Capítulo 12: Situação embaraçosa.

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“É assim que funciona no amor: dois destinos nada mais são do que veredas confusas que se abraçam!”— (Reinaldo Ribeiro/O Poeta do Amo)



A sexta-feira havia passado rápido e, sem que Emma percebesse, outro lindo amanhecer se iniciava em Barcelona. O sol começava a iluminar a cidade, trazendo consigo uma sensação de renovação e esperança. Emma, no entanto, sentia-se um tanto aflita, pois pensava em como seria encontrar-se com Matteo naquele dia, sem ser no estúdio de dança. Ela só queria uma maneira de deixar claro que o via apenas como um bom amigo.

Enquanto se arrumava para descer, Emma refletia sobre a proximidade que havia desenvolvido com o garoto nos últimos dias. Ela apreciava a companhia dele e a forma como conversavam e aprendiam juntos. No entanto, ela não queria confundi-lo ou magoá-lo, pois sabia que, pela forma como a tratava, ele nutria sentimentos por ela.

— Como posso mostrar a ele que nossa amizade é o mais importante para mim? — perguntou-se para si mesma, sentindo-se dividida entre seus sentimentos e o desejo de preservar a amizade que tinham construído.

Decidindo passar a manhã em casa, Emma se deixou envolver pela vontade do avô de jogar Xadrez. Era o jogo preferido do mais velho.

— Até que enfim vai jogar xadrez comigo novamente, minha neta. — Seu Thomas disse, ajeitando o tabuleiro com um sorriso no rosto. — Pensei que teria que chamar o rabugento do nosso vizinho, Antônio, para jogar comigo. Mas cabe a nós, ele realmente não sabe perder. — Ele zombou do vizinho pelas costas, provocando risadas em Emma.

— Vovô, desculpe a sinceridade, mas parece que está falando de si próprio. — Emma respondeu, rindo.

— O quê? — expressou seu avô, com as mãos no coração — Estou desapontado com minha própria neta, completamente desapontado. — enfatizou com um olhar indignado, e Emma apenas continuava a rir da situação.

Os dois passaram horas jogando, alternando entre vitórias e derrotas. Emma apreciava os momentos de cumplicidade e alegria compartilhados com seu avô. O sol brilhava suavemente pela pequena janela, iluminando o ambiente com uma luz acolhedora.

Após várias partidas, Emma decidiu que era hora de visitar sua avó no trabalho. Levantou-se, sentindo-se exausta, mas ao mesmo tempo feliz por ter passado aquele tempo especial com seu avô.

— Agora que já jogamos umas “300” partidas, vovô — disse, sorrindo —, preciso ir até o trabalho da vovó para visitá-la.

Seu avô guardou o tabuleiro de xadrez em uma bolsa preta, cuidadosamente fechando-a. E depois, virando-se para ela, pediu:

— Tenha cuidado ao andar por aí, minha querida. Ouvi dizer que estão acontecendo muitos assaltos na nossa rua. Não demore para voltar, pois sua avó me avisou que ficará cuidando sozinha da mansão hoje, enquanto eles viajam.

Emma assentiu, compreendendo a preocupação de seu avô.

— Fique tranquilo, vovô. Tomarei cuidado e levarei uma cópia da chave para quando eu voltar. Agora, preciso ir. Fique com Deus.

Os dois se abraçaram calorosamente antes de Emma se despedir e sair pela porta.

.....

Chegando na ilustre e imensa mansão, Emma pausou por um momento antes de tocar a campainha, permitindo-se apreciar a beleza do jardim iluminado. Luzes delicadas adornavam as árvores e troncos decorativos, criando um ambiente encantador e luxuoso. Os azulejos de mármore reluziam, adicionando um toque de sofisticação à mansão.

Ao tocar a campainha, Emma foi recebida pela própria avó, que a recebeu com um grande sorriso e um abraço afetuoso. O amor que emanava da avó era palpável, enchendo o coração de Emma de alegria e conforto.

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