Capitulo 17

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LIAM SAVÓIA

Eu estava de pé no terraço da minha mansão em Cazã, observando o horizonte quando decidi que era hora de resolver assuntos pendentes. Com Boris fora do nosso caminho, o mistério de quem permitiu sua entrada na mansão dos meus pais ainda pairava sobre nós como uma sombra. Preparei-me para uma viagem a Barcelona, onde encontraria meu primo, Asier Hernandez, o chefe da máfia espanhola.

Naquela manhã, o ar estava fresco e as folhas dos carvalhos balançavam suavemente com o vento. Adriano e Filippo, meus irmãos, estavam ao meu lado enquanto nosso jato particular decolava rumo à Espanha. A viagem foi silenciosa, cada um de nós perdido em nossos próprios pensamentos e antecipações do que estava por vir.

Ao chegarmos em Barcelona, fomos recebidos pelo brilho intenso do sol mediterrâneo. Asier estava à nossa espera no aeroporto, sua presença imponente inconfundível. Cumprimentou-me com um abraço firme e um olhar que carregava tanto carinho quanto determinação.

— Liam, é bom ver você – ele disse, sua voz grave cortando o ruído ao nosso redor. – Temos muito o que discutir.

Seguimos para a sua casa, uma exorbitante mansão. Ao entrarmos, senti a familiaridade do lugar, um contraste interessante entre o luxo contemporâneo e os toques tradicionais espanhóis. Asier nos conduziu a uma sala ampla, onde sentamos em poltronas de couro macio.

— Descobri quem permitiu a entrada de Boris na mansão dos seus pais, – começou Asier sem rodeios. — Foi Kirill, o seu comandante.

As palavras dele caíram sobre mim como um balde de água fria. Kirill, um homem em quem eu confiava, que sentava em minha sala de reuniões e ouvia todos os planos, havia nos traído. Adriano e Filippo trocaram olhares tensos, refletindo a raiva que fervia dentro de mim.

— Tem certeza? – perguntei, buscando uma confirmação que, no fundo, eu já sabia ser verdadeira.

— Sim, tenho provas, – disse Asier, entregando-me um dossiê. – Kirill foi subornado por Boris. Ele facilitou tudo desde o início.

Abri o dossiê e lá estavam os detalhes: transações financeiras, mensagens e encontros que traíam Kirill como o traidor. A traição de alguém tão próximo era um golpe profundo. Eu estava prestes a comentar quando ouvi passos leves se aproximando.

Laila, a esposa de Asier, entrou na sala com um sorriso caloroso. Ela sempre fora uma presença agradável e equilibrada, alguém que conseguia acalmar até os mais intensos conflitos. Javier estava logo ao seu lado, meu primo se aproximou de nós e acabou nos cumprimentando antes de se afastar e ir até seu irmão.

— Liam, que prazer vê-lo aqui – disse ela, me cumprimentando com um abraço. – Como está Rebeka?

Rebeka. O nome dela trouxe uma onda de emoções que quase me sufocou.

— Ela está bem – respondi, tentando manter a voz estável. Filippo e Adriano se olharam, como se eu nem soubesse mentir com decência. Em contradição, Javier acabou gargalhando pela minha resposta.
Laila assentiu, seu olhar gentil transmitindo mais do que palavras poderiam expressar.

— Fico feliz.

— Obrigado, Laila – tento soar o mais educado possível, mas isso não passou despercebido por ninguém.

O ambiente na sala estava carregado, mas o apoio de Asier e Laila me dava um novo fôlego. Havia uma nova missão à frente: lidar com Kirill e garantir que tal traição nunca mais acontecesse. A guerra contra Boris estava apenas começando.

Subordinada à Ele - Série Milionários 02Onde histórias criam vida. Descubra agora