Capítulo 29: No compasso dos corações.

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“Se a música é a comida do amor, toque em.” — (William Shakespeare)

                       
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— Você está bem, querida? — perguntou dona Matilda ao perceber o estado de Emma, que olhava fixamente para o jovem violinista e parecia inquieta ao fechar os olhos.

— Sim, estou bem — assegurou ela. — Foi apenas uma lembrança que tive, já passou — respondeu, voltando sua atenção para o presente.

— Tem certeza? Quer que eu compre uma água para você se recompor? — perguntou Leonardo, ainda preocupado com a garota e querendo entender o que a deixou tão estranha ao ver o violinista.

— Não, está tudo bem mesmo — confirmou ela. — Quero apenas continuar ouvindo essa bela música — disse, ouvindo encantada a melodia que pairava suavemente em sua mente.

Leonardo ainda estava desconfiado, mas decidiu respeitar a vontade de Emma e deixar o assunto de lado por enquanto.

Pouco tempo depois, quando a música havia terminado, Leonardo levou as duas mulheres para uma pequena cafeteria na cidade, onde poderiam desfrutar de deliciosas iguarias.

— Esta cafeteria é uma das melhores da cidade — comentou dona Matilda, maravilhada com a atmosfera do lugar.

— Concordo com a senhora — disse Emma, lembrando-se da vez em que visitou a cafeteria no mundo espelhado com Lorenzo, um dia cheio de emoções para ela.

— O jantar de segunda-feira em casa já foi marcado, já está tudo acertado — anunciou Leonardo enquanto saboreava seu bolo de morango. — Vocês irão, certo? — perguntou, levantando seu olhar para as duas com expectativa.

— Sim — responderam elas em uníssono.

— Thomas está bastante entusiasmado com isso — comentou dona Matilda, tomando um gole de seu suco de laranja.

— Imagino que seja para conhecer a biblioteca — sorriu Leonardo. — Ele já mencionou em nossas conversas que adoraria conhecê-la quando tivesse a oportunidade. E ele com Emma conhecerão, como prometido — afirmou, lembrando-se das engraçadas conversas que teve com o avô de Emma e das histórias que ele contava. E, principalmente, estava ansioso para mostrar para Emma uma canção que havia feito, e faria a surpresa na própria biblioteca, onde ficava seu ilustre piano.

— Obrigada, Léo. Tenho certeza de que meu avô vai amar conhecê-la, assim como eu — disse Emma, lembrando-se da imensa biblioteca de seu avô da dimensão espelhada.

— Tenho certeza disso — concordou Leonardo, e dona Matilda sorria com a ideia.

Após andarem um pouco mais pelas grandes e deslumbrantes ruas de Barcelona e fazerem algumas compras, os três finalmente entraram no carro novamente. Leonardo dirigia devagar enquanto conversavam, aproveitando o tempo juntos até chegarem de volta à residência de Emma.

Dona Matilda já havia se despedido e entrado em casa com as compras, com a ajuda de Leonardo. Agora, os dois estavam na frente da casa, se despedindo um do outro.

— Obrigada por nos acompanhar — agradeceu Emma, enquanto o observava se preparar para ir embora. — E também obrigada por isso — apontou para seu pulso, onde exibia uma bela pulseira que ele havia comprado para ela.

— De nada — respondeu ele, olhando-a e acariciando seu rosto delicadamente.

— Mas não precisa ficar me dando presentes assim— disse ela, lembrando que já era o terceiro desde que começaram a namorar e ela tinha dado só um a ele, que foi uma linda pulseira de um banda que ele gostava — Só quero que faça parte da minha vida, que seja um bom namorado, e isso já será suficiente para mim — sorriu, abraçando-o.

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