Capítulo 14: Intrigante Jantar.

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“Faz muito tempo. Eu estava no meio antes de saber que havia começado.” — (Jane Austen)


O que significa ser amada e não saber como reagir a esse sentimento avassalador? Emma se questionava incessantemente sobre a natureza desse forte sentimento que a envolvia. Seria apenas uma ilusão passageira ou havia uma verdade genuína por trás dele? Essas perguntas permeavam seus pensamentos, especialmente desde que novas pessoas cruzaram seu caminho e passaram a fazer parte de sua vida, quer ela quisesse ou não. Agora, ela se dirigia para encontrar uma delas; alguém que apenas despertava uma amizade boa e genuína em seu coração. Emma estava confusa, não sabia mais o que pensar. — “É irônico ser tão sentimental e, ao mesmo tempo, não saber como lidar com meus próprios sentimentos” — refletia.

Apesar de todas as dúvidas e incertezas, Emma nutria profunda gratidão e ternura por esse colega em particular, que a havia ajudado em diversos momentos. Ela reconhecia que seus sentimentos em relação a ele eram sutis, mas ao mesmo tempo gratificantes. Matteo era alguém especial, alguém que fazia bem para ela. Seu jeito meigo e leal despertava confiança e uma amizade sincera. Emma sabia que poderia contar com ele e estava determinada a manter essa amizade verdadeira e leal, assim como ele era para ela.

Enquanto caminhava apressadamente pelas calçadas pouco habitadas e iluminadas pela névoa do anoitecer, Emma refletia sobre a importância de sua amizade com Matteo. Ela estava a caminho do restaurante onde se encontrariam, embora o atraso causado pela falta de um táxi tivesse lhe custado preciosos minutos. Era típico essas coisas acontecerem justo com ela.

Apesar do atraso, Emma continuava determinada a chegar ao restaurante. Ela sabia que a amizade com Matteo era valiosa e por isso não podia decepcioná-lo não aparecendo daquela forma. Enquanto caminhava, ela se sentia grata por ter alguém como ele em sua vida, alguém que a compreendia e estava sempre presente para apoiá-la.

.....

Quando finalmente chegou em frente ao belo restaurante iluminado, Emma avistou Matteo prestes a entrar em seu carro, não hesitou em chamar pelo nome dele.

— Matteo!! — ela exclamou, fazendo o garoto dar um pequeno salto de surpresa.

Ele se virou para ela e se aproximou.

— Me espera! — Emma disse, ofegante. — Cheguei atrasada, mas cheguei... Se você ainda quiser ficar, é claro. — ela falou, esquivando-se envergonhada ao se aproximar.

Matteo olhou para o semblante cansado de Emma e ficou preocupado.

— Eu já estava indo embora, pensei que você não viesse mais. Tentei te ligar várias vezes, mas só dava na caixa postal. Aconteceu alguma coisa, Emma?
— ele perguntou, se aproximando ainda mais dela.

— Desculpa, peço mil desculpas! — ela pediu, sendo pega pelas mãos por ele. — Eu estava comprando os tecidos para o vestido da apresentação de Natal e acabei me esquecendo completamente do nosso jantar. Peço perdão, meu celular também estava descarregado, mas entendo se você não quiser mais ficar.

Matteo sorriu e apressou-se em continuar com o jantar.

— Não, eu quero! — ele exclamou, animado. — Só vamos entrar logo para você se recompor. Por que veio andando?

— Não consegui pegar nenhum táxi, acredita? Por isso também me atrasei.

— Entendi. Da próxima vez, posso buscá-la se quiser. — ele sugeriu, guiando-a para dentro do estabelecimento.

Enquanto caminhavam, Emma refletia sobre a última fala de Matteo. Ela não sabia se haveria uma “próxima vez” para eles, talvez apenas como amigos. Sentia uma profunda gratidão por ele, por ter lhe dado a oportunidade de realizar seu grande sonho de se tornar uma dançarina em seu grupo coreográfico, trazendo orgulho para seus avós, especialmente para sua avó. A amizade e a gratidão que sentia por Matteo eram imensas. E por isso, naquele momento, ela estava determinada a aproveitar o jantar ao lado de Matteo, desfrutando da companhia dele e da amizade que compartilhavam.

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