Capítulo 15

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Ele a olhava atento enquanto as lagrimas dela secavam. Do escritório eles foram para a cama dele. Fernando a guiou até lá sem que percebesse, ou se percebeu, se policiou para não se martirizar, pois ela era diferente de qualquer mulher que já entrou ali, e quando ela deitou em sua cama e se deitou ao seu lado, sabia que ela era seria a mulher pela qual ele lutaria até o fim para manter em sua cama. Assim, deitados um de frente para o outro, Fernando apenas esperava.

Seus olhos atentos no jeito como a mão dela não tinha soltado a dele nem por um minuto. os dedos dela brincavam com os dele. Até que ela o olhou.

- quando você pensa na Aline, sente raiva ou dor? – ela perguntou em um sussurro.

Fernando levou a mão ao rosto dela, acariciando devagar.

- dor.  – ele respondeu direto.

- e você acha que não mostrar o rosto dela para seu filho...

- eu sei que se eu mostrar, não vai ser como deveria, e eu não quero que ele sinta a dor que eu sinto.

- você tem que mostrar, Fernando.. é um direito dele. – ela falou em um sussurro sem julgamentos. Fernando apenas apertou a mão dela na dele, olhando o quão bem eles se encaixavam.

- eu vou, prometo que vou. – Maraisa aproximou seu corpo do dele. Fechou os olhos e lhe deu um singelo beijo nos lábios. Algo que selasse aquele acordo. Fernando não podia mais ser um problema.

Flashback on:

" o teste positivo nas mãos caiu no colo da mulher como uma bomba. Fernando tentava de todas as formas controladas a euforia, pois sabia o que aquilo significava para ela. Aline evitou a todo custo, foram inúmeros discussões, desavenças quando o assunto era gravidez.

Por terem se casado tão rápido, aquele amor do tipo arrebatador, detalhes como esse ficaram em segundo plano. O assunto filhos foi apenas mais uma na coleção de diferenças. As caixas ao redor deles riam. Aquele quarto seria o escritório dela. Era o único vazio que não tinham decorado, e de repente...

- você fez de propósito. – foi a primeira coisa que ela sussurrou.

- eu jamais faria isso. – Fernando falou logo, uma defesa automática.

- sabe que eu não queria isso... e fez.

- como eu posso ter feito isso sozinho se você toma pílula, Aline !– ele falou levemente alterado.

- eu sempre te pedi para usar camisinha! – ela gritou jogando o papel nele.

- eu uso! Você mesma coloca em mim, devo lembra-la.

- então você as furou!

- olha o absurdo que está dizendo, Aline! Eu sou seu marido, como eu poderia fazer isso com você? – ela olhou no fundo de seus olhos.

- eu não quero ter esse filho. Eu vou abortar. – o coração de Fernando rasgou, e as lagrimas que subiram em seus olhos foram imediatas.

- Aline, não... vamos conversar! – ela saiu do quarto rapidamente, Fernando logo atras. – Aline, não, por favor! Não!. "

Flashback off:

- Não! – Fernando se sentou na cama assustado.

Maraisa já estava acordada ao seu lado. Tinham pegado no sono há pouco tempo, mas logo que ele começou a sussurrar o nome dela, Maraisa acordou para prestar atenção. Ele falava como se implorasse.

Quando se sentou na cama, ela percebeu que ele estava suado e levemente angustiado. Fernando olhou para o lado e a viu como seu porto seguro.

- até quando pretende ficar? – ele perguntou com a voz mole. O olhar perdido, mas a pergunta certeira.

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