Igor narrando
Desci do carro e peguei Alanna, a joguei no ombro e peguei as bolsas no carro. O motorista foi embora e eu entrei em casa com ela jogada no ombro.
Caminhei até o banheiro e a sentei no vaso.
Tirei seu sobretudo e seu tênis. Ela permaneceu de suéter e calça jeans.- Igor, me ajude a levantar, quero vomitar. - A levantei e abri o vaso. Alanna enfiou a cabeça ali e vomitou tudo que tinha em seu estômago. Logo ficou fraca, sua boca perdeu toda a cor. Por pouco essa menina não entra em coma alcoólico.
Tirei seu suéter e sua calça jeans.
Enfiei Alanna embaixo do chuveiro e dei banho nela, não tirei seu sutiã e sua calcinha.
A sequei e enrolei a toalha em seu corpo.- Alanna, vou pegar uma roupa minha, você veste. Que aniversário, heim? Vai ficar com dor de cabeça o dia todo. - A levei até o quarto no colo, coloquei sentada na cama. Peguei um conjunto de moletom e dei na mão dela.
- Acho que não vou conseguir ficar de pé. - Ela apoiava a cabeça em uma das mãos.
- Vai ter que tirar sua lingerie, está molhada. Posso te dar uma cueca box, mas não tenho sutiã. - Prendi o riso.
- Palhaço. - Sua voz estava menos arrastada. - Tudo é engraçado para você.
- Deixa eu abaixar sua calcinha. Segure a toalha. - Ela segurou e abaixei a calcinha dela. - Senta aqui na cama, vou colocar a cueca em você. - Peguei uma cueca box e coloquei nela. - Vou pegar uma blusa de algodão, para você vestir por baixo do casaco. - Peguei a blusa e fiquei parado na frente dela.
- Me ajude a tirar o sutiã? Não estou sentindo minhas mãos. - Ela abaixou os olhos. - Estão dormentes. - Ela abria e fechava as mãos.
- Você estava querendo se matar, é isso?
- Sim. Queria morrer de tanto beber. - As lágrimas pingaram no chão.
- Vou te ajudar. - Passei os braços por ela e desabotoei seu sutiã. Ela segurava a toalha, puxei por baixo da toalha e saiu com facilidade. Vesti a blusa nela. - Agora veste o casaco, vou levar essas peças molhadas para o banheiro.
Me afastei e fui até ao banheiro, coloquei sua lingerie na pia e pendurei a toalha.
Voltei e Alanna estava tentando vestir o casaco. Sorri ao ver.- Eu não consigo vestir isso! - Ela falou furiosa. Prendi o riso.
- Está ruim para o seu lado, heim! - Vesti o casaco nela. - Fica aí deitada que vou fazer algo doce para você comer, daqui a pouco sua glicose cai.
- Eu só quero ir para minha casa. Não quero ficar aqui.
- Problema é seu, também não queria que você estivesse assim. Mas você está. Meus planos era eu vir para casa descansar, pela manhã iria te fazer uma surpresa, mas você estragou tudo. Agora aguente.
- Eu vou pra casa. - Ela levantou e caiu sentada. Tapei a boca com a mão e balancei a cabeça, prendendo o riso.
- Já volto. - Ainda bem que tinha uma faxineira e ela sempre comprava coisas frescas, pois almoçava aqui de dois em dois dias. Fiz suco de melancia e pão de queijo.
Alanna estava deitada de lado na cama, seu corpo tremia todo. Deixei as coisas do lado da cama e a virei para olhar seu rosto, sua boca estava roxa e seu rosto pálido.
- Igor, acho que vou morrer. Minha cabeça está estourando, estou muito fraca.
- Isso é a hipoglicemia, está dando hipotermia também. - A pele de Alanna estava pegajosa e gelada, as pontas dos dedos estavam arroxeadas. - Come aqui, vem. - A peguei no colo e sentei com ela na beirada da cama.
- Se eu comer, vou vomitar.
- Pelo menos vai ficar alguma coisa no seu estômago. Vamos. - Coloquei o canudo que estava no suco na boca dela. - Beba aos poucos.
Alanna bebeu o suco e comeu dois pães de queijo.
A deitei e peguei dois cobertores, deitei ao seu lado e a puxei para cima do meu braço. Nos cobri.- Assim que eu melhorar vou embora. - Ela falou agitada.
- Está bem, nervosinha. - A envolvi em meus braços e enfiei meu nariz em seus cabelos. - O que deu em você, heim? Quase que matei uma pessoa hoje. - Falei para ver qual ia ser a reação dela.
- Que pessoa? - Ela levantou a cabeça para me olhar.
- Aquele carinha que estava tentando te beijar. Ainda bem que ele desistiu fácil. - Respirei fundo. - Você quer me contar alguma coisa? Tem algo errado?
- É complicado Igor. Eu não consigo falar.
- Então vamos procurar um tratamento psicológico, daí você vai conseguir por para fora.
- Não quero. - Ela se encolheu.
- Você precisa se tratar. Você não pode guardar coisas que vão te fazer mal.
- Deixe isso pra lá. - Ela começou a chorar.
- Alanna, estou preocupado. Você sabe que eu posso descobrir o que eu quiser. Você me conhece. Mas eu prefiro ouvir de você do que invadir a sua privacidade. Se você estiver correndo risco eu vou me meter. Você sabe disso.
- Por isso que não quero contar nada. Eu tenho medo de que aconteça algo com você.
- E você acha que eu estou em paz vendo você sofrer? Você não é desse jeito, tem alguma coisa errada, Alanna. Eu conheço você, até pelo seu tom de voz.
- Por que pra mim tem que ser tão difícil? Sabe o que eu queria agora? Morrer. - Ela levantou de perto de mim e saiu da cama, ia sair do quarto quando segurei seu braço.
- É difícil pra você? Só para você que é difícil? Eu vivo há trinta anos e você não sabe o que já tive que passar. Você cresceu em uma casa rodeada de pessoas que te amam e que fazem tudo por você, eu sou o mais idiota de todos. O que você pede eu faço, abro mão das minhas coisas para estar com você.
- Por que tive que nascer em uma família de mafiosos? Por que tive que me apaixonar por meu irmão? Não posso sair sem segurança, não posso ter amigos. Minha vida é uma porcaria. - Ela chorou desesperadamente. Ainda tremia muito.
- Ah, é? Então me ouve. Nasci e não tive amor do meu avô, cresci com ele falando que eu tinha que morrer. Minha mãe teve que largar meu pai, a quem amava para poupar a vida dele. Cresci sendo agredido e vendo minha mãe e avó sendo agredidas.
- Do que você está falando? - Ela franziu a sobrancelha e me encarou.
- Não sou filho dos nossos pais. Sou filho de Carmen e de Alejandro De La Cruz. Seus pais me conheceram após meu pai morrer, meu pai era melhor amigo do seu. Inclusive, ele morreu no lugar da sua mãe, a protegendo. Minha mãe morreu alguns anos depois, ambos tinham câncer. Fui conhecer o que é amor após seus pais me adotar. Então você não vem falar que a vida é difícil só para você. - Eu a segurava pelos ombros.
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Igor De La Cruz - Triologia Fake Love 2°
RomanceIgor De La Cruz, filho de mafioso e neto de um homem agressor de mulheres. Cresceu sabendo o que é sentir dor, perdeu as pessoas mais importantes de sua vida, mas ganhou outras que o ajudaram a ser tornar um grande homem. Amoroso, gentil, atencioso...