Capítulo 43: Entre Dúvidas Angustiantes.

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"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." — (João 14:27)




Leonardo dissera que faltava apenas alguns minutos para chegarem ao destino, e Emma olhava fascinada com a beleza da natureza ao seu redor. Tinham passado por diferentes tipos de árvores, samambaias e muitas flores, das quais ela parava para cheirar. A única coisa que a incomodava um pouco era o fato de tropeçar nos galhos espalhados pelo chão ou não prestar atenção nos troncos à sua frente. Leonardo, descaradamente, soltava gargalhadas com os tropeços dela, mas sempre a segurava antes que ela caísse no chão.

— Isso não é engraçado! — reclamou depois de tropeçar pela décima terceira vez desde que saíram do carro. — Quero voltar!

— Ah, para de drama, Emma. Já estamos chegando. E me desculpa se eu não consigo segurar o riso com seus tropeços, mas agora você tem que concordar comigo que sempre fui sincero ao te chamar de "garota atrapalhada". — sorriu, afastando alguns galhos de árvores que estavam em seu caminho.

Rá, rá. Muito engraçado. — sorriu irônica. — E você disse há uns dez minutos que estávamos chegando.

— E chegamos! — segurou com mais firmeza as mãos dela, puxando-a para uma área aberta de gramado ao redor de um grande lago, que parecia cintilar como cristal. Ao longe, uma enorme cachoeira fazia um som alto, porém suave, de água caindo, em uma beleza inestimável. E, ainda mais belo, uma parte do sol alaranjado estendia-se numa áurea cativante bem em seus rostos, e Emma fechou os olhos, sentindo aquele momento que com certeza guardaria para sempre.

— Nossa... é lindo, Léo. Tudo tão... esplêndido! — sorriu, encantada com a beleza daquele lugar.

— Não disse que valeria a pena toda aquela caminhada? — abraçou-a de lado, também contemplando a bela vista. — Agora vou arrumar a toalha para o nosso piquenique.

— Ok, vou ajudar.

Assim, os dois começaram a colocar as comidas sobre a toalha vermelha no gramado. Leonardo havia providenciado uma grande variedade de alimentos, e não faltava comida, pelo menos ficariam satisfeitos, pensou Emma.

— Eu amo doce de maxixe. — disse, vendo um pote cheio da guloseima.

— Eu sei, pedi para sua avó me ajudar a preparar tudo antes de virmos para cá.

— E ela sabe guardar um segredo, hein? — mostrou um olhar indignado.

— Sim, e não havia pessoa melhor para me ajudar. — afirmou com um sorriso zombeteiro.

Os dois fizeram uma breve oração e começaram a saborear as comidas: frutas, doces, salgados e suco natural.

— Agora só falta um bom livro para completar esse passeio neste lugar tão aconchegante e bonito. — disse ela, ainda contemplando o lago e ouvindo maravilhada o som dos passarinhos ao redor das árvores altas e baixas do lugar.

— Não se preocupe, eu já imaginava que você iria querer um livro em um ambiente como este. — falou ele, puxando um livro da mochila e entregando a ela.

— Não acredito! Eu sempre quis ler esse livro. — sorriu, pegando delicadamente o livro das mãos dele. — "Carta de Um Diabo a Seu Aprendiz" — leu o título fascinada, cheirando o interior do livro antes de abri-lo. — Eu sempre tenho que cheirar os livros. — ele riu dela.

— Esse é para você, eu já tenho o meu.

— Ah, Obrigada Léo. — ela se aproximou dele e deu um beijo em seu rosto e ele corou com o ato repentino.

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