[Concluída]
A milênios de anos atrás um trato entre vampiros e humanos foi estabelecido para que ambas as espécies não entrassem em uma guerra que estava prestes a acontecer. Então as terras foram divididas entre norte e sul. O norte se tornou dos v...
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Abri um sorriso fraco, não sabendo o que esperar naquele momento. Namjoon ficou parado olhando fixamente pra mim sem mover um músculo sequer. No segundo seguinte ele abaixou os olhos para chão.
-Vocês podem me dar licença? -Pediu, se voltando para os homens que estavam no quarto com ele. -Acho que preciso de alguns minutos sozinho.
-Está tudo bem, alteza? -Um deles perguntou, recebendo um aceno rápido de cabeça do príncipe.
-Sim, só preciso de um momento. -Ele gesticulou em direção a porta para eles. -Por favor.
Observei os homens saindo do quarto, enquanto o Namjoon caminhava até lá e fechava a porta, passando a tranca. Abri as portas da varanda no mesmo instante, atravessando o cômodo em um segundo. Namjoon se virou e abriu os braços, ao mesmo tempo que eu me agarrava a ele.
-Você está vivo! -Murmurou, com a voz abafada pelos meus cabelos. -Pelos Deuses, você está realmente vivo. -Ele me apertou contra si, enquanto eu soltava uma risada e sentia meus olhos se enchendo de lágrimas. -Eu sabia. Sempre soube. Achava tudo isso tão estranho.
-Senti sua falta. De todos vocês. -Ele se afastou, segurando minhas mãos e me observando, parecendo maravilhado.
-Você está vivo. -Repetiu, segurando meu rosto dessa vez. -Vampiro, mas vivo. -Ele fez uma careta. -Você está vivo, certo?
-Sim. -Soltei uma risada, vendo ele abrir um sorriso também. -Pode acreditar, estou muito vivo. Vampiros não são nada parecidos com o que imaginamos.
-Não acredito. -Ele soltou uma risada. -Estou muito feliz que esteja vivo. Claro, preferia sua versão humana. Mas estou muito feliz por vê-lo. -Ele afastou as mãos do meu rosto, voltando a segurar minhas mãos. -Ah, merda, você não deveria estar aqui. Se o pegarem, você não faz ideia...
-Eu sei, eu sei. Mas precisava ver vocês e falar com você. Eu sabia que hoje era dia do seu casamento e...
-Você o viu? -Parei de falar, engolindo em seco ao ver os olhos dele me analisarem.
-De longe. Ele não me viu. Nem imagina que eu estou aqui. -Afirmei, vendo ele abaixar a cabeça, parecendo tão sentido quanto eu.
-Ele ficou muito mal quando recebemos a notícia da sua morte. Ele ficou tão desesperado e triste. Não quis comer por vários dias e mal saia do quarto. -Revelou, fazendo todo ar se esvair do meu corpo. -Ele brigou com a sua mãe. Disse que a culpa era dela, por tudo que aconteceu.
-Ah, não! -Murmurei, soltando o ar com força.
-Foram momentos um pouco difíceis. - Afirmou, balançando a cabeça. -Mas você está aqui agora, isso é o que importa. Jin sempre teve certeza que você estava vivo. Ele sempre sentiu isso. -Ele abriu um sorriso. -Ele vai ficar tão feliz em vê-lo.
-Eu... -Parei de falar quando o sorriso de Namjoon morreu e ele olhou para algo a cima de mim. Me virei na mesma hora, vendo Jungkook parado na varanda, olhando para nós dois com os lábios pressionados e o rosto tenso.
-O cheiro dele está tomando conta do laço. -Murmurou, muito lentamente, de uma forma que eu sabia que estava o incomodado. Estremeci com a onda de possessividade que varreu o laço.
-O que? -Namjoon apertou minha mão. -Quem é esse? Ji?
-Olha, está tudo bem. -Me voltei para ele, sentindo minhas bochechas quentes.
-Quem é ele? -Perguntou de novo, mordendo o lábios em um ato de nervosismo. -Ji, isso...
-Olha pra mim. -Pedi, vendo ele super hesitante. -Você confia em mim, não é?
-Sim, mas... - Não deixei que ele continuasse.
-Eu vou te contar exatamente tudo que aconteceu comigo e preciso que você preste muita atenção. -Afirmei, puxando ele até o sofá em frente a lareira.
Jungkook entrou no quarto e fechou as portas da varanda, ainda com aquela coisa possessiva tomando conta do laço. Ignorei aquilo e contei o que precisava ao príncipe Namjoon.
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Desviei das árvores, sentindo o vento bater com força contra mim, jogando meus cabelos para trás à medida que a floresta era um borrão ao meu redor. Parei subitamente, assim que cheguei a cachoeira da mesa de pedra. Jungkook surgiu ao meu lado, com os olhos atentos em mim.
-Você está bem? -Indagou, caminhando até estar na minha frente. -Quer que eu faça algo pra você, meu floquinho de neve?
-Não preciso de nada, não se preocupe. -Sorri, erguendo minhas mãos e segurando cada lado do seu rosto.
-Você queria algo como aquilo? Um... um casamento, vestido de branco e tudo mais? -Questionou, se aproximando e beijando o canto dos meus lábios. -Não faz parte das nossas tradições, mas se quiser podemos ter um. -Fechei meus olhos, sentindo o calor dos lábios dele na minha bochecha. -Uma grande festa, com todo o clã de testemunha. Você vestido de branco, caminhando até aquele a quem você pertence, eu.
Ele segurou minhas mãos e beijou meus dedos, com os olhos fixos nos meus e um carinho de partir o coração enchendo o laço. Soltei um suspiro pesado, balançado a cabeça negativamente.
-Só quero ficar com você. -Afirmei, percebendo o quanto só aquilo importava.
Não amava Jungkook quando descobri o laço. Não podia amar alguém que eu nem conhecia. Mas agora eu o conhecia, de todas as formas possíveis. Sabia dos pesadelos que o fizeram chegar até ali e de como ele teria esperado quinhentos anos por mim. E eu o amava.
