia o seu queixo sobre a almofada, se entregando ao silêncio agonizante daquele imenso apartamento.
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Após um dia corrido no trabalho, Lucian chega ao apartamento e entra cuidadosamente, evitando fazer algum barulho que anunciasse a sua chegada.

Ele caminha apressado em direção ao interior do apartamento. Queria pegar o que precisava e sair o mais rápido possível.

- Lucian ? - a voz sonolenta e fraca de Killian o chama, antes de que ele possa sumir no corredor.

- Chegou agora ? - ele se levanta, mas acaba precisando se apoiar no sofá ao sentir sua cabeça girar e suas pernas tremerem.

- Killian! - Lucian se aproxima preocupado e o ajuda a se sentar.

- Está se sentindo mal ? Qual o problema ? - ele se ajoelha em frente a Killian, segura seu rosto com as duas mãos, e agora que está tão perto, pode notar o quão pálido e fraco ele parecia.

- Tudo bem, eu só fiquei tonto... - Killian segura seu pulso direito e usa a ponta dos seus dedos para acariciar a palma da sua mão.

- Por que estava aqui, Killian ? Deveria estar no seu quarto descansando.

- Eu queria te ver... - ele murmura um pouco tímido. Lucian se surpreende e sente o grande peso da culpa sobre os seus ombros.

- Killian, você não...

- Eu sinto muito, Lucian... por favor, não fique bravo comigo! - Killian fala com a voz embargada e os olhos cheios de lágrimas.

- Não estou bravo, Killian. - Lucian beija sua testa e depois o abraça.

- Não minta! Você está me ignorando!

- Killian, não é isso... - ele murmura com a voz embargada. Odiava vê-lo sofrer, principalmente quando era o causador do seu sofrimento.

- Então qual o problema, Lucian ? - Killian se afasta e o observa ansioso.

- É melhor assim, Killian. Não quero machucar você. - ele beija sua testa novamente e se levanta.

- Não! Você não vai continuar me ignorando! - Killian segura seu pulso com força. Uma força que apenas Miguel tinha.

- Eu não sou mais uma criança, Lucian. Também não sou algum tipo de boneco de porcelana que pode quebrar a qualquer instante. Eu sou um homem e quero que me trate como tal!

- Quer ser tratado como um homem ? Que escolha perigosa de palavras, Killian. - Lucian se inclina para frente, ficando bem próximo ao seu rosto e o encara com um olhar frio.

- Eu tenho tentado ser gentil, tentado ser paciente e não te forçar a fazer algo que pode te machucar, mas eu também sou um homem, Killian. Um homem cheio de desejo que vai te devorar na primeira oportunidade sem hesitar. É isso o que quer ? - ele sussurra e roça seus lábios contra os de Killian.

Paixão e PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora