Capítulo 29, Reconciliação

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Zuko e Azula se separaram do abraço, e ele deu um pequeno sorriso de aprovação à irmã. Sentindo que era hora de encarar seus sentimentos, Zuko se virou para sua mãe, Ursa, que estava observando de longe, com uma expressão cautelosa e esperançosa.

Ele deu alguns passos em sua direção, hesitante, mas determinado. Quando chegou perto o suficiente para que só ela pudesse ouvir, ele falou suavemente:

— Preciso que todos se reúnam no salão. Aang deve ter coisas importantes para discutir com o grupo, mas, antes disso, minha mãe e eu precisamos conversar sozinhos.

Zuko encarou sua mãe, que o olhava com uma feição de nervosismo, mas assentiu silenciosamente, talvez recebendo força do toque de Ikem, a encorajando.

Zuko, por sua vez, fez um gesto para que todos os outros seguissem para o salão. O time avatar começou a se mover na direção do salão, mas Aang hesitou por um momento, Zuko lhe deu um olhar tranquilizador.

— Não se preocupe, Aang. Eu vou ficar bem, só preciso resolver algumas coisas com minha mãe.

Aang assentiu, embora a preocupação ainda estivesse evidente em seus olhos, deixando Zuko a refletir que talvez não seja com isso que Aang estivesse preocupado, Todos estavam finalmente afastados, deixando Zuko e Ursa sozinhos.

Zuko se sentou em um dos bancos por perto, respirando fundo enquanto tentava buscar as palavras certas para se expressar.

— Eu... — Zuko começou, mas sua mãe o interrompeu.

— Eu adorei ver você se dando bem com a sua irmã... — Ursa parecia nervosa, falando bem rápido. — Eu te interrompi, né?

O Senhor do Fogo percebeu Ursa olhando para o chão com as mãos se entrelaçando nervosamente.

— Nós resolvemos nossas diferenças... Apesar de tudo. — O tom de voz do jovem era ríspido, claramente essa era a última atividade que Zuko pretendia fazer.

— Filho, eu fiz muitas coisas das quais me arrependo. Achei que estava protegendo você, Azula, e a mim mesma... mas sei que, ao fazer isso, te machuquei. Abandonei vocês quando mais precisavam de mim e nada vai poder desculpar esse ato.

Zuko respirou fundo, tentando controlar a avalanche de emoções, lembrou das palavras de Azula e em como sua irmã parecia ter encontrado uma paz que ele ainda estava tentando alcançar.

— Eu posso, assim como Azula pôde. Mas isso não significa que eu vou agir como se nós fossemos tão íntimos assim. — Ursa levantou a cabeça e seus olhos estavam cheios de lágrimas.

— Mas eu não sei se mereço... Olha o que eu permiti que acontecesse com meus dois filhos. — Ursa tocou carinhosamente na cicatriz de Zuko, que fechou os olhos brevemente. — Eu permiti que seu pai te mutilasse, a culpa é toda minha pela desavenças entre você e sua irmã.

Zuko sentiu um nó se formar em sua garganta, ele queria perdoá-la, queria deixar o passado para trás, mas as feridas ainda estavam ali. Ele sabia, no entanto, que a única maneira de avançar era enfrentando essas feridas, não importa o quão doloroso fosse.

— Eu tô cansado de culpar você e Ozai, mãe. — A voz de Zuko falhou, ele não era o Senhor do Fogo Zuko agora, era um filho machucado e abandonado.

— Oh, meu menino. — Ursa abraçou seu filho, que finalmente pôde desmoronar e chorar, chorar por sua mãe, por seu pai e por medo de perder seu tio, o único que sempre o apoiou.

Ao se recomporem, mãe e filho caminharam até o salão de guerra, onde Zuko entrou sozinho, encontrando seus amigos já reunidos. A atmosfera na sala era pesada, carregada com a tensão que vinha crescendo nos últimos dias. Katara estava sentada à mesa, com seu rosto demonstrando a ansiedade espelhada em todos. No entanto, Aang, sentado na cabeceira da mesa, parecia surpreendentemente calmo, uma serenidade incomum irradiando de sua postura relaxada.

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