Capítulo 27, Sombras da Verdade

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Azula caminhava pelos corredores escuros e úmidos dos túneis, com passos ecoando suavemente nas paredes de pedra. Seu coração batia acelerado, não apenas pela tensão do momento, mas também pelo peso de suas próprias incertezas. Finalmente, ela avistou uma cela isolada, onde Katara estava sentada no chão, encarando a escuridão com uma expressão de desespero.

Katara levantou a cabeça ao ouvir os passos se aproximando e, ao ver Azula, sua expressão endureceu ainda mais.

— Azula! Eu devia saber que tinha seu dedo nessa história. — O desdém na voz de Katara não foi surpresa. Azula tentou manter a calma, embora não fosse sua natureza. Seus olhos frios tentaram transmitir alguma forma de sinceridade.

— Katara, se eu estivesse envolvida, já teríamos nos visto. Estou aqui para te tirar daqui. — Azula falou, sua voz menos emotiva do que gostaria, soando um pouco forçada, mas Katara permaneceu desconfiada, seus olhos azuis estreitados.

— Por que eu acreditaria em você? — Azula respirou fundo depois do questionamento de Katara, tentando controlar sua frustração. Ela não era boa em expressar emoções genuínas, e esse momento era especialmente difícil.

— Eu não tenho tempo para te convencer. — Azula respondeu, a impaciência começando a transparecer. — Só venha logo.

Katara ainda hesitava, mas Azula, perdendo a paciência, ergueu as mãos e lançou uma rajada de fogo azul, cortando as barras de ferro da cela com precisão. As barras caíram ao chão com um estrondo metálico.

— Vamos! — Azula ordenou, a urgência em sua voz agora evidente.

Katara, ainda desconfiada, levantou-se lentamente e seguiu Azula assim que percebeu que não tinha outras opções. Juntas, elas começaram a correr pelos corredores, a tensão entre elas palpável, mas a necessidade de escapar superava qualquer animosidade momentânea.

Azula liderava o caminho, mantendo-se alerta, enquanto Katara, embora relutante, reconhecia que, por enquanto, a única chance de escapar daquele pesadelo era confiar, mesmo que temporariamente, na princesa do Fogo.

Enquanto corriam pelos túneis, Azula e Katara se viram bloqueadas por uma figura familiar. Mai estava parada no meio do corredor, seus olhos estreitos e um sorriso sardônico nos lábios.

— Ora, ora, veja quem está ajudando a escória agora. — Mai zombou, cruzando os braços e olhando diretamente para Azula.

Azula sentiu a raiva fervilhar dentro de si, lembrando-se do abuso que Mai fez Zuko passar. Seu olhar se endureceu, e ela deu um passo à frente, pronta para confrontar Mai.

— Você não passa de uma traidora desprezível, Mai. — Azula disparou, a raiva evidente em sua voz. — Como se atreve a falar comigo assim depois de tudo que fez com Zuko?

— O que EU fiz Zuko passar? Você está me dizendo isso? — Mai apenas ergueu uma sobrancelha, rindo da cara da ex-amiga porém antes que a tensão pudesse explodir em um combate, Katara rapidamente se posicionou entre as duas, bloqueando Azula com o braço estendido.

— Não, Azula. Essa é minha luta. — Katara disse firmemente, olhando diretamente para Mai.

Azula abriu a boca para protestar, mas Katara a interrompeu, sua voz firme e resoluta.

— Eu prometi que se Mai machucasse Zuko de novo, eu mesma acabaria com ela. — Katara declarou, seu olhar mais irritado do que nunca. — Nada e nem ninguém vai me impedir.

Azula hesitou por um momento, mas deu um passo atrás, permitindo que Katara avançasse. Mai, por sua vez, preparou-se para o confronto, sacando suas lâminas com um sorriso desdenhoso.

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