Capítulo 3, Um sonho

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Zuko estava sozinho, sentado recostado na parede de sua varanda, a tranquilidade ao seu redor não conseguia dissipar a tempestade de pensamentos que se formava em sua mente. O término com Mai pesava em seu coração, e ele se culpava por deixar a garota ainda mais triste. Lembrava-se das palavras que trocaram, das lágrimas que rolaram, e ele se perguntava se havia tomado a decisão certa. A tristeza de Mai era uma carga adicional à sua própria angústia, e Zuko sentia o peso de suas escolhas.

— Eu deveria ter feito isso de outra maneira. — Murmurou Zuko para si mesmo, a voz carregada de autocrítica. — Eu a machuquei, e não sei se algum dia ela vai conseguir entender minhas razões.

Enquanto Zuko refletia sobre os eventos recentes, sua mente foi aos momentos passados com Katara. Lembrou-se dos sorrisos compartilhados, das conversas significativas e dos abraços reconfortantes. A presença dela, em meio à turbulência emocional, trazia uma serenidade que ele precisava desesperadamente.

— Só espero que Mai encontre a paz, mesmo que seja sem mim. — Pensou Zuko, desviando o olhar para o céu estrelado. — E espero que eu também possa encontrar o caminho para a paz.

Ao pensar em Katara, Zuko sentiu uma suavização em seu coração. As memórias reconfortantes com a Mestra da Água acalmavam suas preocupações e incertezas. Lembranças dos momentos em que riram juntos, dos gestos de apoio e compreensão, ofereciam um consolo bem-vindo em meio às tormentas emocionais.

Decidindo que não havia mais o que fazer naquele momento, Zuko levantou-se da varanda e caminhou para o quarto. Ao deitar-se na cama, fechou os olhos e tentou afastar os pensamentos tumultuados. As lembranças reconfortantes de Katara serviram como um bálsamo para sua alma inquieta, e gradualmente, a paz começou a envolvê-lo.

Com o coração mais leve, Zuko permitiu-se ceder ao cansaço. Na escuridão do quarto, ele mergulhou no sono, deixando para trás as preocupações do passado e abraçando a promessa de um novo amanhecer.

No mundo onírico, Zuko encontra-se em uma paisagem desolada, onde o chão arenoso estende-se até onde os olhos podem ver. Ao centro, um velho de barba longa e expressão severa emerge das sombras. Seu manto de juiz flutua ao vento e, ao seu lado, um escriba meticuloso registra cada detalhe em um antigo pergaminho.

— Assim como qualquer homem do seu mundo, você esqueceu coisas mais importantes que eu, Senhor do Fogo Zuko — O velho juiz parecia demonstrar desgosto e nojo ao olhar para o humano à sua frente, sua voz ressoava como um eco distante.

Zuko, perplexo, observa enquanto dois guardas imponentes surgem, cada um usando armaduras únicas. Um deles, robusto e feroz, veste uma armadura de touro, enquanto o outro, ágil e veloz, ostenta uma armadura de cavalo.

— O tempo está se esvaindo, Zuko. Você não pode salvar a todos, a escuridão se aproxima e a morte a acompanha. — Proclama o Juiz, apontando para o horizonte onde as sombras se aproximam. Suas palavras como trovões ressoavam na mente de Zuko. O escriba anota cada pensamento não dito e cada dúvida não expressa.

— O avatar não pode te ajudar, Zuko... A era dos homens chegará a um fim e suas ações arrogantes vão piorar a tudo, não resista. — Adverte o juiz, lançando um olhar penetrante sobre o Senhor do Fogo.

Os guardas permanecem imóveis, suas armaduras refletindo a luz lunar que brilha em meio à noite. A atmosfera está carregada de significado e urgência, mas Zuko, perdido em seu próprio desconcerto, ainda não compreende completamente o significado do julgamento.

— Quem é você? RESPONDA! — Zuko não conseguia criar uma chama, apenas se aproximou com os punhos fechados, mas os guardas moveram suas lanças para impedir seu avanço.

— Vocês são sempre teimosos ou ignoram o que realmente importa, você não consegue nem criar uma chama em meu domínio... Descendente do Sol, Filho dos Dragões... Você não é tão especial quanto Zhu Rong havia me dito. Desapareça! — O escriba fecha o pergaminho assim que seu mestre termina a fala, Zuko tenta falar algo, mas sente-se puxado para fora do sonho. Seus olhos se abrem para a realidade da alvorada na Ilha Ember, mas a lembrança do julgamento onírico escapa-lhe como fumaça, deixando apenas uma sensação persistente de inquietação.

Sem saber que o destino o observa nos recantos de seus próprios sonhos, Zuko se prepara para enfrentar um novo dia, olhou para a janela, no momento em que a lua se pôs e os primeiros raios de sol lutavam para brilhar, desceu as escadas com uma certa paz, sabendo que ninguém ia acordar tão cedo.

Começou a preparar um café da manhã, principalmente o café, já que dormiu pouco durante a noite. Após comer e tomar seu café, Zuko vai para o mesmo local onde treinava com Aang, tirando seu kimono de cetim e jogando ao chão, seu treino era intenso, não queria produzir fogo para não acordar seus hóspedes, mas tentava treinar seu corpo e força física.

Começou com um aquecimento cuidadoso, realizando alongamentos que envolviam todo o corpo. Movimentos fluidos e controlados indicavam a disciplina adquirida em sua jornada de treinamento. Os músculos de Zuko respondiam com flexibilidade, prontos para o desafio que viria a seguir.

A seguir, ele mergulhou em uma série de exercícios calistênicos, alternando entre flexões, abdominais, agachamentos e burpees. Cada movimento era executado com precisão, demonstrando uma combinação de força e agilidade. Gotas de suor começaram a se formar em sua testa, mas Zuko não diminuiu o ritmo.

Para intensificar o treinamento, Zuko incorporou elementos de parkour e ginástica. Saltos, rolamentos e movimentos acrobáticos eram realizados com destreza, revelando uma habilidade física notável. Seus músculos se contraíam e se alongavam com cada movimento, criando uma simetria impressionante em seu corpo.

Entre os exercícios, Zuko dedicou um tempo para praticar técnicas de defesa pessoal, demonstrando uma fluidez notável na transição entre diferentes posturas e bloqueios. Sua concentração era palpável, e a seriedade em seus olhos refletia a determinação de aprimorar suas habilidades físicas sem depender apenas de seu domínio do fogo.

À medida que o treino progredia, Zuko começou a sentir ardência em seus músculos, mas ele se recusou a desistir. Ele sabia que a disciplina e a persistência eram cruciais para alcançar seus objetivos físicos. Cada gota de suor derramada era um tributo ao seu comprometimento.

Decidiu fazer um movimento que Ty Lee fazia de brincadeira, incorporando ao próprio treino, Zuko colocou suas mãos no chão e jogou as pernas pro alto, tentando fazer suas flexões desta forma, teria conseguido se não fosse interrompido por Katara, sentada de frente para ele.

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