Capítulo 5

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Igor narrando

Ainda estava de olhos fechados, com as mãos apoiadas na pia do banheiro. Alanna estava abraçada com o rosto encostado nas minhas costas.

- Vamos, vou te levar para casa. - Tirei seus braços da minha cintura e segurei sua mão.

- De La Cruz, eu queria ter nascido em uma família diferente da sua.

- Por que você está falando isso?

- Deixa pra lá. - Ela olhou para o outro lado.

- Por que você me chamou assim? Você não me chama desse jeito. - Segurei seu rosto. - Por que está agindo desse jeito? Eu estou errado no que eu falei?

- Não. Não é isso. Eu só não queria ser sua irmã, só isso.

- Me fala o motivo. Eu sou um irmão ruim pra você? Quando deixei a desejar? Eu sempre cuidei de você, até suas mamadeiras eu dava, lembra que você só mamava no meu colo? Até hoje vivo para cuidar de vocês, então me fala, onde eu deixei falhas?

- Por isso. Te daria menos dor de cabeça.

- Então eu sou um irmão ruim, é isso? Você feriu meus sentimentos. - Fingi que estava triste e sai andando em direção a saída.

- Não faz isso comigo. Não fica zangado, você sabe que eu não consigo ficar brigada com você. - Continuei andando. - Igor. - Ela correu e me abraçou. - Não faz isso, eu te amo.

- Estou triste com você. - Cruzei os braços.

- Me abraça. Não faz isso comigo. Desculpe, está bem? - Ela começou a chorar.

- Sua chorona. - Descruzei os braços e a abracei. Ela sumia no meu abraço, sua cabeça bate na altura do meu queixo. - Te amo.

- Não fica bravo comigo, desculpe pelo o que eu falei. Você é a melhor pessoa que existe, o único que me suporta. Até nossos pais me acham chata.

- Mas eu também te acho chata. - Sorri e ela deu um soquinho no meu braço. - Só que eu te amo mesmo assim e suporto mais do que eles. Agora vamos.

Andamos até ao carro, abri a porta e ela entrou. Fomos em silêncio até em casa.

- Igor, você vai falar com o papai? - Ela perguntou antes de entrarmos.

- Não posso esconder isso dele. Você entende? - Olhei para ela.

- Sim, eu entendo. Vou direto para meu quarto, vou tomar banho e me trocar. Passa lá antes de ir para casa, se bem que eu acho que é melhor você ficar aqui, já está tarde.

- Está tudo bem. Eu estou acostumado com a noite. - Ela deu um beijo no meu rosto e entrou em sentido ao seu quarto.

- Alanna. - Meu pai estava na sala, reparou que tinha algo errado.

- Boa noite família. - Ela gritou de onde estava e continuou andando.

- Boa noite. Posso falar com vocês? - Meus pais estavam sentados na sala, vendo televisão.

- Senta aqui filho. - Minha mãe falou.

- O que ela aprontou dessa vez? Por que Alanna tinha que me puxar, meu Deus? - Meu pai falou e nos rimos.

- Hoje ela não teve culpa. - Expliquei o que tinha acontecido.

- Meu Deus! Nem gosto de pensar no que poderia ter acontecido se você não estivesse lá. - Minha mãe falou.

- Como é o nome do infeliz? - Meu pai perguntou com sangue nos olhos.

- Caio. Ele tem uma irmã que é da sala de Alanna. Pode deixar que vou investigar e vou descobrir de quem ele é filho.

- Cuidado meu filho, não sabemos onde estamos nos metendo. - Meu pai falou.

- Eu não tenho medo. Se eu tiver que morrer por vocês, eu morro feliz. Você me deram tudo o que eu tenho hoje, inclusive a família perfeita que eu sempre idealizei. A seu morresse hoje, eu morreria feliz e grato.

- Vamos parar de falar de morte, nada vai acontecer com você. Vem aqui na sua mãe, deixa eu te dar um abraço. - Deitei em seu colo.

- Cada dia mais parecido com seu pai. - Meu pai Alix falou.

- Sim, ele era tão lindo. - Minha mãe passou a mão no meu rosto.

- Ei, estou com ciúmes. - Meu pai falou em um tom de brincadeira.

- Não precisa ter ciúmes. Você é o homem da minha vida. - Ela sorriu para ele.

- Vem aqui fazer carinho em mim também, vem. - Puxei sua mão do meu pai  e coloquei em meu cabelo, ele estava sentado do lado da minha mãe. - Amo vocês. Obrigado por tudo.

- Nós amamos você também. Você é o nosso presente mais lindo. - Mamãe falou.

- Dá até vontade de dormir aqui, mas eu tenho muitas coisas para resolver. Vou ter que ir. Vou lá dar um beijo nos meus irmãos.

- Raphael não está, foi estudar na casa de um amigo. - Meu pai falou.

- Já ligou para ele? - Peguei o celular e disquei o número dele. - Está ficando tarde.

- Alô?

- Rapha, onde você está mano?

- Estou chegando em casa. Aconteceu alguma coisa?

- Não mano, só preocupação. Vem com Deus.

- Ok! Obrigado.

- Ele está chegando. Vou lá dar um beijo na chata.

- Igor, como você aguenta? - Meu pai perguntou.

- O quê? - Perguntei confuso.

- A sua irmã. Ela só obedece a você. Olha eu era assim ou pior, mas eu não aguentaria uma pessoa assim não. Graças a Deus sua mãe é um anjo. Você é outro anjo. Olha que eu ainda tinha motivos, mas que motivos essa menina tem para ser assim? - Ele faleceu a cabeça negativamente. - Vai lá, vai.

Subi as escadas e bati na porta do seu quarto.

- Posso entrar? - Abri a porta vagarosamente.

- Entra. E aí, como foi? - Ela sentou na cama.

- Tudo tranquilo. Ainda vou ganhar um prêmio por aturar você. - Brinquei, ela jogou uma almofada em mim.

- Te amo, sabe disso?

- Eu sei. Desde a primeira vez que você me viu, seus olhos brilharam. Mamãe tem o vídeo.

- Eu sempre fui muito apegada a você. Sempre achei que você era um super herói. - Ela sorriu.

- Agora descobriu que sou o vilão?

- Mas quem disse que eu gosto dos mocinhos? - Ela falou e gargalhou.

- Olha aqui garota. - Me aproximei e fiz cócegas nela. - Você não inventa de arrumar um "Zé droguinha" não, heim.

- Para Igor. - Ela gargalhava.

- Então promete pro seu irmão. Promete que vai arrumar um homem descente. Promete, Alanna.

- Está bem, eu prometo. Chega de cócegas. - Ela gargalhava.

- É sério Alanna. - Sentei na cama ao lado dela. - Existem muitas pessoas ruins, você sabe que tem tráfico de mulheres e crianças? Você tem que ter cuidado. Não marque encontros com quem você não conhece, não fique até tarde na rua. Cuidado com as "supostas amigas". Você só pode confiar em sua família.

- Obrigada por todo amor e cuidado. Se você não fosse meu irmão eu casaria com você. - Ela passou a mão no meu rosto e me olhou com um olhar profundo.





Igor De La Cruz - Triologia Fake Love 2°Onde histórias criam vida. Descubra agora