Capítulo 13

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Lá para o meio da semana, Fernando perguntou se Maraisa queria jantar. Antônio tinha ido para a festa do pijama de um amigo e ele passaria a noite sozinho. Ela disse " sim". Ele sorriu. Não era necessário explicar, não era preciso dizer
" fique longe da minha vida"., era como se as desculpas tivessem acabado em um acordo silencioso. A única exigência dela era comer um belo lanche com batata frita e milkshake. O advogado riu, a levando em uma lanchonete famosa da cidade.

- nunca vim aqui, parece legal. – Maraisa falou logo que entraram.

- e o lanche é o melhor, vamos sentar. – ele disse, a guiando até a mesa. Depois de tirarem os pedidos com o garçom, Fernando olhou para ela e sorriu. – é estranho eu te chamar para jantar? – ele perguntou inseguro.

- não. – ela respondeu um pouco vermelha.

- me fala um pouco de você então.

- que direto, não?

- não pode me culpar, sou advogado curioso mesmo. – ele riu.

-não tem muito o que saber sobre mim.

- é, você já me disse isso uma vez e quando fui ver nós dividíamos a mesma profissão.

Maraisa revirou os olhos, mas riu, mexendo inquieta no guardanapo, coisa que não passou despercebido por Fernando.

- bom, tenho uma irmã gêmea, depois que saímos de casa fomos morar com um ex-namorado meu . – ela disse calmamente e ele a olhava atentamente. – enfim.. depois Maiara e eu começamos a dividir um apartamento só nos duas e minha sobrinha.

- vocês parecem serem bem unidas. – ele disse com um sorriso.

- ela é minha metade, tudo que eu tenho de mais precioso na vida. Ela é a única certeza de que se eu precisar de alguém ela estará lá pra mim.– Fernando viu o sorriso sincero dela e sorriu mais ainda. Maraisa era mesmo adorável.

- no dia que fui em sua casa, acabei vendo uma foto sua com seu pais. Acho que sua mãe estava gravida, não sabia que tinha outra irmã.

- era um irmão, ele faleceu. – Maraisa falou desviando o olhar.

- eu sinto muito. – Fernando falou com o coração apertado. – deve ter sido uma perda muito intensa para seus pais.

- eu prefiro não falar nisso, tudo bem?

- claro!

Os lanches chegaram no momento perfeito para Fernando trocar de assunto, comentando varias historias de sua juventude, momentos engraçados e vergonhosos de quando ele era – de fato – um moleque irresponsável. Roubar placas de transito, colar na prova, briga no recreio eram apenas alguns itens da longa ficha do advogado. Maraisa escutava tudo atenta, rindo ao imaginar as cenas de um Fernando bem mais novo tocando o terror na escola.

- o terror das professores e das meninas, eu imagino. – Maraisa falou enquanto comia uma batata frita.

- das meninas?

- com esse perfil ai você deveria ser a apaixonante de muitas...

- não tive muitas namoradas, ao contrario do que deve estar imaginando.

- duvido, um homem maduro como você...

- Maraisa, quantos anos acha que eu tenho? – ele perguntou com a suspeita de que ela falaria 80 anos. A morena riu, mas quando viu que a pergunta era seria, ajeitou a postura.

- acho que uns 40?

- 40? – ele perguntou surpreso, para não dizer ofendido.

- não? – ela retrucou, encolhendo os ombros e segurando o riso.

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