Capítulo 25, Medo

18 1 0
                                    


Ty Lee caminhava pelo corredor do Palácio da Nação do Fogo em passos rápidos e nervosos. Ela estava determinada, mas ao mesmo tempo, sentia um nó de apreensão se formar em seu estômago. O que ela tinha a dizer não seria fácil, mas sabia que era necessário.

Ao chegar em frente à porta do quarto de Zuko e Katara, Ty Lee respirou fundo e bateu suavemente. A porta se abriu lentamente, revelando Zuko e Katara conversando em voz baixa. Ambos viraram-se surpresos para Ty Lee, cuja expressão misturava nervosismo e determinação.

— Ty Lee, entre. Estamos apenas conversando. — Katara foi a primeira a quebrar o silêncio, dando um sorriso encorajador para Ty Lee.

— Por que você estava nas masmorras ontem, Ty Lee? — A voz de Zuko cortou Ty Lee antes que a acrobata tivesse a chance de poder começar, o rosto de Ty Lee corou instantaneamente, seus olhos buscando uma resposta adequada.

— Eu... eu estava com Azula. — Admitiu, escolhendo suas palavras com cuidado.

A revelação pareceu deixar Zuko atordoado, enquanto Katara levantou uma sobrancelha, claramente alarmada.

— Com Azula? — Katara repetiu, sua voz misturando incredulidade e preocupação. — Ty Lee, você sabe o quão perigosa ela pode ser.

— Eu sei que todos têm uma visão negativa dela, mas Azula mudou. Ela está tentando se redimir, eu sinto isso. — Ty Lee se defendeu imediatamente, os olhos brilhando com determinação.

— Eu não confio nela, Ty Lee. Ela causou muita dor para todos nós no passado. — Katara se levantou enquanto Zuko permaneceu em silêncio por um momento, processando a informação. Ty Lee olhou para Katara com tristeza, desejando que a amiga pudesse ver o que via em Azula agora.

— Eu sei que ela errou, Katara. Mas as pessoas podem mudar. Eu só queria que vocês dessem uma chance a ela. — Ty Lee suplicava para seus amigos a entenderem, se virando e pegando as mãos de Zuko carinhosamente — Por que você não diz nada?

— Eu realmente não sei o que pensar sobre isso. — Zuko finalmente disse, quebrando seu próprio silêncio pesado. — Me deixe sozinho com a Katara, por favor.

Ty Lee sentiu vontade de chorar, saindo do quarto sem dizer nada para os amigos e deixando seus pés a levarem para onde eles quisessem.

— Azula é minha irmã, e parte de mim quer acreditar que ela pode mudar. — Zuko começou, Katara cruzou os braços, seu rosto mostrando firmeza.

— Zuko, eu entendo que ela é sua irmã, mas você sabe melhor do que ninguém o que ela é capaz de fazer. Nós mal conseguimos sobreviver às últimas tentativas dela de nos destruir. — As memórias de Azula quase matando seus entes queridos ainda amedrontavam Katara e a atormentavam em seus sonhos.

— Eu sei, Katara. Mas se há uma chance, por menor que seja, de que Azula possa se redimir... — Zuko suspirou, passando a mão pelos cabelos escuros, claramente conflituosos. — Eu sinto que preciso tentar. Talvez eu possa ajudá-la a encontrar um caminho melhor.

— Você é o Senhor do Fogo agora, Zuko. Sua prioridade deve ser a segurança e a estabilidade da Nação do Fogo. Um encontro com Azula não trará nada além de problemas. — Katara balançou a cabeça, a determinação em seus olhos não diminuiu um centímetro.

— Eu sou o Senhor do Fogo, responsável pelos cidadãos da Nação do Fogo, se não posso ou não consigo me esforçar nem pela minha irmã, que espécie de líder eu sou? — Zuko olhou para o chão, por breves segundos, tentando lembrar da pureza em Azula mais nova, ou qualquer coisa para apoiar sua decisão. — Eu executei um homem por justiça, tirei generais de suas posições e também preciso mostrar misericórdia.

Não existem acidentesOnde histórias criam vida. Descubra agora