Capítulo 22

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Aline mexia inquieta no guardanapo, olhando ao redor no restaurante, procurando Fernando que não chegava nunca. Ele nunca lhe respondeu sobre o dinheiro, ao invés disso, marcou esse almoço. Tantos anos sem ve-lo lhe deixavam nervosa.

Naquele dia em que entregou o bebe foi a ultima vez em que o viu. O homem que sentou na sua frente era diferente. O olhar era duro, aos poucos fios brancos na lateiras, mostravam que ele não era o mesmo. Se por obra sua ou obra dos últimos 5 anos, não sabia .

Era o primeiro olhar que trocavam. Aline não tinha o que dizer. Toda a segurança que tinha pelo telefone pareceu sumir ao olhar para Fernando. E pensar que ela se casou com esse homem.

- vamos direto ao ponto, sim? – ela falou de uma vez. – está com o dinheiro?

- as coisas vão mudar, Aline. – Fernando falou de modo duro. – eu vou falar com a Ju, ela vai ser minha advogada na luta pela guarda do Antônio.

- como é?

- acabou essa historia de dinheiro, eu não vou pagar pelo meu filho o resto da vida.

- nós temos um acordo, Fernando. – ela falou firme. -assinamos um contrato. Como pensa que vai explicar isso para o juiz.

- o que eu vou falar ou não... não é da sua conta. Eu imagino que você vai ter os seus argumentos também.

- sabe que se formos para a justiça eu ganho a guarda de Antônio, vou sumir com ele e você ainda vai ser obrigado a pegar uma pensão.

-isso vamos deixar o juiz decidir. – ele falou simplesmente. – só quero que saiba que se quiser voltar a viajar o mundo vai ter que passar por um processo judicial antes.

- você está cometendo um erro. – ela falou, pegando a bolsa. - vai perder o Antônio.

Ao se levantar da mesa, Aline caminhou para fora com uma falsa segurança . isso era a ultima coisa que esperava ouvir na vida. Sua cabeça já começou a latejar com a possibilidade de realmente ter a guarda da criança. Não. isso não.

Maiara:

Maiara saia para o trabalho com pressa. Mexia na bolsa procurando o passe de ônibus quando deu de cara com um peito forte que já conhecia muito bem.
Suspirou, se tinha coisa que conhecia muito bem era Luiz e sabia que ele já estava a sua casa faz tempo. Maiara o evitava a todo custo depois da discussão feia que tiveram há algumas semanas.

- finalmente te encontrei. – ele disse com certo humor, mas a morena não estava com tempo e nem com paciência.

- estou atrasada para o trabalho, Luiz, outra hora a gente conversa.

- está me evitando, Maiara. – ele falou serio. – está me evitando mas sai para jantar com outro homem.

Aquilo fez a ruiva parar e olhar para o homem que um dia admirou tanto.

- me vigiou?

- por um acaso eu estava na janela pensando o que eu poderia fazer para convencer a mulher que amo a voltar para mim quando vejo você saindo com outro.

- eu falei para você naquela noite que tinha acabado.

- por uma discussão besta! – ele retrucou logo.

- besta? – ela exclamou. – Luiz, você duvidou do meu trabalho, fez pouco caso do meu sonho, disse que eu deveria parar de delirar por um curso superior porque gente como a gente não sai nunca do buraco, você me destruiu.

- está exagerando, Maiara. Eu disse aquilo porque você tem contas a pagar, uma filha para criar, e não teve a sorte de se envolver com um rico que vai facilitar sua vida.

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