Capítulo 35

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Abaixei o arco no meio de um arquejo de surpresa. Mingi jogou Taehyung de cima dele, fazendo o mesmo acertar uma árvore, enquanto ainda gritava e tentava remover a flecha que estava na sua perna.

-Pelos. Deuses! -Exclamei, sem acreditar. Eu tinha acertado. Eu tinha realmente acertado.

-Jimin! -Salém gritou, de um lugar mais afastado da floresta. Virei as costas e comecei a correr em direção a ele, desviando das árvores enquanto prendia o arco nas minha costas de novo. Mingi me alcançou em segundos, correndo ao meu lado na sua forma de lobo.

-Suba nas minhas costas. -Ele mandou, parando de correr para eu pudesse subir em cima das suas costas.

E novamente ele começou a se movimentar, enquanto me segurava firme em seus pêlos e apertava minhas pernas em volta do seu grande corpo como meio de sustentação.

Encontrei Salém sobre uma árvore caída, com os pelos arrepiados e os olhos amarelos esbugalhados. O agarrei e pressionei contra meu peito, enquanto Mingi corria comigo em suas costas. Salém estava com o coração acelerado e tremia contra mim.

-Pra onde vão? -Olhei para Mingi, vendo ele girar a cabeça imensa pra mim. Não me surpreendi por ouvi-lo falar. Acho que já estava acostumado com animais falantes.

-Uma cachoeira perto do Clã Hecata. -Salém murmurou, antes que eu falasse. - Tínhamos um mapa, mas ele já era.

-Uma cachoeira.... onde na floresta existe uma mesa de pedra? - Mingi indagou, enquanto ainda corria. À nossa frente, eu já podia ver a silhueta do rio aparecendo.

-Isso! -Eu e Salém falamos juntos. Mingi parou de correr quando chegamos à margem do rio. Ele olhou para trás, movendo as orelhas como se estivesse se concentrando para ouvir ao longe.

-Hoseok já controlou a situação com os vampiros. -Afirmou, voltando os olhos grandes pra mim. Em quanto descia das suas costas. -No bolso interno da sua jaqueta, tem uma pedra.

Enfiei a mão na mesma, puxando a pedra de tom cinza fosco. Cabia perfeitamente na palma da minha mão.

-É encantada. Se precisar de ajuda, segure-a e pense em nós. Saberemos onde está e iremos ajudar na mesma hora. -Afirmou, fazendo meu coração apertar.

-Por que? Fariam mesmo isso? -Indaguei, soando um pouco ingênuo demais.

-Não somos inimigos dos humanos, Jimin. -Ele começou a se afastar. -Siga rio acima. Vão chegar às montanhas do vale. Só vão precisar cortar uma caverna e então chegarão à cachoeira.

-Obrigado. -Murmurei, em meio a respiração pesada. -Obrigado por tudo.

Ele balançou a cabeça e então se virou, correndo pela floresta em direção a onde Taehyung havia ficado. Apertei mais Salém contra mim e não pensei duas vezes antes de voltar a correr, rio acima.

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Andamos pelo restante do dia, sem nunca deixar de sair de perto da margem do rio. Pularia nas águas rápidas sem pensar duas vezes, se qualquer coisa ousasse me atacar. Salém ficou sobre meu ombro, olhando para trás, como se esperasse ver Taehyung ali, pronto para me agarrar e me levar.

Quando a noite caiu, subi em outra árvore, como na primeira noite. As fadinhas não demoraram para aparecer, deixando a noite brilhante. Não dormi direito. Na verdade, fiquei com os olhos fixos nas águas do rio. Vendo elas correrem contra as pedras de forma rápida e um pouco violenta.

Salém dormiu sobre o meu colo, com a cabeça escondida na minha jaqueta. A adaga estava nas minhas mãos, mesmo que as fadinhas mostrassem que estava tudo bem. Quando o sol finalmente clareou no horizonte, nos colocamos em movimento de novo.

Foi mais um dia longo de caminhada. A fome estava consumindo meu estômago naquele momento. Havia comido apenas algumas frutas pelo caminho. Mas não parecia suficiente. Imaginei que estávamos no meio da tarde, já que o sol estava no ponto mais alto do dia. Quente como o inferno.

Foi nesse ponto que encontramos as montanhas do vale. O rio entrava por uma extensa caverna e desaparecia no meio da escuridão. Uma única troca de olhares com Salém foi o suficiente para eu seguir em frente e entrar nela. As fadinhas clarearam o caminho enquanto eu pisava no chão firme e úmido. Talvez tenham sido poucos minutos na caverna, até eu ver a luz do outro lado. Mas pareciam ter sido longas horas intermináveis.

Eu estava exausto quando finalmente visualizei toda silhueta das montanhas e do rio que cortava o vale, em direção ao mar. Podia me lembrar perfeitamente da silhueta do castelo Hecata no pico daquelas montanhas. Mas ele não estava à vista naquele momento.

Salém seguiu no chão naquele momento, já que parecia saber exatamente onde estávamos agora. Ele olhava para os lados e andava cada vez mais rápido, mostrando o caminho a se seguir. Fui atrás dele, em um silêncio completo, que estava me incomodando já. Mas mesmo que eu quisesse falar, eu não conseguia.

O medalhão escondido na minha jaqueta parecia pesar mais a cada passo que eu dava, mais para perto de onde a cachoeira ficava. Toquei o mesmo dentro do bolso, sentindo uma corrente elétrica passar dele para mim. A imagem de Jungkook naquela sala, me observando tocar piano, invadiu minha mente, fazendo meu coração dar um salto no peito.

Eu o iria libertar. Iria vê-lo em carne e osso dessa vez. A verdade era como se eu estivesse sendo atingido por outra corrente elétrica, que aquecia o ar ao meu redor e fazia meu corpo vibrar em ansiedade. Aquela coisa dentro de mim, parecendo cada vez mais viva, me deixava desconcertado.

Ergui os olhos do chão quando comecei a ouvir o som inconfundível de uma queda de água. Olhei para Salém e ele pra mim. Então nós disparamos pela floresta. Cortando as árvores, deslizando pelas pedras do leito do rio. Ele fazia uma pequena curva na floresta e assim que a fiz, pude ver a silhueta da enorme queda de água. Uma cachoeira imensa no meio da floresta.

-É aqui. -Salém olhou ao redor, observando tudo com atenção. -Venha! Temos que atravessar o rio para o outro lado.

Segui ele para mais perto da cachoeira, vendo que ele pretendia passar pelas pedras que haviam atrás da água que caia de forma rápida. Olhei para o outro lado do rio, sentindo minha respiração falhar ao ver a mesa de pedra.

-Jimin, vamos! -Salém chamou, me fazendo sair do torpor e voltar a andar. Segurei ele e caminhei contra a parede de pedra atrás da cachoeira, sentindo as pedras abaixo de mim muito lisas. Salém pulou do meu colo assim que chegamos ao outro lado.

Puxei o medalhão para minhas mãos, vendo a pedra branca brilhando com mais intensidade do que eu jamais tinha visto.

-Eu estou aqui, Jungkook. -Olhei em direção a mesa de pedra. -Vamos trazê-lo de volta.

Continua...

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Espero que tenham gostado desse capítulo.

Estão ansiosos para o reencontro?

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