Capítulo 29

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Igor narrando

Minha cabeça estava a mil. Com certeza tem algo muito errado estava acontecendo.

Dirigi em silêncio até a casa de nossos pais, assim que parei o carro Alanna desceu, sem esperar eu abrir a porta. A casa estava vazia, meus pais deviam estar no trabalho.
Alanna subiu as escadas correndo e entrou em seu quarto, trancando a porta.

Subi as escadas lentamente e parei em frente a porta. Encostei uma mão na parede, me apoiando ali e fiquei esperando. Esperei por cerca de meia hora e nada.

- Alanna, eu vou indo. Tenho que arrumar minhas malas. - Falei e fiquei esperando. Como não ouvi barulho no quarto, deduzi que ela quisesse ficar sozinha. Ela pediu para respeitar sua privacidade, vou fazer isso, por enquanto. - Estou indo, te amo. Qualquer coisa me liga.

Virei para caminhar em direção a escada, a porta do quarto se abriu e ela segurou meu pulso.

- Não vá Igor. - Alanna me segurou. - Vem aqui, por favor. - Ela estava com o rosto todo molhado. Entrei no quarto vagarosamente.

- Por que você ficou assim? - Falei calmo. - Você está escondendo algo grave, como vou ficar em paz? Você sabe como eu sou, Alanna.

- Igor, vamos deixar as coisas como estão. - Ela me olhou com aqueles olhos tristes.

- Você está correndo riscos? Só responde isso, sim ou não? - Segurei seu rosto. Meu coração palpitava, não queria ouvir que ela estava correndo risco.

- Sim. - Ela não conseguiu me encarar.

- E você quer que eu fique em paz, é isso? - Saí de perto dela e passei a mão na cabeça.

- Eu vou dar um jeito nisso. Não precisa se preocupar.

- É sério? Tudo o que já te falei não serviu de nada? É sobre aquilo que você assinou, não é?

- Sim. - Ela olhou para baixo.

- Alanna, meu amor. - Segurei o rosto dela com as duas mãos. - Você não sabe o que é lidar com esses bichos. Foi um contrato? O que tinha nele?

- É vergonhoso falar disso. - As lágrimas escorreram em seu rosto.

- Eu vou quebrar a droga do sigilo do seu celular. - Soltei o rosto dela. - Eu não vou pedir mais para você falar, agora eu vou agir. - Me virei e caminhei em direção a porta.

- Tem fotos minha, estou nua nelas. - Ela gritou atrás de mim. Parei e olhei para ela. - Um dos contratos permite que as fotos circulem livremente pela internet, no outro diz que tenho que ser acompanhante de luxo e no outro diz que concordo em ser leiloada. Se eu não me apresentar em dez meses eles vão colocar as fotos na internet. Só tenho mais dois meses para tomar a decisão.

- E você querendo me esconder algo dessa gravidade? Achei que eu era a pessoa que você mais confiava. - Uma lágrima rolou no meu rosto. Fui tomado por um ódio tão grande. Que vontade de encontrar esses filhos da mãe.

- Desculpe, Igor. - Alanna caminhou até mim e me abraçou. Eu ainda estava rígido.

- Vou embora, vou procurar esses desgraçados.

- Não Igor. - Ela estava agarrada em mim. - Por isso não queria te contar, sabia que você ia querer ir atrás deles.

- Alanna, eu não sou criança, eu sei o que estou fazendo. Eu trabalho com isso e particularmente, sou bom no que faço.

- Eu tenho medo de te perder Igor. - Ela chorava desesperadamente agarrada em mim.

- Um casamento é fundamentado em verdades, em confiança. Como você quer casar comigo se não confia em mim o suficiente?

- Igor, me escuta. Eu confio em você, mas eu te conheço, sabia que você ia ficar assim. - Ela segurou meu rosto com as duas mãos, eu estava rígido. Nunca tinha sentido aquilo antes, vontade de matar alguém.

