Capítulo 17: Entre sonhos e consolo.

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“À medida que a noite se instala, nossos pensamentos mais profundos emergem, e é no silêncio da madrugada que sonhos e pesadelos nos assombram intensamente. Sou grata por ter sua companhia ao meu lado neste momento.” — (autora)



— Está gostando do lanche, Emma? — perguntou Miguel, lançando um sorriso solene à garota.

— Ah, sim, os petiscos daqui são muito bons. Já vim aqui antes — respondeu ela.

O carismático líder do grupo levou Emma na pequena lanchonete ao ar livre. O lugar era sempre agradável, e naquele momento, outras músicas eram tocadas por músicos com sons mais animados, diferente do estilo de Leonardo, que eram com melodias mais suaves e harmoniosas, como na primeira vez em que Emma estivera ali, encantada pelo som que tocou seu coração.

Apesar de pensar em Leonardo e sua música maravilhosa, Emma sentiu um alívio ao perceber que ele não estava se apresentando naquele dia. Ela tinha um certo receio de que ele chegasse até sua mesa, como havia acontecido no jantar com Matteo, e sabia que ele era capaz disso. E no momento, a última coisa que ela queria era ter problemas. Ao afastar esses pensamentos sobre o garoto, ela dirigiu um olhar curioso ao jovem à sua frente.

— Já veio muitas vezes a Barcelona? — perguntou a ele, aproveitando a oportunidade para conhecer mais sobre seu líder, o qual despertava lembranças em sua mente, como se houvesse algum vínculo entre eles, mesmo sem saber qual e por quê.

Miguel olhou para Emma e respondeu gentilmente: — Sim, já vim várias vezes, mas nunca me apresentei pessoalmente a ninguém, exceto a Matteo — disse, tomando um gole de seu suco.

— Entendi... — Emma não queria perguntar o motivo por trás de tanto mistério. Mas como não ficar curiosa sobre esse anonimato? Ela só queria entender a razão, mas não queria parecer evasiva. — Sempre ouvi falar de você, assim como todos os outros, até mesmo antes de entrar para o grupo — disse, sabendo que só o conhecia através dos comentários feitos pelos colegas de trabalho e pelos fãs do grupo. — Confesso que sempre fiquei curiosa em conhecê-lo pessoalmente — concluiu, encarando Miguel, que sorria com suas palavras.

— Pois é, eu nunca gostei muito de aparecer, principalmente por causa da minha família. Estou sempre ajudando minha mãe na nossa empresa em Madrid — explicou ele e continuou — Mas isso não me impede de aproveitar meus momentos com a dança. Sempre amei dançar, por isso me formei nessa área e decidi criar meu próprio grupo de dança — ele mostrou um sorriso orgulhoso. — Também trabalho pelo grupo em casa, monto e ajusto algumas coreografias e envio para Matteo. Às vezes, ele vai até Madrid e montamos juntos, tudo para ensinar e compartilhar com vocês — concluiu sua explicação.

— Ah, entendi agora — disse ela, balançando a cabeça em confirmação e mais admirada pelo garoto. Não devia ser fácil para ele, tão jovem e já com tantas responsabilidades e compromissos. Agora ela realmente o entendia.

Miguel sorriu de lado e logo fez uma pergunta que estava ansioso para saber.

— Então, Emma, você é daqui de Barcelona? Sempre morou aqui?

— Sim, sempre fui daqui e só viajei para cidades vizinhas da capital — respondeu ela, sabendo que nunca havia ido a cidades mais distantes de onde morava.

— Você deve gostar muito daqui, não é? Trabalhar com o que ama, ter seus colegas, amigos e seus pais que devem te apoiar muito também, não é mesmo? — perguntou Miguel de forma descontraída e curiosa, observando a garota mastigar um pedaço de coxinha.

Emma ficou um pouco surpresa e triste com a pergunta repentina do jovem, pois não tinha mais seu pai neste mundo e sua mãe havia a abandonado após a morte dele. Por isso, respondeu um pouco sem jeito, passando as mãos pelos braços.

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