O ambiente ao redor da fogueira apresentava uma tensão palpável quando o time Avatar se aproximou de Aang sentado perto de Appa, o olhar sombrio do Avatar refletia uma preocupação que pesava em seu coração.
— E aí, Aang! Como foi sua ida ao mundo espiritual? Já podemos buscar meu pai? — Perguntou Sokka, entre um bocejo, tendo total certeza que o amigo ia resolver tudo com as próximas palavras
— Não acabou, né? — O otimismo de Sokka desvaneceu-se no momento em que seus olhos se encontraram com os de Aang.
— Foi... difícil. Eu encontrei alguém que não esperava... Yan Wang. — Aang suspirou profundamente antes de responder, seu tom carregado de seriedade.
— Yan o que? — Perguntou Toph, sentindo os batimentos nervosos no coração do amigo. O resto do grupo demonstrava a mesma dúvida, com esse nome ecoando entre os amigos
— Ele é o espírito da morte. Ele acredita que a humanidade não está honrando o ciclo da vida e da morte como deveria. — Aang continuou, explicando o encontro inesperado.
— Espírito da morte? Isso não faz sentido, Aang. Não existe um espírito da morte. — Katara interveio, se mantendo cética, Aang estava sozinho a noite inteira e preocupado com Bumi e os outros, provavelmente foi apenas um sonho.
— Eu sei que é difícil de acreditar, Katara, mas é a verdade. Yan Wang é real, eu sei o que eu vi. — Aang balançou a cabeça com tristeza, sua expressão séria.
Enquanto o debate continuava, Zuko permanecia em silêncio, sua expressão perdida nas chamas da fogueira diante dele.
— Ele tem uma barba escura e longa, com dois guardas com armaduras de animais e um escriba. — Aang percebeu Zuko o encarar com uma feição esquisita.
— Você parece pálido. — Sokka falou, tocando no ombro de Zuko.
— É... é estranho. Parece com alguém que eu vi em um sonho. — Zuko, ainda abalado pelas palavras de Aang, balançou a cabeça antes de finalmente falar.
— Acontece que não era um sonho, Zuko. Você foi transportado para o domínio do espírito da morte. Yan Wang mencionou você... — Aang respirou fundo, tentando puxar da memória o que aconteceu. — Ele te chamou de "Descendente dos Dragões" e "Filho do Sol".
Zuko ficou em silêncio por um momento, sua mente mergulhada em lembranças antigas. O rosto de sua mãe o olhava com carinho, enquanto de sua voz escapava uma balada.
Nas chamas da aurora vermelha a brilhar,
Nasceu um ser de poder sem par.
Filho do Sol, descendente dos dragões,
Príncipe herdeiro do fogo e com água a governar.
Foeblin do Avatar, abençoado com amor
Seus nomes ecoavam, lenda a se criar.
Com força e paixão, ele enfrenta o pavor,
Com honra e família a se levantar.
— Isso... Isso soa como uma profecia! Zuko, talvez essa seja uma pista sobre o seu papel neste conflito com Yan Wang. — Aang estava impressionado com a nova revelação.
— Não, não é nada disso. Apenas uma canção de ninar que minha mãe costumava cantar para mim quando eu era criança. Não tem significado real. — Zuko disse balançando a cabeça.
— O que é um "Foeblin"? — Toph perguntou.
— É uma palavra antiga, significa algo como uma mistura de rival e amigo do peito. — Zuko explica, massageando a têmpora, apesar de suas palavras, uma semente de dúvida foi plantada em sua mente. Seria possível que essa canção de ninar fosse mais do que apenas uma história inventada para acalmar uma criança?
— Não importa o que seja essa canção, precisamos voltar para a Nação do Fogo e entender o que está acontecendo. Nós não podemos ficar parados. — Aang se levantou, parecendo decidido e subindo no appa, esperando os amigos. Sokka assentiu, tentando manter a calma apesar da ansiedade que o dominava.
Enquanto o grupo se preparava para partir, June se aproximou deles, pronta para se despedir. Zuko, sentindo uma mistura de gratidão e preocupação, abraçou June calorosamente, ignorando suas reclamações habituais.
— Obrigado por toda a sua ajuda, June. E eu prometo que darei notícias assim que souber algo sobre meu tio. — June resmungou, tentando parecer indiferente, mas havia um brilho de preocupação em seus olhos enquanto ela observava Zuko se afastar.
— Não se preocupe com isso, garoto. Só... traga ele de volta, está bem? — Zuko assentiu, um sorriso grato iluminando seu rosto antes de se juntar ao resto do grupo. Katara, sentindo um leve ciúme da relação entre Zuko e June, abraçou o braço de seu namorado, dando um tchau simples para a mulher.
— Até logo, June. E obrigada por tudo. — June acenou com a cabeça em resposta, sua expressão suavizando-se por um momento.
— Cuida desse imprestável. — Disse June antes de se afastar, montando em seu animal de estimação e partindo em direção ao horizonte.
Katara lançou um olhar preocupado para Zuko, que parecia mais quieto do que o habitual. Ela se aproximou dele, colocando uma mão reconfortante em seu ombro.
— Amor, você está bem? — Zuko se lembrou que ouviu essa pergunta tantas vezes desde os últimos acontecimentos que nem sabia se já havia dito a verdade ou não.
— Eu não sei bem. Essa situação toda parece tão estranha, tão familiar de uma maneira que não consigo entender. — Katara apertou levemente o ombro de Zuko, oferecendo-lhe um sorriso reconfortante.
— Estamos todos juntos nisso, Zuko. Vamos descobrir o que está acontecendo e trazer nossos entes queridos de volta para casa, seguros e salvos. — Por fim, ambos subiram no bisão voador, Zuko adormeceu no ombro de Katara, que ficou ansiosa temendo estar mentindo para seu namorado.
Ao chegarem à Nação do Fogo, foram recebidos por Mestre Pakku e Pindao, cujas expressões preocupadas revelavam a gravidade da situação. Zuko e o resto do grupo se aproximaram, ansiosos para ouvir as últimas notícias.
— Bem-vindos de volta. Estávamos esperando por vocês. A situação é urgente. — Mestre Pakku falou primeiro, pegando a mão da neta ao descer do bisão.
— Os sábios do fogo já falaram com a avó de Katara. Exigiram que a festa de noivado acontecesse em pelo menos uma semana. — Pindao assentiu com uma expressão séria em seu rosto sério.
— Uma semana... não temos muito tempo. — Katara olhou para Zuko, preocupação evidente em seus olhos.
— Então temos que agir com rapidez. Vamos nos preparar o mais rápido possível. — Zuko assentiu, sua expressão determinada.
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Não existem acidentes
RomanceÀs vezes, nem mesmo com todo o poder do mundo, pode-se fugir do destino. Aang sabia disso muito bem, mas acreditava fielmente que seu destino era com Katara, desde o momento em que saiu daquele domo de gelo e seus olhos infantis encontraram a profun...