Capítulo 33

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Alexandre 

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Alexandre
 

Giovanna tinha ido dormir no sofá só de pirraça. Agora veja se tem cabimento uma coisa dessa. A última vez que fizemos tudo do jeito que ela queria, saí com ela nos braços sangrando, desesperado achando que ela tava perdendo o bebê.
 
Aproveitei que estava sozinho no quarto e fui ver meu jogo de futebol. Sabia que mais cedo ou mais tarde ela iria voltar. O sofá era confortável, mas não era como a nossa cama.
 
No intervalo do primeiro tempo, desci até a cozinha para beber água e catar uma besteira pra comer. Mas a real é que eu queria ver como ela estava.
 
Para minha surpresa, não estava no sofá, não estava na cozinha, muito menos na varanda. Só podia ter ido ver as meninas.
 
Peguei a água e um pacote de biscoito e voltei para o meu jogo. Eu não ia ficar me culpando por querer cuidar da minha mulher e proteger o meu filho. Qualquer um faria o mesmo.
 
Jogo encerrado desci novamente para deixar o copo na pia e ver se ela já estava deitada. E realmente estava. Parecia dormir tranquila. Me aproximei e fiz um carinho em seu cabelo.
 
— Te amo até quando você é mimada e chatinha sabia? — Falava sozinho, enquanto observava ela dormir.
 
Não sei por quanto tempo fiquei ali, mas foi tempo suficiente para ela acordar e me dar um susto.
 
— Credo assombração, tá fazendo o que me olhando dormir?
 
— Vim te chamar para voltar pra nossa cama, não tem cabimento você passar a noite aqui.  Vai acordar cheia de dor, amor.
 
— Aqui tá ótimo, só acordei porque senti alguém me olhando. Vai pra cama, me deixa aqui — Se cobriu e me virou as costas.
 
— Giovanna para, é serio, volta pra nossa cama. Nós nunca dormimos separados. Só quando tô trabalhando. Para com isso.
 
— Você brigou comigo, me chamou de egoísta e mimada. Eu não sou isso, você me magoou.
 
— Me perdoa, foi no calor do momento. Você também me chamou de lerdo bem na hora que a gente tava transando, fiquei mal na hora. Sobe comigo vamos?
 
— Eu não chamei. Eu falei que você tava fazendo tudo muito devagar, eu queria só um pouquinho mais intenso. Fiquei chateada porque queria muito e você me deixou só na vontade.
 
— Depois te recompenso eu juro, prometo minha vida, agora vamos, você não pode dormir aqui, tem que ir pra cama dormir bem. Te levo no colo quer?
 
— Para de ser fofo, eu to brava que não gozei — Saiu na frente com o travesseiro na mão, rebolando aquela bunda enorme.
 
Chegamos no quarto e ela foi logo fazendo uma barreira de travesseiros, eu queria rir, sabia que aquilo não iria durar nem meia hora, assim que ela quisesse dormir de verdade, iria se aconchegar ao meu corpo. Eu conhecia a peça.
 
— Não ultrapasse os limites, quero dormir sossegada — Tentava manter a postura de durona.
 
— Só vou dar boa noite pro bebê então, pode?
 
— Seja rápido.
 
Levantei a camisola dela, deixando a barriga exposta. Ainda não tinha nenhum volume. Fiz um carinho e comecei a falar com o bebê. 
 
— Boa noite, garotão.  Papai não vê a hora de te conhecer, pegar você no colo, dar cheirinho sabia? Se comporta e não deixa sua mãe irritada, ela desconta no papai.
 
— Para de corromper a criança Alexandre. Acabou? Vai logo.
 
— Beijo filho, dorme bem — Beijei a barriga dela e fui para o meu lado da barreira de travesseiros.
 
Eu não conseguia dormir, Giovanna também não, se mexia o tempo inteiro procurando uma posição. Decidi tomar a atitude que deveria ter tomado desde o início.  Retirei aquela porcaria de barreira e a puxei formando a nossa conchinha.
 
