Capítulo 13

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Igor narrando

Coloquei o bolo em cima da mesa e voltei para dar outro abraço nela.
Lembrei da primeira vez que pude comemorar meu aniversário, foi na casa dos meus pais Alix e Mahelí. Meu avô nunca deixou minha mãe comemorar meus aniversário, dizia que não tinha motivo para aquilo, que eu devia ter morrido e não nascido.

Chorei abraçado com ela, ao lembrar daquilo.

- Igor? Você está chorando? O que foi? - Alanna me olhou com os olhos preocupados.

- Algumas lembranças ruins. - A lágrima escorreu no meu rosto.

- Não chora, por favor. - Ela secou meu rosto com a mão.

- Agora eu estou feliz. Você está aqui. Posso comemorar com você. - Forcei um sorriso.

- Viu? Se eu não tivesse vindo, você ia estar chorando sozinho e infeliz.

- Provavelmente sim. Obrigado por estar aqui e por me dar motivos para sorrir.

- Você é uma das pessoas mais importantes da minha vida. Eu não lembro de um aniversário meu que passei sozinha. Você sempre esteve comigo, por que com você seria diferente? Só não pude estar presente quando você estava em missão.

- Obrigado por toda importância que você dá a esse velho irmão. - Passei a mão no rosto dela.

- Velho? Você parece até ter minha idade e a de Raphael. Ninguém fala que você tem quarenta anos. - Ela falou me zoando e sorriu.

- Quarenta? Ah, é? Estou com cara de quarenta? - Sorri para ela.

- É brincadeira, você não aparenta ter trinta anos. Feliz aniversário. - Ela me abraçou. - Te amo muito. Nunca esqueça disso, está bem?

- Não tem como eu esquecer, você nunca me deixa só. Está sempre comigo.

- Isso é ruim? - Ela se afastou para me olhar.

- Isso é maravilhoso. Parece que você tem uma ligação comigo, não com seu irmão gêmeo.

- Sinto a mesma coisa. Eu sei quando você está triste, ou com dor. Já com Raphael, não sinto nada. Agora mesmo, eu imaginei que você se sentiria infeliz, passando o aniversário sozinho, não é que você estava infeliz?

- Você me conhece muito bem. Sou feliz por ter você na minha vida.

- Eu também sou. - Ela sorriu de um jeito gentil.

- Vamos cantar parabéns?

- Espere. Tenho uma coisa pra te dar. - Ela caminhou até onde estava a sua mala e pegou um caixinha de dentro dela. - Aqui está.

- O que é? - Abri a caixinha e tinha um cordão dentro. - Você que escolheu?

- Sim. Espero que goste. - A corrente tinha um pingente, era o crânio de um dinossauro.

- Que legal. - Fiquei olhando aquilo.

- Você gostou? Seu filme preferido era Jurassic Park, lembra que um dia eu falei que compraria um dinossauro para você? Aí está.

- Você lembra disso? Você tinha sete anos.

- Claro que lembro. Esse é de ouro branco, achei muito sofisticado.

- Eu amei, obrigado. - A puxei para um abraço.

- Mereço o primeiro pedaço de bolo, não mereço? - Ela sorriu dentro do meu abraço.

- Claro que merece, merece até o bolo todo. Você sempre ganha meu primeiro pedaço de bolo, desde que era bebê. - Quando eu comecei comemorar meus aniversário.

- Deixa eu colocar em você. - Ela pegou a corrente da minha mão e colocou no meu pescoço. - Ele tem um diamante no olho. - Ela ajeitou o pingente. - Esse dinossauro sou eu, causo medo mas tenho algo bonito por dentro. - Ela falou.

- Por que você se vê assim? Você não é nada disso.

- Sei que sou chata, teimosa, ciumenta, possessiva, pavio curto, controladora, entre outras coisas. - Ela sorriu e olhou para mim. - Mas eu tenho um lado bonito, eu cuido de quem eu amo e defendo com unhas e dentes. Como esse dinossauro.

- Você é linda por dentro e por fora, mas só eu consigo enxergar. - Sorri para ela. - Pra mim você se abre, por isso só eu vejo esse seu lado lindo. Poderia se abrir mais para as pessoas.

- Não gosto de demonstrar fraquezas. Eu sofro sozinha, só sou vulnerável quando você está.  Sei que você não vai me julgar e nem passar a mão na minha cabeça por pena.

- Obrigado por me defender. Obrigado por me proteger do seu jeito. Obrigado pelo presente e por estar presente. Vou usar isso todos os dias, não é pelo valor, é pelo significado.

- Fico feliz que tenha gostado. Você já me deu tanta coisas legais.

- Eu amei. Tem uma coisa que eu quero te dar, é coisas de espiões. Sei que você gosta dessa área.

- Sim. O que é? - Ela falou animada.

- Vem aqui. - A puxei pela mão e entrei no quarto, que ficava perto da cozinha na parte de baixo da casa. Peguei uma mala com vários acessórios de rastreios. - Pode escolher o que você quer. Tem rastreadores neles.

- Sério? Que legal! Eu quero todos. - Tinha brinco, cordão, pulseira, presilha de cabelos, até piercing tinha.

- Esse brinco ficaria bonito em você. - Peguei os brincos com esmeraldas verdes. - Combina com seus olhos. Pode levar o que quiser, só ative o rastreador antes de sair de casa, caso esteja correndo risco fale a palavra vermelho. Daí vai sinalizar para mim.

- Tem que falar perto do objeto?

- Há duzentos metros funciona, se não estiver usando muito tempo. Caso esteja usando há muito tempo, você vai ter que estar pelo menos dois metros de distância.

- Entendi. Que legal.

- Vou gravar sua voz, para identificar que é você. - Peguei o notebook na mala em que estava os objetos, abri e Alanna falou para eu gravar sua voz. - Pronto, agora vamos bater parabéns e deitar para dormir. Você está com fome? Quer que eu faça comida? - Perguntei.

- Essa pergunta é tentadora, sempre estou com fome quando se trata da sua comida. Mas não vou te explorar agora, deixa para mais tarde.

- Tem certeza? Eu cozinho com maior prazer.

- Sei que sim, mas não quero te dar trabalho. Vamos cantar parabéns e vamos comer bolo? Tem suco ou refrigerante?

- Tem água com gás, serve? - Falei e sorri. Sabia que ela não gostava.

- Credo. Bebo água do filtro mesmo.

- Mentira, tem suco e refrigerante. Só escolher o que você quer.

Cantamos parabéns, antes de assoprar as velinhas, fiz um pedido.
O primeiro pedaço de bolo foi para Alanna.
Ela tirou algumas fotos e passou glacê no meu nariz.
Após comer o bolo e escovarmos os dentes, deitamos para dormir.

Igor De La Cruz - Triologia Fake Love 2°Onde histórias criam vida. Descubra agora