Capítulo 15 - Consciência Pesada

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— Obrigada novamente pela sua ajuda, Camila. - Lúcia ligou o carro.

— Você não precisa me agradecer.

Ainda assim, ouvir tais palavras foi bom para a latina.

Quando Vives teve que parar em um semáforo, disse:

— Você é diferente do que eu imaginava que seria uma namorada de Lauren.

— O que você quer dizer com... diferente? Tenho certeza que você conheceu algumas das ex- namoradas dela.

As sobrancelhas de Lúcia se ergueram.

— Ela não te contou? Oh droga. Eu deveria ter ficado de boca fechada. - Seus ombros caíram. — Por favor, não diga nada a ela, mas até onde eu sei, você é a primeira namorada dela.

Isso não fazia sentido. Lauren estava na casa do quase 30 anos.

O semáforo ficou verde e Lúcia acelerou para atravessar o cruzamento.

— Não me entenda mal, ela nunca teve receio se relacionar casualmente com várias mulheres diferentes. Mas geralmente eram apenas casos de uma noite ou aventuras limitadas.

— Oh. Então, hum, como você imaginou que seria a primeira namorada de Lauren?

— Falsa.

Uma risada explodiu de Camila. Ela gostava de Lúcia.

— Algo mais?

— Eu imaginei que ela seria uma vadia. Uma cadela com silicone nos seios, botox em cada milímetro do rosto, e nada além da última coleção da Miu Miu na mente.

— Uau. Você realmente não pensa muito bem sobre a Lauren, não é?

— Você está errada. Considerando sua educação, ela é na verdade um ser humano bastante decente.

— Educação? Você quer dizer porque ela é rica?

— Eu estava falando mais sobre Lauren ter perdido os pais com pouquíssimos meses de diferença um do outro e depois o avô não muito tempo depois. Nunca o conheci, mas acho que comparado à tia Angelica, pelo menos ele não foi tão ruim para ela.

Lúcia pisou no acelerador para conseguir passar por um cruzamento antes que o semáforo ficasse vermelho.

— Não tenho certeza se ela lhe contou, mas somos primas. No entanto, só nos conhecemos quando eu tinha doze anos e ela dez. Seu avô havia morrido pouco tempo antes disso. Ele e seu irmão, meu avô, tiveram algum tipo de rivalidade durante décadas. Minha parte da família realmente não combina com o resto. Não damos a mínima para dinheiro. Meu pai é mecânico e preferia administrar sua pequena oficina a ingressar na empresa de comércio de charutos do meu avô, por mais rico que isso pudesse tê-lo tornado. O dinheiro não pode comprar amor, certo?

A pergunta retórica de Lúcia deixou um gosto amargo na boca de Camila.

Não amor, mas quase todo o resto.

— De qualquer forma, por causa dessa briga familiar, meus pais não tiveram nenhum contato com a parte da família de Lauren desde antes de eu nascer. - Lúcia virou à direita em outro cruzamento. Mais quieta do que antes, ela disse: — Quando conheci minha prima pela primeira vez, fiquei totalmente chocada ao ver como Angelica a tratava.

— O que você quer dizer?

— Tia Angelica desfilava Lauren com vestidos caros, como se ela fosse uma boneca que você simplesmente descarta quando fica entediada. - Lúcia engoliu em seco como se estivesse lutando contra um nó na garganta. — Acho que Lauren era isso para ela: algo para ser exibido e depois descartado. Sempre que ela era desajeitada ou não fazia as coisas do jeito que tia Angelica queria, ela a punia.

Amor Por Contrato - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora