Capítulo 38: Da Escuridão à Esperança: A Jornada de Cura.

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Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.”— (Isaías 41:10)



No cenário sombrio e claustrofóbico em que Emma e Lorenzo estavam, a atmosfera parecia impregnada de perigo. A luz escassa que se filtrava pelas poucas janelas era bloqueada por tábuas velhas, lançando sombras por todo o ambiente.

A cabana abandonada onde os dois jovens se encontravam tinha uma atmosfera decadente e esquecida. Baús empoeirados e cabos de vassoura quebrados estavam espalhados pelo chão de madeira gasta. Era como se aquele espaço tivesse sido esquecido pelo tempo e pelos olhos curiosos do mundo exterior.

Uma mesa quadrada, também desgastada pelo tempo, se destacava no ambiente. Sobre ela, havia objetos desconhecidos que pareciam guardar significados ocultos. A luz fraca que se infiltrava pelas frestas revelava apenas parte do que estava sobre a mesa, deixando a imaginação de Emma preencher as lacunas com conjecturas e incertezas.

Emma olhou para o lado e viu Lorenzo ainda desmaiado, com a cabeça inclinada para o lado. Ela queria poder tocá-lo, mas suas mãos e as dele estavam amarradas com firmeza por uma corda em volta de um grosso tronco de madeira.

Enquanto ela tentava compreender a situação em que os dois se encontravam, sua angústia crescia furtivamente. A jovem sentia-se aprisionada, incapaz de escapar daquele lugar. A ansiedade e o medo aumentavam dentro dela, enquanto a ausência de Alejandro a deixava com ainda mais incertezas sobre o que estava acontecendo. Ela se perguntava se havia sido ingênua em relação a ele, se havia se enganado completamente.

Naquele cenário misterioso, Emma se via envolta por um sentimento de vulnerabilidade e impotência. Agora, sua coragem e ousadia seriam testadas, enquanto ela lutava para desvendar os mistérios daquele lugar e encontrar uma saída para a liberdade. Mas será que ela conseguiria superar os desafios que estavam por vir?

— Preciso sair daqui o mais rápido possível e ajudar Lorenzo! — afirmou para si mesma, determinada, e começou a tentar se soltar, mas suas forças eram insuficientes. — Ah, Lorenzo... — suspirou, olhando para ele, preocupada com seu estado.

— Acho que isso não vai acontecer, Srta. Ester. — disse uma voz masculina forte vindo de frente para ela.

— Quem é você? — perguntou, tentando identificar a pessoa. A voz não parecia ser a de Alejandro, e isso lhe causava ainda mais apreensão. Mas quem quer que fosse, a voz era firme e ameaçadora.

— Sou alguém que vai fazer você parar de se intrometer nos assuntos alheios, mocinha. — respondeu com ironia e raiva.

Emma ainda não conseguia distinguir a pessoa, pois a luz era muito fraca naquele ambiente. Mesmo que ele estivesse próximo, era difícil identificá-lo claramente.

— O que você quer de mim? — estreitou os olhos, tentando reconhecê-lo, mas a escuridão dificultava sua visão.

— Você — apontou para ela — vai aprender a não se meter nos assuntos dos outros! — disse com um tom ameaçador.

Emma ficou confusa. Do que ele estava falando? — perguntava-se, consternada.
— Eu nem sei do que você está falando! — exclamou com raiva, vendo Lorenzo se mexer ao seu lado com um gemido de dor.

— Isso, mostre seu lado raivoso! — ele gargalhou debochado ao vê-la tentar se soltar mais uma vez, sem sucesso.

O homem parecia querer provocá-la, fazê-la perder o controle. Mas Emma percebeu que precisava manter a calma, não falar ou agir impulsivamente. Ela precisava demonstrar equilíbrio, mas ao mesmo tempo firmeza.

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