ANAHÍ
Os meus dedos tremem ao tirar o cartão da bolsa para destrancar a porta da minha suíte no hotel. Eu não me viro para olhar para Poncho enquanto abro a porta e entro no quarto, acreditando — esperando — que ele estivesse me seguindo.
Ele estava.
No segundo em que a porta se fecha atrás de nós, ele me põe contra a parede e cola a boca na minha. Eu me entrego por completo. Passo os braços em torno do pescoço de Poncho arqueando o corpo em sua direção. O corpo dele é uma revelação — os músculos fortes e a sólida extensão de sua ereção pressionam meu abdômen.
Eu já sabia como era o toque, o cheiro dele, a sensação de seus lábios nos meus. Mas aquilo era diferente.
Daquela vez era real.
Quando a língua dele desliza pelos meus lábios, eu os abro com um gemido.
Até que enfim nós íamos fazer aquilo direito.
Nossas línguas se tocam, provando uma à outra, acariciando-se. O beijo de Poncho é mais forte, mais audacioso que o de Lorenzo. E eu me deixo levar.
Por mais que já tivéssemos feito isso antes várias vezes, tudo é novo. Nós não somos Carmen e Lorenzo nesse momento. Somos só Anahí e...
— Poncho — sussurro, minha boca colada à dele.
Ele pressiona os lábios na curva do meu pescoço e faz um som questionador com o fundo da garganta.
— Me toque, por favor. — eu peço.
Ele obedece.
Suas mãos deslizam pelas minhas costas, num caminho certeiro, contornando as laterais do meu corpo e minha cintura, parando em minha bunda para apertá-la e então descendo pela parte de trás das minhas coxas. Ele me levanta como tinha feito quando filmamos o episódio quatro. Aquilo tinha me deixado arrepiada em cena, e estava fazendo com que me arrepiasse de novo.
Ainda me beijando, Poncho me carrega até a mesa onde tínhamos comido pizza e tomado vinho, e me coloca sentada sobre ela. Então ele pressiona o quadril contra o meu, e senti-lo daquele jeito faz com que eu deseje desesperadamente tocá-lo também.
— Tira — eu imploro, puxando a camiseta dele. — Tira agora.
Ele se afasta apenas o suficiente para alcançar as próprias costas, passando as mãos em torno da camiseta e arrancando-a pela cabeça. Na difusa luz de Nova York que entrava pelas janelas — porque nós nem pensamos em acender a luz ao
chegar —, eu corro os olhos e os dedos pelos ângulos e retas dos músculos de Poncho. Eu senti vontade de tocá-lo desde que o vi na esteira da academia.
E agora eu podia.
Mas Poncho não se contenta em apenas ficar parado e deixar que eu o toque. Ele se inclina na minha direção, capturando minha boca novamente, com fervor.
E então me surpreende, murmurando junto aos meus lábios:
— Isso não é um beijo cenográfico.
— Não — eu concordo, unindo a minha língua à dele de novo, para me convencer. Beijar de língua era um limite que nós nunca havíamos ultrapassado no trabalho. — Até porque você claramente não está encenando.
Ele ri, e então afasta a boca da minha para traçar uma linha pelo meu pescoço, chegando até meu ombro nu.
— Essa blusa — ele diz baixinho, correndo os dedos por debaixo da alça. — Você usou essa blusa para me deixar doido?
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Mise-en-scène AyA - Adapt [Finalizada]
RomanceAnahí Puente é uma famosa atriz de soap operas* que, após um relacionamento desastroso, vê seu nome ser associado a tabloides de fofoca de forma incessante. Abalada, ela decide focar na sua carreira e elevá-la a um novo patamar após conquistar o pap...