Capítulo 26

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A morte precoce da sua mãe foi um fator decisivo para que ela visse a vida de outros olhos. Para além do desprezo do pai e as agressão com o ex namorado, ela entendia que a vida era muito curta mesmo, e por isso nunca se limitou dos prazeres da vida.

Porem, agora que Fernando estava em seus pés perguntando se ela estava disposta a estar ao lado dele, a duvida e a insegurança lhe pregavam uma peça. Queria estar ali, mas o medo do sentimento que tinha por ele era dominante. Fernando era dominante em sua mente. Ela nunca tinha sentido isso. Ele lhe amava.

Não era da boca para fora.

Era de verdade, muito mais de verdade do que as outras vezes que ouviu isso do ex namorado.

- eu fico. – ela sussurro depois do que parecia uma eternidade.

Aquela era a melhor forma que ela tinha de dizer "eu te amo" de volta.

Fernando sorriu. Um sorriso fácil e diferente de todos os outros que ela já viu, mas quando ele se aproximou para beija-la.
Maraisa o empurrou delicadamente. Ele a olhou confuso.

- dizer que eu fico ao seu lado nessa não significa que eu vou pular na sua cama.

- não te quero só na minha cama. – ele disse serio.

- eu também não, e por isso quem pede calma agora sou eu... estamos passando por uma fase delicada.. eu tenho a segunda fase da prova de titulo em uma semana. Vamos com calma.

Fernando suspirou, concordando. Ele se levantou do chão e sorriu para ela.

- me promete uma coisa?

- o que? – ela retrucou desconfiada, se levantando da cadeira de novo.

- bom, é mais de uma coisa... promete que não vai sumir essa semana, vamos conversar, trocar mensagem como os jovens de hoje fazem.

- prometo.

- promete que vai jantar comigo e com o Antônio pelo menos três vezes essa semana.

- prometo.

- e promete que vai para um chalé comigo no fim de semana. – ele disse, arriscando a sorte.

O olhar dela escureceu mais ainda e Fernando ficou hipnotizado. Não estava esperando, mas já que ela se entregou desse jeito, esperava o melhor agora.

- prometo.

Naquela madrugada,depois que ela se foi, Fernando ficou acordado o resto da noite. Não queria correr o risco de acordar e perceber que aquela conversa em sua biblioteca tinha sido um sonho.

A felicidade é ele confirmar que não foi, quando na manhã seguinte lhe mandou mensagem e ela respondeu logo. E quando ele a chamou para jantar, ela aceitou. Ele não queria acreditar que a sorte estava a seu favor novamente, mas agradeceria a Deus por essa segunda chance, que mais parecia a milésima de tanto medo.

Nem as atualizações de seus advogados sobre o processo de guarda podiam acabar com seu humor. Infelizmente, a jogo estava ganhando para Aline, mas Fernando manteve a fé e a paciência que por tempos ficaram adormecidas dentro dele.

Maiara percebeu que ao longo do dia o sorriso da irmã ia aumentando e aumentando. Tinha até medo de perguntar e perturbar a paz interna que a morena devia estar passando. Não precisava, se conheciam tão bem que aquele sorriso só podia ter um nome, ou melhor, dois: Fernando e Antônio.

- vai jantar em casa? – Maiara perguntou casualmente enquanto se preparava para sair para o trabalho.

- não... vou jantar com o Fernando e Antônio. – Maraisa respondeu sem desviar o olhar do livro.

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