Capítulo 2:Sonho em perdição, o começo de tudo.

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"Na vida sempre haverá momentos bons e de infortúnios, mas a coragem e a ousadia sempre trarão de volta a força de um novo espírito que resplandeça de emoção e sentimentos, onde novos acontecimentos farão renovo e morada sobre aqueles que buscam e acreditam em um hodierno amanhã". — (Esperança - autora)



No hospital, Emma estava deitada na maca, com o olhar carregado de tristeza e desânimo. A expressão em seu rosto revelava a profunda decepção que sentia. Por que tinha que ser assim? Por que ela, uma jovem sonhadora, dedicada e cheia de alegria, tinha que enfrentar aquele problema justo num momento tão decisivo de sua vida? As perguntas ecoavam em sua mente, mas as respostas pareciam inalcançáveis.

Enquanto lutava para encontrar sentido em sua situação, o médico entrou na sala, carregando uma prancheta em mãos. Sua presença era gentil e acolhedora, mas Emma mal conseguia esconder a tristeza que a consumia.

O doutor Hélio Ávila, com seus cabelos louros e semblante bondoso, aproximou-se da maca.

— Vejo que acordou, Emma. Como está se sentindo?  — perguntou, com voz suave.

Emma respondeu com um suspiro pesado, seus olhos marejados de lágrimas. Ela sentia uma mistura de dor física e emocional, uma sensação vazia que parecia consumi-la por dentro. Ela ansiava por respostas, por uma explicação para o porquê de tudo aquilo estar acontecendo.

— Oi, doutor. — cumprimentou-o, sua voz carregada de tristeza. — Por fora, eu até me sinto um pouco bem, mas por dentro... é como se algo estivesse faltando. Como se algo ruim estivesse prestes a acontecer. Eu estou tentando reunir forças para manter minha fé acima da descrença, mas está sendo difícil.

O médico ouviu atentamente, compreendendo a angústia que Emma estava passando. Ele sabia que ela era uma jovem apaixonada pela dança, e a notícia que tinha para dar não seria fácil de ser recebida. Ele respirou fundo antes de continuar.

— Emma, entendo que você esteja passando por um momento difícil. Infelizmente, devido à lesão em sua perna direita, você não poderá mais participar do grupo dançarino. Sua lesão não é grave, mas é necessário um período de repouso para que sua perna se recupere completamente. — explicou, com pesar em suas palavras. — A boa notícia é que amanhã mesmo você poderá voltar para casa e descansar lá. Teremos um fisioterapeuta do hospital que irá acompanhá-la algumas vezes por semana para garantir uma recuperação adequada. Mas precisamos que você coopere com o tratamento.

Emma ouviu as palavras do médico com um misto de tristeza e frustração. Ela tinha sonhado com aquela oportunidade de dançar no grupo, e agora tudo parecia ter sido tirado dela. A dor em sua perna a lembrava constantemente daquilo que ela não poderia mais fazer por um longo período. As lágrimas escorriam por seu rosto enquanto lutava para conter as emoções.

Para Emma, assim como está na presença de Deus, como louvá-Lo e ouvir de Sua Palavra, a dança também inspirava sua vida da mesma forma, encantava sua emoção, irrigava seus sentimentos mais profundos e acalmava sua ansiedade, trazia conforto a sua alma. Entretanto, agora era frustrante demais não ter mais aquela oportunidade que há muito tempo desejava.

— Desculpe, doutor. — pediu, com sinceridade, enquanto tentava controlar o choro. — Mas estou muito triste com isso. Eu estava tão animada para a apresentação de dança de hoje... Eu queria estar lá, agora. — desabafou, olhando para suas próprias mãos com um rosto melancólico.

O médico olhava para Emma com empatia, compreendendo a dor que ela estava sentindo. Ele sabia que a dança era uma parte fundamental de sua vida, uma forma de expressão e realização. Ele desejou poder mudar a situação, mas sabia que seu papel era ajudá-la a se recuperar.

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