- Eu preciso ir, Alanna. - Evitei olhar em seus olhos. Se eu olhar nos olhos dela eu vou fracassar. Estava louco para abraça-la e dizer que ia protege-la.

- Olha aqui para mim. - Olhei, pra que fui olhar? - Me beija? Por favor, você pode me beijar? - Havia desespero em seu olhar.

Parecia que eu precisava daquele pedido, a puxei pela cintura e enfiei minha mão na sua nuca. Grudei o corpo de Alanna no meu e tomei seus lábios com urgência.
Empurrei minha língua em sua boca, ela se deliciava.
A levantei pela cintura, sem parar de beija-la. Caminhei até a cama e a deitei, me inclinando por cima, sem tirar meus lábios dos dela.

- Não me deixe de mãos atadas Alanna, você não sabe o desespero que está aqui dentro de mim. Não me proíba de te proteger, pois eu vou proteger assim mesmo. - Falei, com meus lábios encostados nos dela e olhando em seus olhos. Voltei a beija -la.

- Desculpe, Igor. Nunca me perdoarei se algo acontecer com você por minha causa. - Me afastei um pouco para olhar seus olhos, ela passou a mão no meu rosto ao falar.

- Até se você me trair, me abandonar um dia e não quiser minha presença por perto. Eu nunca, entenda bem essa palavra; eu nunca vou deixar de te proteger. Não curti minha vida porque decidi cuidar de vocês, devo muito aos seus pais. Não que eles me cobraram ou exigiram algo, mas essa é a minha maneira de demonstrar gratidão. Mas com você é diferente, é mais forte do que eu. Sou fiel as coisas e mais do que a todos, sou fiel mim e aos meus sentimentos. Determinei isso para a minha vida. Se não fosse por seus pais, eu já teria morrido por aí com uma depressão profunda ou coisa do tipo. Então se eu morrer agora, salvando quem me deu amor, quem me abrigou e me ensinou tudo da vida, é uma vantagem. Você é meu mundo agora, vou fazer tudo o que for necessário para te proteger. Não vou deixar ninguém me impedir, nem mesmo você. Eu não tinha um grande motivo para ser feliz, era feliz por ter vocês mas não era um motivo tão grande como esse. Agora é diferente, você consegue me entender? Eu já tinha alcançado todos os meus sonhos, não tinha mais o que sonhar. Daí você entra na minha vida de uma maneira surpreendente e aflora em mim o que  ninguém nunca teve a permissão. Meu foco está todo em ti, pois você é a única pessoa no mundo que fez isso comigo.

- Eu sempre me senti muito amada e protegida por você. Agora esse amor e proteção dobrou, eu sinto isso. Sei que você tem sua vida e não pode parar por minha causa, nem eu quero isso. Vou evitar sair de casa, prometo. Vou ser mais prudente.

- Se eles jogarem as fotos na internet eu apago todas, você pode ter certeza disso. Vou acha-los, confie em mim, sou bom no que faço. Sei que você deve sentir o mesmo medo que eu, de algo ruim acontecer comigo, mas vou ficar bem, confia em mim. Esse é o meu trabalho. Vou ser cauteloso.

- Está bem. - Ela passou a mão no meu rosto. - Morro de medo de você se machucar. Igor, pode me beijar? . - Ela falou com uma voz de choro.

- Claro que posso, posso te beijar todinha, se você quiser. - Tomei seus lábios com desejo. Alguns minutos depois nossos beijos já mão estavam sendo o suficiente para a urgência que tínhamos um do outro. Alanna começou a tirar minha roupa. - Espera! - Segurei suas mãos.

- O que foi? - Ela me olhou com uma interrogação nos olhos.

- Não tranquei a porta, vai que chega alguém.

- Ninguém entra no meu quarto, você sabe disso.

- Mas vai quê, né? - Pulei da cama e fui trancar a porta do quarto.

Igor De La Cruz - Triologia Fake Love 2°Onde histórias criam vida. Descubra agora