Azula
Azula caminhou pelo palácio, parando por alguns segundos na porta do antigo quarto de Ursa, o cheiro familiar de ervas e flores a inundando instantaneamente. Ela abriu e parou na soleira, os olhos dourados escaneando o ambiente com cautela. Lá estavam eles: sua mãe, sentada ao lado de Zuko com Kiyi. O coração da princesa apertou de leve, mas Azula manteve a expressão fria, como uma máscara de festival que esconde o real dançarino.
Ursa, com um sorriso gentil, acariciava os cabelos da pequena Kiyi, que olhava para Azula de um jeito que a princesa achava estranho, irregular e um pouco intimidador.
— Kiyi... Você já deve os conhecer, Zuko, o Senhor do Fogo e Azula, a princesa. — Azula estava tranquila por fora, mas ainda não havia se acostumado em ouvir a voz tão suave e carinhosa da mãe. — Eles não são mais só seus soberanos, meu amor. São seus irmãos mais velhos, e agora você também é uma princesa da Nação do Fogo, Kiyi.
— Eu sou uma princesa? — A voz da pequena Kiyi transbordava empolgação, ela levantou em um pulo, assustando Azula. — Então eu posso ser tão forte quanto Azula?
Azula quase sorriu com a admiração da criança, mas se conteve por força do hábito. Kiyi demonstrava muita animação, isso incomodava Azula quase o mesmo tanto que satisfazia sua auto estima.
— Só depende de você. — Zuko respondeu, Azula percebeu que seu irmão mais velho estava mais estoico, mais cansado. Se alguma palavra pudesse descrever melhor como ele parecia, ninguém conhecia.
— Se quiser, posso arranjar um mestre para treinar você, além do Aang. — Ursa fez carinho nos cabelos da filha. — Seu irmão é ótimo com armas brancas, ouvi dizer que o mestre Pindao está na cidade. O que acha?
— Eu quero aprender tudo pra ser forte como eles dois. — Kiyi pulou animada, abraçando os dois irmãos como se fosse íntima deles a anos.
Azula ficou imóvel por um momento, não sabendo como reagir ao toque, mas seguiu o exemplo de Zuko e retribuiu desajeitadamente o calor da pequena.
— Agora vamos almoçar, crianças. Aang e os outros estão nos esperando. — Disse Ursa, em direção a porta.
Zuko
Após o almoço, Aang se levantou calmamente, chamando apenas o Time Avatar com um gesto de mão. Todos seguiram em silêncio para fora da sala, onde o ar do começo de tarde soprava levemente, criando uma atmosfera quase tranquila, mas o peso da tensão era palpável entre eles.
Aang parou e olhou para cada um de seus amigos com uma expressão séria, mas serena.
— Precisamos discutir nossa estratégia contra Yan Wang. — Começou ele, a voz baixa, mas firme. — Ele tem um plano de conquistar o mundo espiritual antes de expandir seu domínio no nosso plano material. E para isso, ele deve estar mirando figuras importantes de lá. Os espíritos que sustentam o equilíbrio.
— Mas isso a gente já sabia, ele te contou. — Sokka começou, recebendo uma cotovelada de Suki em seguida, que toma a fala. — Pode continuar Aang.
— Não sabemos até que ponto o inimigo já avançou, minha entrada no mundo espiritual pode ser perigosa... — Aang continuou, cruzando os braços. — Então vamos para o Monte Shén Nài, um local onde o espiritual e o material se conectam. É um deserto árido, onde o espírito Nuwa fez sua morada.
O nome fez o ar parecer mais denso, Zuko virou-se e percebeu seus amigos de olhos arregalados e levemente assustados.
— Nuwa... a criadora dos humanos. Aquele espírito assustador com corpo de dragão e rosto humano? — Katara perguntou, seu noivo pôde mais uma vez admirar a beleza dela, desde sua pele reluzente até seus cabelos em formatos de onda, Zuko amava cada detalhe dessa mulher.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Não existem acidentes
RomansaÀs vezes, nem mesmo com todo o poder do mundo, pode-se fugir do destino. Aang sabia disso muito bem, mas acreditava fielmente que seu destino era com Katara, desde o momento em que saiu daquele domo de gelo e seus olhos infantis encontraram a profun...