A dor de cabeça que estava sentindo não era desse mundo. Sua boca estava seca como se tivesse passado semanas no deserto. Seu corpo mole em lugares muito estranhos.
Abriu os olhos e se viu no sofá de casa. A roupa da festa ainda em seu corpo, o cabelo fedendo á toda a fumaça do local. Sentou-se devagar, sentindo tudo rodar. Fechou os olhos para não vomitar.
- aqui. – ouviu a voz de Maiara. Abriu os olhos devagar e viu que irmã lhe dava um remédio para dor de cabeça e água.
-o que aconteceu?
- provavelmente um caminhão deve ter passado em cima de você. – Maiara brincou, voltando para a cozinha. – a festa foi boa, hein?
- se eu me lembrasse de metade já estava bom, como cheguei em casa?
Maiara se calou por um segundo, encarando a geladeira aberta. Sua vontade era contar que Fernando tinha a trazido para casa, que tinha salvado de um abuso sexual, mas se lembrou das palavras do homem. Não devia deixar a irmã nervosa. Ainda mais sobre algo que não aconteceu. Fechou a geladeira e voltou para a sala com um sorriso.
- um colega seu, Arthur.
- Arthur? – Maraisa perguntou. – mas eu não falei com o Arthur na festa.
- não que você se lembre. O bafo de bebida que você chegou aqui não me surpreende.
- meu Deus, que vexame.
- ele foi muito gentil, se preocupou com você mesmo depois que você apagou no sofá. – Maraisa olhou ao redor, a ressaca moral muito maior do que a ressaca alcoolica.
- vou mandar uma mensagem para ele.
Nessa parte Maiara parou de interferir pois naquele momento Fernando deveria seguir essa mentira sozinho. Queria só ver a cara do Arthur quando recebesse a mensagem.
Fernando:
Fernando acordou cedo, a rotina de preparar o café da manhã para Antônio tinha ficado gostosa. Levar ele para a escola. Escutar um pouco da ansiedade do dia. Se nunca voltaria a ter Maraisa na sua vida – algo que lhe rasgava só de imaginar – um bom legado que ela lhe deixava muito que algo mudaria entre eles.
Não queria parar para pensar em Maraisa. Hoje era o dia do teste.
A prova da OAB a mais temida de todo formando de direito. Se pensasse muito era capaz de bater na porta delas, invadindo qualquer distancia entre eles e exigindo que ela deixasse ele fazer parte desse momento com ela.
Não poderia agir desse jeito, acabaria atrapalhando mais do que ajudando.
Quando o advogado acabou de montar a mesa ouviu Rosa chegar, estranhou. A essa hora seu filho já estaria na mesa. A governanta se aproximou da sala de jantar e estranhou.- Antônio perdeu a hora? – a senhora perguntou.
- acho que sim, vou acorda-lo.
O advogado se voltou para o filho, o pegando nos braços. O menino estava quente demais para uma criança. Fernando desceu com ele nos braços direto para a sala. Rosa se aproximou rápido ao ouvir o grito do patrão.
- o que aconteceu?
- chama o Murilo, eu estou descendo agora com o Antônio, ele está ardendo em febre, está sonolento, o encontrei caído no quarto.
Maraisa:
Maraisa acordou com o peito apertado naquela manhã. Se por sexto sentindo ou ansiedade, não saberia dizer. Durante o banho, o café da manhã... aquele aperto não sumia. Mesmo com seu remédio a ansiedade parecia aumentar. Maiara percebeu e apressou em acalmar a irmã.
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ATÉ O AMANHECER
Fiksi PenggemarUm homem que desgosta de todas as mulheres do mundo e uma mulher que tem a pureza no coração tem seus caminhos entrelaçados por algo maior. A estudante de direito Maraisa Henrique se vê na missão de levar um pouco de vida para a casa do grande advog...