O salão estava iluminado por velas que refletiam nas mesas de madeira, criando um clima aconchegante para aqueles que estavam reunidos ao redor da longa mesa adornada com pratos típicos da Nação do Fogo e da Tribo da Água do Sul.
Risos enchiam o ar, e o som de conversas animadas ecoava pelas paredes de pedra. Zuko, sentado ao lado de Katara, entrelaçava seus dedos nos dela enquanto ambos trocavam olhares tão apaixonados que deixaria o cupido orgulhoso.
Toph Beifong contava uma piada que fez Sokka quase derrubar sua caneca com cerveja de tanto rir, enquanto Suki tentava, sem sucesso, controlar o namorado. Mestres Pindao e Pakku conversavam serenamente com Vovó Kanna, que tinha um sorriso orgulhoso enquanto observava os jovens ao redor. Azula e Ty Lee, sentadas mais ao fundo, conversavam em um tom mais baixo, a princesa demonstrava um pequeno sorriso relaxado, algo raro em seu semblante geralmente severo.
Ursa estava sentada apenas acompanhada por seu marido e filha caçula. O pequeno núcleo deles experimentava a culinária da nação de Katara com gosto, Zuko pôde perceber a expressão de surpresa de Kiyi com o sabor de um peixe cozinhado pela moda da Tribo da Água do Sul
De repente, Hana, a mais jovem das Guerreiras Kyoshi, se levantou, chamando a atenção de todos presentes pela falta de equilíbrio da mesma. Seus lábios eram incrivelmente rosas, mas ninguém percebeu isso no momento, já que seu rosto estava mais ruborizado pelo efeito da bebida.
— Eu gostaria de propor um brinde! Um brinde a um homem que eu admiro muito. — Exclamou ela, sua voz vibrando pelo salão e chamando a atenção de todos. — Ao Senhor do Fogo Zuko, o Honrado!
A sala caiu em silêncio por um breve momento, antes que uma explosão de aplausos e gritos de apoio se alastrasse. Todos levantaram suas bebidas, e o som de copos se chocando ecoou por todo o salão. Zuko, por sua vez, sorriu timidamente enquanto balançava a cabeça em agradecimento, claramente envergonhado pela atenção repentina.
Aang, que até então bebia seu vinho com serenidade, levantou a mão tranquilamente, pedindo a palavra e o silêncio se espalhou pelo salão. O avatar se levantou devagar, ainda com sua expressão pacífica e gentil, segurando sua taça.
— Eu não mentiria, vocês sabem. — Começou ele, sua voz suave e cativante. — A jornada que nos uniu foi cheia de desafios e extremamente cansativa.
Aang olhou diretamente para Zuko, que estranhou mais uma vez o olhar do amigo, mas não quebrou o contato, com uma troca surreal que parecia durar horas.
— Quando eu conheci o Senhor do Fogo Zuko. — Continuou Aang, sorrindo levemente. — Eu era inimigo dele, mas ele não era meu inimigo... Estávamos em lados opostos da guerra, mas sempre vi além do que os outros viam, além até do que ele via.
— Mas, com o tempo. — Aang continuou. — O espelho que refletia sua alma estava se clareando e a dúvida sobre a pessoa real que Zuko era começou a incomodá-lo tanto, que ele descobriu seu caminho.
Os olhos de Zuko quase se marejaram, recordando o sofrimento que ele passou assim que voltou para casa depois de seu banimento, sobre a vergonha que o incomodava diariamente.
— E ao invés de continuar sendo um inimigo, Zuko finalmente me viu como um aliado contra um inimigo em comum, um amigo, e mais do que isso, parte da nossa família.
— Então, eu levanto meu copo. — Aang disse, erguendo sua taça novamente. — Não só para o Senhor do Fogo, mas para o homem honrado e o amigo leal que ele é... Ao Zuko, que fez escolhas difíceis e sempre lutou pelo que é certo.
Todos na sala levantaram suas taças mais uma vez, gritos de aprovação e aplausos preenchendo o espaço. Zuko, visivelmente emocionado, tentou falar, mas as palavras fugiram por um momento, ele simplesmente sorriu, enquanto Katara lhe dava um beijo suave na bochecha.
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Não existem acidentes
RomanceÀs vezes, nem mesmo com todo o poder do mundo, pode-se fugir do destino. Aang sabia disso muito bem, mas acreditava fielmente que seu destino era com Katara, desde o momento em que saiu daquele domo de gelo e seus olhos infantis encontraram a profun...