⚜️UNO⚜️

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PARK JIMIN

Um beco escuro em um lugar afastado, com casas abandonadas, não era o melhor lugar para se estar, especialmente quando já passava das três da madrugada.

Mas não é algo que eu tenha realmente controle. Se eu não morresse aqui, morreria em outro lugar e de outra forma.

Não conhecia a máfia de verdade, mas tudo o que eu ouvi falar sobre ela já era o bastante para me deixar de cabelo em pé.

Porém, meu querido e amado irmãozinho, Park Jihyun, resolveu contrair uma dívida com ela.

A regra era clara: ou pagava a dívida com dinheiro ou com a vida.

O grande problema era que eu e Jihyun éramos gêmeos, e não foi difícil nos confundirem. Poucas coisas nos diferenciavam, como a cor do cabelo, por exemplo. Enquanto eu tinha o cabelo loiro, o dele era ruivo. Eu também tinha algumas tatuagens espalhadas pelo corpo, e ele não.

Isso soa confuso? Por que ele, e não eu, estava envolvido com aquele tipo de gente?

Minha primeira tatuagem foi resultado de uma aposta perdida para Kim Taehyung. Minhas opções eram correr pelado na universidade ou fazer uma tatuagem. Obviamente, escolhi a segunda opção. Depois da primeira, veio a segunda, a terceira, e assim por diante. Percebi que ter tatuagens não tem nada a ver com ser "errado" ou pertencer a uma máfia ou usar drogas, como muitas pessoas de mente fechada pensam.

Enquanto voltava do meu emprego temporário em uma lanchonete perto de casa, por volta das onze e meia da noite — tinha pegado um turno duplo porque faltara no dia anterior — senti algo cair sobre meus olhos e fui empurrado, sem a menor educação, para dentro de uma van. Só percebi que era uma van depois de horas de viagem, quando me deixaram naquele beco estranho, alegando que eu não deveria sair de lá, ou minha família também estaria em apuros.

Descobri há pouco tempo sobre a dívida do meu irmão, e quando fui deixado naquele beco com apenas um brutamontes ao meu lado, dizendo que estava esperando o "chefe", entendi do que se tratava.

— Ainda vai demorar muito? Meus pés já estão doendo — reclamei pela quarta vez, enquanto mais horas se passavam.

— Já disse pra ficar calado, se não quiser ter a língua arrancada — o brutamontes respondeu, irritado.

— Qual é o seu nome?

Ele respirou fundo, demonstrando chateação.

— Aff, qual é? Não vai te tirar a pose de mafioso se me falar seu nome, vai?

Como você deve ter percebido, sim, eu falo demais. E não, não é porque estou com medo ou algo do tipo. Sou assim naturalmente, em qualquer situação.

Ele foi salvo pelo gongo, ou melhor, pelo chefe, que chegou em um carro totalmente preto. Sim, eu sei quem é o chefe da máfia. A pergunta certa seria: quem não conhece o líder da máfia?

Ele desceu do banco do passageiro e se aproximou, sem olhar para mim. Seu olhar estava fixo no brutamontes ao meu lado.

— Finalmente — murmurei.

— Tudo bem por aqui? — perguntou, sério.

— Tudo certo, chefe — o brutamontes respondeu.

— Muito bem — ele sorriu ladino enquanto dava leves tapas no ombro do brutamontes. — Você deve ser o Park?

Ele andou em minha direção devagar, com a cabeça pendendo para o lado.

— Se meteu em uma pequena encrenca, não acha, bebê? — perguntou sem ânimo.

𝕼𝖚𝖆𝖓𝖉𝖔 𝖆 𝖒𝖆́𝖋𝖎𝖆 𝖈𝖍𝖆𝖒𝖆 . - 𝕵𝖎𝖐𝖔𝖔𝖐  [⚜️]Onde histórias criam vida. Descubra agora