Capítulo 32, A calma antes da tempestade

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Zuko

O sol começava a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e rosa enquanto a brisa suave balançava as folhas das árvores no jardim real. O ambiente estava calmo, exceto pelo som das risadas de Kiyi, que brincava com Azula perto do lago dos pato-tartarugas. Zuko e Ursa continuavam sentados no banco, imersos na conversa e nas lembranças. A beleza natural do jardim contrastava com a tensão emocional que ainda pairava no ar, principalmente entre mãe e filho.

Algum tempo depois, Ty Lee apareceu no jardim, irradiando sua habitual energia vibrante. Ela se moveu com a graça de sempre, os olhos brilhando com entusiasmo, e ao seu lado, Katara caminhava com uma serenidade que contrastava com a agitação da amiga. Ty Lee acenou brevemente para Zuko, Ursa e Ikem, trocando um sorriso rápido com eles, antes de correr em direção a Kiyi e Azula, como se estivesse pronta para se juntar à diversão.

Sem perder tempo, Ty Lee começou a exibir sua agilidade, virando-se de ponta-cabeça com facilidade, caminhando em uma bananeira perfeita enquanto Kiyi observava com os olhos arregalados, completamente encantada.

— Como ela faz isso? — A menina perguntou para Azula, que deixou uma leve risada sair.

— Ela é maravilhosa. — O sorriso da princesa ao ver sua amada era enorme, Ty Lee é a fonte dos sorrisos mais sinceros que ela já deu.

Enquanto isso, Katara se aproximou de Zuko, o sorriso dela suave e reconfortante. Ela sentou-se ao lado dele no banco, sem dizer uma palavra, entrelaçando os dedos com os de Zuko, o toque trazendo uma calma imediata ao rosto dele, que até então carregava traços de tensão.

— Eu gostaria de agradecer a você, Lady Katara. — A jovem dominadora se virou para a sogra. — Por nunca ter desistido do Zuko.

— Eu jamais desistiria dele. Zuko é um homem maravilhoso... mais gentil e bondoso do que ele imagina. Eu tive muita sorte de conhecê-lo... de ter ele ao meu lado.

Katara beijou a bochecha de Zuko, que corado, apertou a mão dela um pouco mais forte. Embora ele não conseguisse encontrar as palavras certas naquele momento, o gesto falava por si. Katara era uma âncora para ele, e estar ao lado dela lhe dava a paz que tantas vezes escapava dele.

Ikem continuava a dedilhar seu dramyin, as notas suaves ecoando pelo jardim, misturando-se às risadas de Kiyi e à calma que envolvia o grupo. Com um olhar terno, ele se voltou para Ursa, que estava sorrindo enquanto observava Zuko e Katara juntos.

— Eles me lembram de nós dois, quando éramos jovens. — Comentou Ikem entre risos. — Especialmente o temperamento da Lady Katara.

— Espero pro seu bem que não que não. — Afirmou Zuko, recebendo um tapa de Katara e rindo em seguida.

— Não precisa me chamar de Lady Katara, vocês são família... Inclusive, como vocês dois se conheceram? — O casal mais velho se surpreendeu pela pergunta da dominadora.

— Ah, nós nos conhecemos há muito tempo, quando ainda éramos crianças, nós morávamos em Hira'a, uma pequena cidade na Nação do Fogo. Ele era o filho do escultor da aldeia, e nós costumávamos brincar juntos. — Ikem sentou-se ao lado de sua esposa e começou a acariciar suas mãos.

— Nós nos apaixonamos como qualquer casal, eu sempre fui muito reservada. — Ikem a interrompeu. — Ursa, meu amor... Vamos contar a verdade para seu filho e sua linda nora? Você ficou brava quando eu roubei uma partida de Pai Sho e chutou minha barriga. Depois disso, eu percebi que estava perdidamente apaixonado por ti.

— Quando ficamos mais velhos, começamos a namorar, — Continuou Ursa. — E também começamos nossa carreira no teatro local. Atuamos juntos, e Ikem foi escalado para o papel de Imperador Dragão na peça Amor Entre Dragões.

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