Capítulo 10, Consequência

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Zuko lentamente despertou, sua mente envolta em uma névoa de ressaca. A luz suave do amanhecer filtrava-se pelas cortinas, revelando um ambiente desconhecido. Ele piscou várias vezes, tentando se ajustar à luminosidade. Uma sensação de desconforto dominava sua cabeça, e o local ao redor parecia estranhamente familiar.

À medida que sua visão se esclarece, Zuko percebeu que não estava sozinho. Um braço estava envolto ao redor de seu peito, e ele sentiu uma pressão aconchegante em seu peito. Olhando para baixo, descobriu que era o braço de Katara, que dormia serenamente ao seu lado.

A princípio, a confusão se instalou em sua mente, misturada com a ressaca persistente. Ele piscou novamente, tentando recordar os eventos da noite anterior. Fragmentos de risos, dança e talvez um pouco de álcool começaram a se formar em sua mente.

Zuko, com cuidado para não acordar Katara, tentou se lembrar de como chegou a este quarto desconhecido. As peças do quebra-cabeça começaram a se encaixar, e uma lembrança calorosa do beijo apaixonado nas águas frias surgiu em sua mente.

Ele se questionava se Katara também compartilhava as mesmas recordações. Com cautela, Zuko tentou se afastar, mas notou que a presença de Katara ao seu lado era reconfortante. Ele não queria perturbar o momento tranquilo que compartilhavam.

As batidas intensas na porta fizeram Zuko se sobressaltar, enquanto Katara, ainda sonolenta, piscou algumas vezes para despertar completamente.

— Katara! O café da manhã está pronto. Vamos! — Sokka, do lado de fora, tinha pressa e não esperou muito antes de sair da porta.

Katara, esfregando os olhos, olhou para Zuko e percebeu a situação um pouco constrangedora. Eles estavam juntos na cama, e a visita de Sokka tornou evidente que talvez não quisessem que os vissem dessa maneira.

Katara, com um sorriso sonolento, decidiu agir naturalmente e, antes de sair da cama, deu um rápido selinho em Zuko, como se fosse um gesto cotidiano.

— Bem, parece que Sokka não nos deu muito tempo para acordar, né? — Disse entre sorriso

— Parece que não. Mas acho que precisamos nos apressar antes que ele volte para verificar. — Zuko, surpreso inicialmente, retribuiu o sorriso, percebendo que Katara estava mantendo o clima leve.

Katara, ao se ver repentinamente no banheiro, começou a entrar em pânico. Enquanto jogava água no rosto para acordá-la completamente, uma enxurrada de pensamentos confusos inundou sua mente. Ela olhou para o próprio reflexo no espelho, buscando respostas que pareciam fugir.

— Como Zuko e eu fomos parar na mesma cama? — Questionava-se internamente, tentando recordar os eventos da noite anterior. As memórias estavam fragmentadas, e o álcool parecia ter obscurecido muitos detalhes.

A ideia seguinte, "Nós fizemos?" trouxe consigo uma onda de ansiedade. Katara se esforçou para lembrar os acontecimentos, mas tudo parecia turvo. A incerteza a deixou desconfortável, especialmente considerando a complexidade da situação.

O último pensamento, "nós fizemos?", causou uma vergonha avassaladora. Ela não queria enfrentar a possibilidade de ter feito algo que não se recordava. A vulnerabilidade a atingiu, e Katara sentiu o peso da responsabilidade por suas ações, mesmo que não conseguisse lembrar totalmente o que aconteceu.

Entretanto, ao retornar para o quarto, ela se deparou com Zuko, que já enfrentava seus próprios demônios emocionais, uma ansiedade causada pelos abusos que sofreu. Katara, apesar de seu próprio tumulto interno, decidiu não demonstrar medo ou ansiedade para não sobrecarregar ainda mais o rapaz. Optou por enfrentar a situação com calma, disfarçando seus sentimentos enquanto tentava compreender melhor a noite anterior.

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