Capítulo 7 : Garoto mimado.

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"O amor que floresce da rivalidade é como uma chama intensa que queima todas as barreiras." — (Cici)



A vida é cheia de coincidências inesperadas, capazes de trazer pessoas ousadas para nossas vidas em momentos inusitados, e às vezes até nos fazendo ser algo que não somos, com suas atitudes atrozes. E esse era o caso deplorável de Emma com relação a Leonardo e Lorenzo, que, por incrível que pareça, eram a mesma pessoa. Os dois tiravam, de alguma forma, o equilíbrio da garota, fazendo com que a mesma se alterasse além do normal, por isso tentava ao máximo não deixar transparecer, mas às vezes era impossível. Será que essas intrigas e desavenças acabariam ou amenizariam em algum momento? — Eram pensamentos que rondavam a cabeça da jovem.

E nessa roda de reflexões, dona Matilda adentrou a cozinha e percebeu imediatamente a expressão irritada e pensativa no rosto de sua neta.

— Emma? Você está bem? — perguntou, preocupada, enquanto se aproximava da jovem.

— Quê? Onde? — Emma ainda estava com os pensamentos voltados para o garoto ousado, mas logo voltou sua atenção para a avó, que a chamava com uma expressão interrogativa.

— Onde o quê, Emma? Aconteceu algo? — perguntou, um tanto desnorteada pela falta de atenção da neta.

— Ah, me desculpe, vó. Eu estava apenas pensando... — respondeu, sem muita sinceridade.

— Sei, mas aconteceu alguma coisa? — insistiu, percebendo que havia algo incomodando a neta.

— Não... Sim, quer dizer, eu estou bem... — Emma obscureceu sua verdadeira preocupação, sentando-se na cadeira da cabeceira da imensa mesa.

— Hum... Conheceu o Leonardo? — perguntou dona Matilda, percebendo que havia algo mais por trás da expressão de Emma.

"Oh sim, eu o conheci! Ele é um completo ignorante, repugnante, mimado e bonito, assim como o outro.” — É claro que ela não disse isso em voz alta.

— Sim, o conheci, mas não fui muito com a “cara” dele. — balbuciou Emma, forçando um sorriso amarelo.

— Por que não gostou do garoto? — questionou dona Matilda, com uma expressão confusa.

— Ah, não é que eu não tenha gostado...
— ela ia dizer, mas sua avó levantou as sobrancelhas — Quer dizer, como eu disse, não gostei muito do jeito dele. Mas não se preocupe, deixe isso pra lá. Agora, falando de outra coisa, como estão os jardineiros?

— Tudo bem, mas depois vou querer saber mais sobre isso, hein? E sobre os jardineiros, bom, eu dei uma pequena ajuda a eles e agora está tudo certo. — dona Matilda sorriu triunfante.

— Que bom, vó. Eles vão aprender aos poucos, com a “general” Matilda Sabatella. — afirmou Emma, abraçando a avó de lado.

Era reconfortante para Emma passar um tempo com sua avó, pois a considerava como sua verdadeira mãe, alguém que nunca a abandonou e sempre a amou, demonstrando cuidado e importância em todos os momentos, assim como seu querido avô.

.....

A jovem Emma, que anteriormente acreditava que não veria mais o repugnante senhor Leonardo naquele dia, estava prestes a ser surpreendida. Ao se acomodar no macio sofá de cetim vermelho na enorme sala de estar da mansão, aguardando a avó, ela se deparou com o loiro descendo triunfantemente pela imensa escada. Um sorriso maroto pairava em seus finos lábios enquanto ele olhava na direção dela.

Ela estava certa ao admitir: ele era realmente bonito. Mas afastou rapidamente os pensamentos abanando as mãos na frente do rosto enquanto ele terminava de descer a escadaria.

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