Capítulo 19, Conexões

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Zuko estava imerso em seus deveres na Nação do Fogo nos últimos quatro dias, mal tendo tempo para interagir com alguém. Sentado em sua sala, ele examinava uma série de papiros sem prestar atenção no seu arredor.

— Zuko, estou partindo hoje. Precisamos que eu entenda melhor o que está acontecendo com Yan Wang. — Aang apareceu, interrompendo seus pensamentos.

Zuko se levantou, preocupado com a situação, mais culpado ainda por não ter passado muito tempo com o amigo.

— Tenha cuidado, Aang. Estarei aqui esperando por notícias suas. — Zuko disse soltando seu amigo.

— Pelo menos meu noivado vai me distrair do fato que você está longe e o apocalipse pode estar prestes a acontecer. — Zuko ironizou a situação, ambos soltaram uma risada.

— Eu sei que você queria que seu tio estivesse aqui no seu casamento. — Aang encarou seus pés e em seguida fitou os olhos de seu amigo com um sorriso culpado. — E eu mal te vi nos últimos dias e já tenho que partir... Tudo isso é muito injusto.

— Injusto tipo acordar de um coma após cem anos e perceber que todo mundo que você conhece morreu? — Zuko perguntou, causando uma longa risada do amigo e de si mesmo...

— Eu juro que vou voltar e vamos conseguir. — Aang quebrou o silêncio, em seguida os amigos se despediram em um abraço longo, com cada um sentindo o peso do mundo inteiro em suas costas.

Zuko se sentou e voltou a sua leitura pesada e pouco atrativa, estava lendo relatórios de almirantes e generais por todo o reino. Passou por um tempo indeterminado nessa tarefa, até que levantou a cabeça e viu Katara sorrindo para ele com uma bandeja repleta de comida.

— Mei Lin disse que você não comeu então eu vim ver. Você pretende ignorar suas necessidades, menino mimado? — Katara zombava do namorado que apenas grunhiu como resposta.

Silenciosamente, o Senhor do Fogo decidiu começar a comer em silêncio, sabendo que Katara não permitiria mais um minuto sequer de jejum.

Katara, percebendo que seu namorado estava finalmente comendo, começou a observar a beleza de Zuko. Seus traços angulares, seus olhos dourados que refletiam uma mistura de determinação e vulnerabilidade, e até mesmo a cicatriz da queimadura que adornava seu rosto para ela, tudo nele era incrivelmente belo.

Katara sorriu, sentindo-se grata por ter Zuko ao seu lado, mesmo nos momentos de silêncio e introspecção. Ela sabia que, juntos, poderiam enfrentar qualquer desafio que a vida lhes trouxesse.

— Os almirantes... — Começou Zuko.

— Os relatórios... — Zuko parava gaguejando enquanto Katara o encarava pacientemente, aguardando que ele conseguisse organizar seus pensamentos. Finalmente, Zuko respirou fundo e encontrou suas palavras.

— Eu... estou preocupado. — Katara assentiu, incentivando-o a continuar.

— Olha... eu não entendo... as revoltas acabaram de repente... — Ambos pararam para pensar pelo ponto de vista de Zuko.

— É verdade... parece algo muito bem coordenado. Precisamos descobrir quem está por trás disso e por que pararam tão abruptamente. — Katara parecia determinada, mas Zuko apenas assentiu, sentindo um peso ainda maior sobre seus ombros.

Enquanto o silêncio voltava a cair sobre eles, Zuko e Katara compartilharam um olhar significativo, sabendo que precisavam permanecer unidos diante dos desafios que estavam por vir.

No quinto dia, faltando apenas dois dias para a festa de noivado, Sokka estava caminhando com sua avó, Kanna, em direção ao local onde Zuko estava. Zuko, nervoso com a perspectiva de falar com a avó de seu namorado, aguardava ansiosamente.

Não existem acidentesOnde histórias criam vida. Descubra agora