Capítulo 6

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Igor narrando

Ouvir Alanna falar aquilo, fez alguma coisa aqui dentro reagir de uma maneira inesperada.
Ela estava olhando em meus olhos de um jeito diferente.

- Até se eu não fosse seu irmão, você já viu a minha idade para sua?

- Eu não me importaria em casar com um cara doze anos mais velho. Desde que fosse assim, como você. Só você cuida de mim desse jeito, quem me dera tivesse outro Igor De La Cruz no mundo.

- Infelizmente sou único. - Sorri. - Mas olhe para o lado bom, eu sou seu.

- Igor, se você não fosse meu irmão, você se casaria comigo? - Ela me olhava, esperando minha resposta. Meu coração acelerou, como responderia a essa pergunta dela?

- Se minha vida fosse uma completa paz, casaria sim.

- Engraçadinho. Então eu torno sua vida uma bagunça?

- Você me tira do comodismo, me enche de preocupações, ativa meu instinto protetor e homicida. Quer mais?

- Nossa, parece que sou a pior pessoa do mundo. - Ela deitou emburrada.

- Pelo contrário. Você é a melhor pessoa que eu conheço, por isso quero tanto te proteger. Você não tem noção do tamanho do meu amor por você, Alanna. Quando ganhar maturidade você vai entender.

- Te amo também. Dorme aqui hoje, nem deu tempo de colocarmos o papo em dia.

- Tenho muitas coisas para fazer em casa. Tenho que ver quem é o pai de Caio, ele estava se vangloriando muito.

- Isso é culpa minha, você já é tão ocupado. - Ela abaixou os olhos.

- Graças a Deus não aconteceu coisa pior, isso me conforta. Agora já vou, me dê aqui meu beijo.

- Cuidado, está tarde. - Ela se sentou e me deu um beijo na bochecha.

- Pode deixar, quando eu chegar eu ligo. - Devolvi o beijo em sua bochecha.

- Vou ficar esperando. - Virei para sair. Ela levantou e me abraçou por trás. - Vem amanhã me levar na escola?

- Estarei aqui.

- Você é maravilhoso. Te amo tanto.

- Também te amo. - Virei e dei um abraço nela. Dei um beijo no topo de sua cabeça a sai.

Alanna narrando

Igor é o meu irmão "preferidinho", amo ter sua companhia.
Sempre fui muito apegada a ele, nossas fotos em família são todas comigo agarrada nele.
Só dormia quando ele estava em casa, só mamava se ele me fosse ele dando, quando estava agitada era a voz dele que me acalmava.

Sou grata a Deus por tê-lo em minha vida. Sou uma pessoa geniosa,difícil de lidar. Geralmente não ouço ninguém e também não ligo para agradar ninguém.
Mas com ele é diferente, Igor consegue entrar na minha mente, ele sabe o jeito que me faz ceder.
A única pessoa no mundo que tenho medo de magoar, é ele.

Ultimamente tenho sentido algo estranho, pareço estar apaixonada por ele.
Isso é loucura.
Só pode ser os hormônios da puberdade, estou confundindo as coisas.
Geralmente sinto ciúmes dos meus irmãos, mas por Igor está insuportável. Acho que é porque ele está mais perto de casar.
Tenho medo dele arrumar alguém e ir embora.

Vou tentar me manter afastada, controlar meus sentimentos. Não posso me apaixonar por meu irmão.
Se ele não fosse meu sangue, o namoraria nem me importaria com a idade.

Igor narrando

Deixei o carro na casa de meus pais e voltei para casa de moto. A minha cabeça está um turbilhão.
Ouvir Alanna dizer que se não fosse minha irmã me namoraria, mexeu com meu psicológico.

Sou muito apegado a ela. Meus pais até me zoavam dizendo que eu a namoraria, pois minha mãe uma vez falou para meu pai, De La Cruz, que se ele tivesse um filho ela deixaria ele namorar sua filha, caso ela tivesse uma.

Tomei banho, me sequei e deitei na cama. Coloquei um braço atrás da cabeça e fiquei pensando em Alanna. Eu não posso alimentar sentimentos por ela, sou bem mais velho. Fora que não posso contar que não sou seu irmão biológico.

Pensei até minhas temporadas doerem. Tenho que me mudar, vou ficar três anos fora, nesse período ela vai se apaixonar por alguém.
Fiquei pensando, até que adormeci.

Do jeito que eu deito eu levanto, não me mexo, não tenho sonhos. É como se eu fechasse os olhos e abrisse, a noite passa que nem vejo.
Levantei e coloquei o café para passar, ainda estava escuro. Hoje está frio, o dia vai demorar para clarear.
Tomei banho e vesti um conjunto de moletom, vou ter que voltar de moto para a casa dos meus pais.
Tomei o café da manhã, vesti minha jaqueta de couro, que era do meu pai De La Cruz e sai em direção a casa dos meus pais.

- Bom dia. A benção. - Meu pai estava sentado tomando café da manhã e minha mãe estava ao seu lado. Dei um beijo em cada um.

- Deus te abençoe. - Ele falaram uníssono.

- Bom dia meu amor. - Minha mãe me abraçou apertado. - Olha Alix, a jaqueta de De La Cruz.

- Eu fico bobo como você se parece com seu pai. Até o mesmo tamanho tem, eu fico bobo toda vez que te vejo. - Sorri para eles.

- Então, estou precisando falar com vocês. Estou pensando em morar fora por um tempo. Está acontecendo alguns conflitos aqui dentro de mim, acho que morando na Espanha não vou conseguir resolver.

- Você não pode fugir dos problemas, tem que enfrenta-los.  Você sabe disso, não é? - Minha mãe falou.

- Sim, mamãe. Eu sei bem. Mas eu já estava querendo ir, agora só tenho mais um motivo.

- Entendi. Quer conversar sobre?

- Sim. Sinto que se eu guardar isso vou surtar. Quando eu voltar eu falo com vocês, vou lá acordar a dorminhoca. Ela pediu para leva-la na escola hoje.

- Você sempre a mimando e corrigindo. - Meu pai sorriu.

- Fazer o que, ela me escolheu. Aceito o meu destino. - Sorri e logo após fiz uma cara triste, coçando a mão no peito.

- Só você para aturar, acho que nem eu aturaria. - Minha mãe sorriu.

- Eu mereço ser recompensado, não mereço? - Sorri e fingi sair com os ombros caídos, mostrando derrota.

Subi as escadas e bati na porta do quarto, com certeza ela estaria dormindo.
Abri a porta lentamente e lá estava ela, encolhida embaixo do edredom.

Igor De La Cruz - Triologia Fake Love 2°Onde histórias criam vida. Descubra agora