— Que isso? Me larga, bota os travesseiros onde estavam.
 
— Cala a boquinha e dorme, deu de pirraça por hoje.  Eu também só durmo bem, sentindo você. Agora se encaixa direito e bora dormir. Amanhã você briga.
 
Ela, sem discutir, se aconchegou e não demorou muito a dormir. Eu também não demorei, estava cansado demais.
 
Fui acordado às cinco da madrugada por duas criaturinhas que tinha dormido muito cedo e já estavam tocando fogo em tudo uma hora dessa.
 
— Ei, ainda ta cedo, papai e mamãe estão com sono. Sobe, deita lá no cantinho e pode ir dormir, as duas.
 
— Eu não quelo mimi, quelo desenho — Maya foi logo atrás do controle da tv.
 
— Eu que tetê, Lili tá com fome.
 
— Deita lá do lado da mamãe filha, devagar pra não fazer dodói no peitinho, ta? Maya volta aqui, papai tá falando que é hora de mimi.
 
Que criança agitada, meu Deus, era ligada igual à mãe. Tive que pôr o controle no armário, onde ela não alcançava, caso contrário ela acordaria Giovanna com o barulho.
 
— Lili, mama e dorme com a mamãe, papai vai descer pra Maya comer e dormir lá na sala.
 
Desci com Maya, fiz uma vitamina de banana, entreguei o copinho e liguei a TV no canal de desenho. Deitei e ela deitou no meu braço.
 
— Assiste caladinha, papai vai dormir mais um pouquinho. Obedece tá bom filha?
 
Apenas acenou com a cabeça, sem largar o bico do copo. Não sei quanto tempo se passou, acordei sentindo cócegas no meu rosto e um cheiro esquisito. Ainda meio sonolento, só escutei a voz de Maya.
 
— Agola pega o batom vemelho imã.
 
— Papai lindo, somba azul de menino — Agora era a voz de Lia.
 
— O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO? — Minha voz mais alta, assustou as duas, que arregalaram os olhos. — Não me digam que essas são as coisas que a mãe de vocês passa na cara? Vocês passaram no papai?
 
— Xim, tá lindo papai, olha ati no epelho — Me ofereceu um espelho pequeno.
 
Tomei foi um susto com o tanto se coisa que elas tinham passado, tava todo colorido, parecendo um palhaço.
 
— Onde vocês pegaram isso? Cara a mãe de vocês vai me matar. Bora juntando tudo antes que ela acorde.
 
Enquanto as bênçãos juntavam tudo na sala, eu corri no banheiro pra lavar o rosto e tirar aquela porcaria. Quanto mais sabonete eu passava, pior ficava. Depois de muito esfregar e lavar, finalmente saiu. Mas ainda sentia minha pele pegajosa.
 
— Me dá isso aqui, tem que limpar tudo antes de guardar. As duas vão ficar de castigo, sem o sorvete da praia. As coisas da mamãe não é brinquedo.
 
Me olhavam sérias, e de mãos dadas. Elas sempre se união na hora da bronca.
 
— Sentadinhas lá no sofá que o papai vai secar tudo e guardar.
 
Limpei cada frasco, sequei e subi para guardar.  Por sorte Giovanna ainda dormia. Coloquei tudo na gaveta da penteadeira dela e já ia saindo do quarto, quando ela chamou.
 
— Amor, vem aqui.
 
Fiquei até aliviado por ela me chamar assim tão carinhosa.
 
— Desculpa por ontem tá? Eu tava sob efeito de hormônios se grávida.  Perdi a paciência.
 
— Não precisa se desculpar, esquece isso, tá bem? Quer comer aqui ou na sala? As meninas estão acordadas desde às 5h.
 
— Senti a Lia no peito, cadê elas? — Coçava os olhos, despertando. — Alexandre, que batom é esse no seu pescoço? — Sentou na cama, mas rápido que o flash.
 
— Não é nada que você tá pensando, amor, deixa eu explicar.



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