Oceano
Aang viajava sozinho com Appa, o céu vasto e claro se estendendo infinitamente à sua frente. O vento soprava suavemente contra seu rosto, mas ele mal percebia. Sua mente estava sobrecarregada, assombrada por pensamentos perturbadores. Aang olhava o horizonte, perdido em suas preocupações, mas saiu de sua meditação ao ouvir o rugido de Appa, que começava a descer suavemente sobre as nuvens.
— Sim, amigão, a gente vai conseguir salvar todo mundo. — A preocupação de Aang com o sequestro dos líderes das nações se agrava toda vez que ele ousa fechar os olhos, mesmo que brevemente. A figura de Yan Wang era aterrorizante para o garoto.
— Eu preciso conseguir, Appa. Pelo Zuko, pela Katara e o Sokka. — A voz de Aang era trêmula, suas mãos suavam e tremiam como se um monstro estivesse à sua frente, mas não havia nada além do oceano. — Eu nunca nem ouvi falar de um espírito chamado Yan Wang, como eu posso impedi-lo?
Aang queria ouvir a voz do monge Gyatso o guiando sabiamente, queria algum conselho amigável do general Iroh, uma maluquice que o ajudasse a agir vinda de Bumi, ou até uma instrução rude, mas bem intencionada de Zuko. Aang queria ouvir qualquer coisa, mas nada veio, ele estava sozinho flutuando no oceano à procura de ajuda.
— Quem eu estou enganando? Não posso impedir nem meus amigos de serem obrigados a se casar! — Aang sentiu uma frustração enorme, ele sabia que Zuko e Katara se amavam, mas o fato de o casamento ter sido arranjado por questões políticas o incomodava.
Aang suspirou profundamente, sentindo uma dor no peito, a saudade de seus amigos era cortante em seu coração... Sentia falta do tempo que passaram juntos nas aventuras e das risadas em volta de uma fogueira. A solidão da viagem com seu bisão era um lembrete constante de que ele estava sozinho em sua jornada.
— Talvez eu não seja o Avatar que o mundo precisa. — Murmurava amargamente. — Talvez eu esteja apenas fazendo tudo errado.
Appa rugiu suavemente, como se tentasse confortar seu amigo, em resposta Aang sorriu tristemente e acariciou a cabeça de Appa, agradecido pela presença constante de seu bisão voador.
Eles finalmente chegaram ao Templo do Ar Oriental, onde o Guru Pathik estava esperando. Aang desceu de Appa, seus passos pesados com o peso de suas preocupações. Quando ele avistou o Guru, sentiu uma pequena faísca de esperança, talvez o ele pudesse ajudá-lo a encontrar clareza em meio ao caos que dominava sua mente.
— Bem-vindo, Avatar Aang. — Disse o Guru Pathik com um sorriso acolhedor. — Vejo que carrega um grande fardo em seu coração.
— Guru Pathik, estou... perdido. Há tanta coisa acontecendo, tantas responsabilidades, e eu sinto que estou falhando com todos. Preciso de orientação. — Aang assentiu, tentando encontrar as palavras certas.
— Vamos, Aang. Vamos começar com a meditação. Às vezes, a clareza vem quando silenciamos a mente e escutamos nosso coração. — Guru Pathik sorriu e colocou a mão no ombro de Aang, o confortando de suas preocupações.
— Eu não preciso meditar, preciso de respostas sobre Yan Wang. — Aang levantou a voz e tirou a mão do guru de seu ombro, se irritando pela calma do ancião a sua frente.
— Beba. — Guru Pathik deu um copo com um suco de cebola e banana, Aang se manteve parado, respirou fundo por um segundo e puxou a tigela com o líquido e bebeu.
O sabor foi instantaneamente avassalador. A doçura da banana tentou, sem sucesso, suavizar a pungência aguda da cebola. Era como uma batalha de sabores na sua boca, com a cebola crua dominando brutalmente a mistura. A textura era igualmente desagradável, a suavidade da banana contrastava com a aspereza fibrosa da cebola, criando uma experiência sensorial caótica.
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Não existem acidentes
RomansaÀs vezes, nem mesmo com todo o poder do mundo, pode-se fugir do destino. Aang sabia disso muito bem, mas acreditava fielmente que seu destino era com Katara, desde o momento em que saiu daquele domo de gelo e seus olhos infantis encontraram a profun...