Fernando chegou em casa exausto. O transito infernal e uma reunião de ultima hora com cliente lhe fizeram sair mais tarde do escritório. Odiava quando as pessoas testavam sua paciência, e hoje todos os seus funcionários tiraram o dia para isso.
Fernanda, principalmente, estava lhe dando nos nervos. Não sabia se portar, era oferecida e não desistia de jeito nenhum. Será que não tinha percebido que a única coisa que ele dava a ela era desprezo? Oras... mas o interesse em seu dinheiro era tanto que não enxergava. Eram todas assim. Típico.
E agora, cansado do jeito que estava, só queria um longo banho e um copo de whisky. Olhou o relógio, a essas horas Antônio já estava dormindo. Suspirou. Precisava começar a pensar em seu filho agora, precisava começar a ser pai de verdade. Antes era fácil enganar, ele era um bebe, dificilmente poderia fazer alguma coisa ou um vinculo muito maior. Seu luto ainda era muito respeitado.
Agora não mais. Era Rosa lhe cobrando sutilmente de um lado, Vicente cobrando de um modo nada sutil do outro. Murilo lhe disse que ele estava mais falante. Algo relacionado a nova baba. A volta da escola era cheia de ansiedade para ver a senhorita Henrique.
Fernando não tinha a visto. Honestamente nem queria. Lidar com seu filho já era difícil, lidar com baba seria insuportável. Rosa tinha dito que ela era competente, sabia lidar com as manhas de uma criança de 5 anos e tinha muita paciência, mas algo no olhar dela.... Rosa tinha certeza que ela o julgava por ser ausente.
Ele não precisava disso.
O que lhe deixou bem surpreso quando percebeu que tinha alguém na sua ala pessoal da casa. Não apenas em sua ala pessoal como dentro do seu quarto. Ele respirou fundo e implorou aos céus para que não fosse a maldita baba. Mas lá estava a figura pequena. Olhava a vista do seu quarto, mas parecia completamente perdida em pensamentos. Prova disso foi o jeito como ela pulou quando se manifestou, particularmente de maneira nada amigável.
- eu posso sabe o que diabos está fazendo no meu quarto? – A voz dele saiu raivosa.
A moça se voltou para ele branca como uma folha de papel e com os olhos esbugalhados de susto. Algo nela mexeu nele. Foi instantâneo. Os olhos escuros eram abertos, não escondiam nada. Ele viu o medo que ela sentia. O susto que tomou. Seus cabelos longos e moreno emolduravam a face do pavor. Em outra época ele seria comovido pela imagem, hoje ele só queria a mulher fora do seu quarto, fora do seu intimo.
- diga, garota! – Fernando esbravejou novamente.
- eu..eu – Maraisa gaguejava sem conseguir evitar.
Fernando deu dois passos largos ate ela, a segurando firmemente pelo braço.
- diga, esta roubando? – ele falou olhando no fundo de seus olhos.
Maraisa nem ao menos sabia o que responder, antes que pudesse pensar se sentiu ser puxada para fora do quarto do homem como se fosse uma criminosa.
- solta o meu braço! – ela falou nervosa.
- o que estava fazendo lá dentro? – ele perguntou mais uma vez quando a soltou no meio da sala.
Murilo que descia as escadas surpreso por ouvir as vozes exaltadas, se surpreendeu ao encontrar a pessoa que não deveria ter saído do andar de cima.
- eu não estava roubando nada, eu trabalho aqui! – ela falou nervosa, o coração na boca.
- eu sei, como baba do Antônio, então o que estava fazendo no meu quarto? Que eu saiba o quarto do meu filho é lá em cima. – Fernando falou com as mãos na cintura.
- me surpreende que você saiba onde seu filho dorme! – Maraisa rebateu nervosa. – eu não tenho porque roubar nada na sua casa, não passo fome.
- então não deve ter lido o contrato direito pois lá esta bem explicito os limites dessa casa. Meu quarto você não entra jamais! – ele rebateu de volta.
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ATÉ O AMANHECER
Fiksi PenggemarUm homem que desgosta de todas as mulheres do mundo e uma mulher que tem a pureza no coração tem seus caminhos entrelaçados por algo maior. A estudante de direito Maraisa Henrique se vê na missão de levar um pouco de vida para a casa do grande advog...