Capítulo 38

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- Ele vai ficar bem ? - Killian questiona preocupado enquanto acaricia os cabelos de Lucian.

- Vai, só precisa descansar um pouco. - Lilith o tranquiliza.

- Tem certeza ? Parecia que ele estava sentindo muita dor...

- Lúcifer é mais forte do que você pensa, um ferimento como esse não o mataria. - ela suspira e toca seu ombro, como uma forma de acalmá-lo e passar um pouco de confiança.

- Eu já vi isso acontecer antes e ele sempre volta.

- Entendi... - Killian suspira e se inclina para frente, beijando sua testa. Lilith franze o cenho, se sentindo um pouco incomoda com toda aquela situação e decide deixá-los sozinhos, antes de dizer alguma besteira.

- Preciso ir, me chame se precisar de algo. - ela acena com a cabeça e segue em direção a porta.

- Lilith! - Killian a chama de repente.

- Sim ? - ela para e se vira em sua direção.

- Obrigado. - ele agradece com um sorriso gentil e um olhar ingênuo.

- Não foi nada. - Lilith fala de forma fria e sai rapidamente. Não podia mais suportar todo aquele teatro.

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- Eva! - Lilith a chama ao entrar no quarto e tira sua jaqueta, a jogando sobre a cama.

- Lilith, como ele está ? - Eva a questiona preocupada ao se aproximar.

- Ele está ótimo! - ela responde um pouco alterada.

- Bebê, qual o problema ? - Eva acaricia seu rosto e a encara ansiosa.

- O Lúcifer, ele...! - Lilith murmura, mas hesita e deixa a frase inacabada.

- O que aconteceu ?

- Eu só não entendo o que se passa pela cabeça daquele idiota. - ela suspira e esfrega os olhos.

- Ele é a criatura mais forte que já vi, praticamente invencível, mas continua fingindo ser um fraco por causa do Miguel!

- Do que está falando ? - Eva questiona confusa.

- Estou falando que o Lúcifer se deixou ser golpeado de propósito! - Lilith grita irritada.

- O que...? - Killian, que estava parado em frente a porta e acabou ouvindo sua conversa, a observa confuso.

- Porra... - ela resmunga e deixa um longo suspiro sair. Queria evitar aquele tipo de conversa a todo custo.

- Do que está falando, Lilith ? - ele se aproxima de repente e a segura pelo braço. Queria respostas.

- Killian, vamos nos acalmar primeiro... - Eva tenta acalmar os ânimos.

- Não! Eu quero saber! Estou cansado de todos guardando segredos.

- Se ouviu tudo, por que está me perguntando ? É exatamente o que eu falei, Lúcifer foi ferido de propósito. - Lilith fala indiferente, abrindo o jogo sobre a situação. Killian a observa com um olhar vago, como se ainda estivesse tentando processar tudo.

- LIlith, por favor! - Eva tenta fazê-la voltar a si.

- Não, Eva! Já chega desse maldito teatro. Ele precisa saber! - ela esbraveja e volta sua atenção para Eva.

- Então ele fez de propósito... por que Lucian faria isso ? - Killian murmura com a voz embargada.

- O que você acha ? Ele só deixou o Arcanjo feri-lo porque você estava lá! Nunca se perguntou porque o tão temido Rei do Inferno sempre agia de forma moderada quando estava com você ? Lúcifer só está fingindo ser bonzinho e fraco para te agradar!

- Por mim ? Mas eu nunca...

- Acorda, Killian! Você não vê que tudo é um jogo ? - Lilith se solta e agarra seus ombros, balançando seu corpo.

- Lilith, pare agora! - Eva tenta separá-los, puxando Lilith para longe.

- Se continuar falando, vai acontecer a mesma coisa de novo! - ela a adverte, enquanto a encara com um olhar preocupado e irritado.

- De novo ? O que vai acontecer de novo ? - Killian se aproxima bruscamente e segura Eva pelos braços, no mesmo instante, por um reflexo de proteção, Lilith o agarra pela camisa e o tira do chão.

- Não toque nela. - ela lança um olhar mortal, que o faz estremecer. Killian segura em seu antebraço, buscando por algum apoio.

- Se quer saber o que seu amado esconde, pergunte a ele. Estamos cansadas de todas as suas merdas! - Lilith o solta e Killian cai no chão sem forças, um pouco assustado.

- Killian! - Eva se ajoelha próximo a ele, e o ajuda a se levantar.

- Eva, vamos embora. - ela estende sua mão.

- Você passou dos limites, Lilith. - Eva a repreende e guia Killian para fora do quarto. Ao vê-los sair, Lilith cerra seu punho e sente o peso da culpa recair sobre os seus ombros.

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- Tem certeza de que vai ficar bem sozinho ? - Eva o questiona com um olhar preocupado em seu rosto.

- Tenho. - Killian lhe mostra um sorrisinho gentil.

- Tudo bem... - ela suspira e decide recuar. Mesmo que quisesse, não havia nada que pudesse fazer por Killian naquela altura. Eva acena com a cabeça e sai do cômodo, o deixando sozinho com Lucian, que ainda está inconsciente.

Ao ver a porta se fechar, Killian deixa um longo suspiro sair e com ele, as lágrimas que estava segurando. Se sentia tão decepcionado, confuso e solitário, que não conseguia pôr seus pensamentos em ordem.

- Porra... - ele resmunga com a voz embargada e volta seu olhar para a cama, onde Lucian repousa tranquilamente. Killian se aproxima e se aconchega ao seu lado, com a cabeça recostada sobre o seu peito.

- Por que nunca me disse a verdade, Lucian ? - Killian murmura e as lágrimas escorrem pelo seu rosto em direção ao peitoral de Lucian. Quanto mais se questiona sobre os motivos que levaram seu amante a ocultar todas aquelas coisas, mais apertado seu peito fica, o deixando com uma sensação de agonia e nó na garganta, que o impedem de respirar corretamente.

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Após algumas horas imerso em diversos questionamentos, Killian se levanta, com os olhos inchados e uma forte dor de cabeça depois de chorar por tanto tempo. Ele para por alguns segundos em frente a cama, observando Lucian dormir e se inclina para frente, o beijando.

- Eu voltarei logo. - Killian murmura e acaricia seus cabelos. Logo depois ele segue em direção a saída e caminha pelo palácio até o pátio.

- Rafael! - ele grita e ergue seu olhar para o céu escuro do inferno.

- Eu sei que pode me ouvir! - Killian continua olhando para cima, esperando ver alguma coisa, mas não há nada de incomum.

- Não esperava que me chamasse tão cedo, irmão. - Rafael, que estava logo atrás dele, fala em um tom tranquilo. Killian se vira bruscamente ao ouvir sua voz e se surpreende ao vê-lo parado ali.

- Vo-você veio... - ele murmura.

- Você me chamou, não foi ? - Rafael sorri.

- S-sim! Eu... - Killian hesita.

- Vamos ? Nossos irmãos estão esperando por nós. - ele se aproxima e estende sua mão. Killian se surpreende com seu convite, mas algo em seu coração o diz que deveria segui-lo.

- Sim...

Paixão e PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora