8 - Cavando a Verdade

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Olha quem voltou!

Temos POVs reveladores hoje.

Boa leitura.

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CAMILA'S POV



Sabe quando comete uma gafe? Fala ou faz algo que depois se pergunta por que fez? E aí toda vez que você pensa naquele momento específico, toda a vergonha associada retorna como uma reprise do instante em que se apercebeu do seu erro?

É exatamente essa a sensação desde que o remédio começou a fazer efeito, uma perturbação constante pela mais remota ideia de que eu realmente tenha tocado e falado com Lauren daquele jeito há quase uma hora. Não sei como fui capaz, porque é tão nojento pensar na minha irmã desse jeito, que eu fico tipo "Eca, sério?". O que me faz questionar: o que exatamente aquelas pílulas estão controlando?

Ao chegar nos fundos do quintal, já posso ver desde o gramado as pessoas reunidas à margem do lago à uns bons metros de mim. Meu pai montou sua churrasqueira portátil que demos a ele de presente de natal ano passado, eles espalharam espreguiçadeiras, cangas e uma grande mesa de madeira. Chris está sentado sobre uma canga e conversa distraidamente com Lauren e Vero que dividem uma espreguiçadeira só. À esquerda, bem distante dos três, Dinah, Lucy, Ally, Mani e Taylor trocam gargalhadas debaixo de uma árvore centenária. Não vejo minha mãe nem Sofi.

- Olha ela aí! Minha campeã! – Meu pai grita de um jeito espalhafatoso e eu sorrio, Lauren me busca com o olhar por sobre o ombro direito, seus olhos verdes percorrem minha insignificante presença com desdém, uau ela está puta comigo, e vira-se para frente tentando recobrar a atenção dos seus interlocutores.

Suspiro.

- Oi, pai. – Ele sorri virando a carne. – Será que posso conversar contigo?

- Claro, mi amor. Pode falar.

- É algo meio... – Coço a nuca. – Privado.

- Oh, sim... então quando eu conseguir parar um pouco aqui a gente conversa. – Assinto. Não consigo evitar olhar para Lauren de novo, uma culpa cresce dentro de mim como um câncer, estou me sentindo uma merda. Mas ela mantém-se de costas, trajando um maiô preto com abertura na parte de trás. – Querida, pode só fazer um favor pra mim? – Franzo o cenho me aproximando.

- Diga, papá.

- Não quero ser careta, mas pode pedir pra sua amiga parar com a maconha? – É o quê? Já busco Lucy com o olhar imaginando que só ela teria coragem de estar maconhada no almoço dos meus pais. – Daqui a pouquinho sua mãe já tá voltando com Sofi, ela foi buscar o colete pra ela entrar na água, não é legal.

- Claro! E-eu falo com ela. – É uma filha de uma puta mesmo essa garota. Já me preparo pra me estressar, mas ele toca meu braço.

- Vocês não estão usando essas coisas, né filha?

- Pai?

- B-bem, a Tay é muito nova e...

- E eu também. – Sorrio. Não estou entendendo por que ele não está tipo me dando uma bronca ou sei lá. – Relaxa, eu nem sabia que ela fumava isso. –

Minto.

Óbvio que às vezes fumo com ela, inclusive é um dos poucos momentos em que não discutimos, quando estamos ambas chapadas, já que a presença de alfa dela sempre confronta a minha. Mas Taylor realmente nunca quis experimentar, esperta ela, porque minha mente é tão acelerada que às vezes é uma excelente fuga.

Beloved Promised (Camren - ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora