Capítulo 28

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Igor narrando

Tivemos um almoço agradável, como era de se esperar Raphael não foi liberado.

Após o almoço, sentamos na sala para fazer uma chamada de vídeo para Rapha.
Ele agradeceu pela ligação, seu cabelo estava bem curto devido as regras do batalhão. Ele está mais forte também.
Papai perguntou se eles tinham entregado o presente dele, ela falou que ainda não, ele caminhava com o celular na mão, parecia estar no horario de almoço também.
Raphael entrou no refeitório, todos estavam reunidos cantando parabéns para ele. Tinha um metre fazendo a refeição, o almoço estava sendo pago por nosso pai, com direito a bolo e a sobremesa.
Todo o que Raphael gostava de comer, tinha lá.
Desejamos felicidades e desligamos, o deixando comemorar com os amigos do batalhão.

Aproveitei que estávamos reunidos e falei que queria dizer algo.
Alanna corou e meus pais voltaram os olhos para mim.

- Como você já sabem, Alanna sempre foi muito apegada em mim. De uns tempos para cá, tenho ficado muito apegado também. Contei para ela que não somos irmãos biológicos. - Minha mãe arregalou os olhos e olhou para Alanna.

- E como ela reagiu? - Minha mãe perguntou para mim, mas olhava para Alanna.

- Dei graças a Deus. Imagine quão difícil seria eu me casar com meu irmão?

- Casar? - Meus pais falaram uníssono.

- Por isso contei a ela. Estamos apaixonados, não escolhemos para quem entregamos nosso coração. Estou pedindo a mão de Alanna em namoro e em casamento.

- O quê? - Minha mãe tapou a boca e uma lágrima rolou em seu rosto.

- Me aceitam como o genro de vocês? - Perguntei com um sorriso escancarado na boca. Eles levantaram e me abraçaram.

- Ah meu filho! Como estou feliz. - Minha mãe falou em meio ao choro. - Só nós sabemos tudo o que você passou e abriu mão para chegar até aqui. Sabemos do seu cuidado e proteção.

- Alanna não poderia ter pessoa melhor ao seu lado. - Meu pai falou, emocionado. - Deixa eu perguntar uma coisa, é por ela ou é por nós? Pensou na proposta de ter um sogro como eu, não é isso? - Ele sorriu.

- Confesso que a proposta foi tentadora, ter os senhores como sogros é uma benção. - Sorri. - Mas foi por causa dela mesmo, sou louco por Alanna. - Olhei para Nanna.

- E eu por você. - Ela falou e pegou na minha mão.

- Sério Alanna? - Meus pais falaram uníssono. Rimos.

- Se você não fala que gosta de Igor, nem íamos desconfiar. - Meu pai falou em um tom de brincadeira. - Boa sorte meu caro Igor, ainda bem que você conhece a peça. Não aceito devoluções, heim. - Ele tapou a boca com a mão para sorrir.

- Nem eu. - Minha mãe falou,  levantou a mão sorriu.

- Credo! Querem se livrar de mim mesmo, né? - Ela sorriu. - Ainda bem que Igor me quer.

- Claro que quero. - Levantei, um pouco, a mão dela, entrelaçada na minha, e beijei.

- Tenho tanta sorte por ter você na minha vida. Te amo, Igor De La Cruz. - Meu coração acelerou.

- Te amo, minha princesa. - Passei a mão em seu rosto.

- Que lindos. Vamos tirar uma foto para eternizar esse momento. - Tiramos uma selfie.

Fico o dia todo com Alanna e a noite vou para minha casa, já se passaram oito dias que estou aqui. Tenho evitado ficar muito grudado nela, a saudade vai doer quando eu for embora. Ainda tenho pouco mais de dois anos no Brasil, tenho um compromisso com os alunos de artilharia e de defesa pessoal.
Quem sabe Alanna não passa uns dias comigo, ela vai gostar do Brasil.

Tentei marcar nosso casamento para os dias em que eu estava aqui, não consegui. Só vou poder voltar daqui há cinco meses.
Vou casar com trinta e um anos, infelizmente não posso voltar antes.
Só comprei as alianças de compromisso e coloquei em Alanna.
Fiz a proposta para ela, de passar uns dias comigo no Brasil, Nanna amou a idéia.
Fomos passear no shopping e comprei uma pulseira para ela. Pedi para colocar um rastreador, só mais um rastreador para a coleção de Alanna. Comprei uma presilha de cabelos com rastreador também.

Estou quase um lunático, sinto um medo terrível que ela sofra algo. Entramos no meu carro, blindado, após o passeio. Estou ansioso e com medo. Queria poder enfia-la em uma bolha de proteção, estou surtando com isso.

- Alanna, amanhã tenho que voltar para o Brasil. Meu coração nunca doeu tanto como agora. Estou com tanto medo. - Olhei em seus olhos.

- Eu estou de coração partido também. Queria ir com você, ficaria grudada o dia todo no seu corpo perfeito, sem problemas nenhum. - Ela sorriu. - Só me sinto protegida quando você está aqui. - Seu sorriso virou um rosto de tristeza.

- Queria te colocar dentro de uma caixinha, para te proteger. Não faz nenhuma loucura enquanto eu não estiver por aqui. Só consigo voltar daqui há cinco meses. Se eu conseguir folga eu venho antes. - Meu coração estava acelerado.

- Eu vou morrer de saudades dessa boca, desse cheiro, desse corpo. - Ela se aproximou de mim e passou a mão no meu abdômen. - Pode deixar que vou fuçar em casa, não vou sair.

- Eu te agradeço por isso. Vamos lá em casa rapidinho? - Falei e olhei para ela com um olhar sexy. - O bom é que fica aqui perto.

- Vamos. Quero matar a saudade antes mesmo de você partir.

Dei um selinho nela e comecei a dirigir. Alanna apoiou a cabeça no meu ombro e entrelaçou os dedos nos meus.
Beijei o topo de sua cabeça.
Que paz estou sentindo ao lado dela, essa é uma versão diferente da Alanna que eu conhecia. Gosto das duas versões, gosto mais dessa, porque essa é a minha Alanna, só eu que a vejo assim.

- Igor, se um dia eu sumir e alguém disser que eu morri, não desista de me procurar até você ter certeza que eu morri.

- Que história é essa agora? - Fiquei apreensivo.

- Eu tenho uns pressentimentos ruins. Sinto que algo ruim vai acontecer comigo.

- Alanna, está acontecendo alguma coisa? - Meu coração disparou. Parei o carro em um acostamento. Eu estava prestes a ter um surto e quebrar o sigilo do celular dela. - Me fala, está acontecendo algo?

- Eu tenho medo de que algo aconteça com você. - Ela abaixou os olhos.

- Então está acontecendo. Me fale o que é.

- Igor, eu te conheço. Você vai querer resolver as coisas, daí vai por sua vida em risco.

- Mas você pode pôr a sua em risco? Como eu fico tranquilo sabendo que está acontecendo algo errado com você? Alanna, não me prive, você vai me falar ou viu ter que descobrir do pior jeito.

- Eu não quero contar o que é. - Ela olhou para fora pelo vidro de sua janela, a lágrima escorreu em seu rosto.

- Você vai preferir que eu quebre o sigilo do seu celular? Porque eu vou fazer isso. Quando se trata de você eu sou obstinado, você sabe disso.

- Respeite a minha privacidade Igor. - Ela me olhou com um olhar de dor. Eu consegui entender tudo. Ela estava escondendo algo grave.

- Alanna, eu só quero cuidar de você. Eu pedi para você não ficar chateada com a minha super proteção, não pedi? Eu avisei que isso ia piorar, tenho meus motivos.

- Só me leva pra casa Igor. - Ela encostou a cabeça no vidro do carro. - Me leva para a casa dos meus pais.

Igor De La Cruz - Triologia Fake Love 2°Onde histórias criam vida. Descubra agora